quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cena excluida de New Moon

‘The Last Airbender’







Esse eu tbm qero mto ver.


Beijos Maya ♥

A Nightmere On Elm Street


Ta aí. O poster de A Nightmere On Elm Street Esse eu qero mto ver.!
Bejos

2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21



Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:


- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...


E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:


- Nem fo...den...do!


FIM!!!


(Luís Fernando Veríssimo)


1. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

1. Conto de fadas para mulheres do séc. 21


Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:

- Você quer casar comigo?

Ele respondeu:

- NÃO!

E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, transou bastante, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela. O rapaz ficou barrigudo, careca, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.

FIM!!!


(Luís Fernando Veríssimo)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Enema

Bom gente, vou 'aparesentar' a banda de uns amigos meus.
Não é porque são amigos, mas eles mandam muuuuuuuuuuuuito bem no que fazem.
Uma banda promissora, esses garotos tem se mostrado comprometidos e acima de tudo entregues ao que fazem.
A dedicação impetrada nesses trabalhos, vem mostrando frutos.
E esta ai,algumas das musicas.
Ouçam e aproveitem.

Essa Musica é pra Você


Deixa eu te trazer de volta

*Eu amo essa musica - sempuxaçãodesaco*

Sabado as 5 am



Bom espero qe gostem.!

Vamos dar um apoio:

GO GO GO PARTICIPAR!
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=93720497

.::MYSPACE:
http://www.myspace.com/enemaoficial

FOTOLOG:
http://www.fotolog.com.br/enemarock

Beijos Maya ♥

MMSN - Kristen Para Tomb Raider?

Ta juro que não era a intenção fazer outro MMSN hj, mas fuçando na internet vi isso e achei que merecia.

Que piiiiiiiiiiii... é essa?
Não serio. Angelina Jolie é linda, maravilhosa, perfeita, como Tomb ela ficou Sensacional, mas a Kristen.?!
Certo ela também é linda, poderosissima em super ascenção, mas esse papel não cabe a ela.
Não que o papel de Bella a tenha estiguimatizado, mas acho que filmes de ação é demais pra ela, por enquanto.
Agora vamos a foto em questão
Mas qe porra é essa?
Hauhsuahsuahsu

O DVD de Lua Nova




Bom gente, dá só uma olhada.!
Menu Principal:

Extras


Perview de ECLIPSE:


Cenas Cortadas :

Configurações:











Seleção de Cenas:










Kristen e Seu Premio


Essa noite, a atriz da Saga Crepúsculo, a grande estrela em ascensão, Kristen Stewart, bateu na concorrência para colher o prêmio de Estrela em Ascensão 2010.Com a quão procurada ela é, nós tivemos cinco minutos com ela para perguntar sobre o seu triunfo na noite de hoje no BAFTA…
O prêmio Estrela em Ascensão é o único prêmio do BAFTA que é votado pelo o público: Como é a sensação de ter um apoio tão impressionante aqui no Reino Unido?
É muito bom. Crepúsculo é realmente um fenômeno e isso é uma homenagem a isso. E ao mesmo tempo, eu estou tão orgulhosa de ser parte de uma geração de pessoas que são tão boas, sabe, é realmente incrível. É muito bom ver uma boa colheita.Dos outros nominados no prêmio Estrela em Ascensão, quem você mais admira?
Ai, eu realmente não posso falar sobre isso. Jesse Eisenberg é um bom amigo meu, e Carey, esse ano me deixo impressionada. Eu não sei se você já viu A Prophet, mas é um filme incrível. Então é por isso que eu sinto que todos nós deveríamos ter ido até lá.
Qual era a atmosfera do Tapete Vermelho para você nesta noite?
Eu estava realmente surpresa porque eu estou acostumada a aparecer em Premieres de Crepúsculo, e os fãs estão gritando os nomes, e isso é de se esperar. Mas não aqui no BAFTA, sabe?! Então foi surreal, e legal, ao mesmo tempo. Sabe, eles (os fãs) meio que souberam o seu lugar e um pouco mais, eles foram um pouco mais calmos e outras coisas.Então o que é novo para você em 2010?
Eu tenho três filmes saindo esse ano: ‘Welcome to the Rileys’, ‘The Runaways’ eA Saga Crepúsculo: Eclipse. Começamos a filmar ‘Amanhecer’ em novembro, mas eu não tenho um emprego depois disso.

MMSN - Devassa

Oi gente, esta de volta o Meu Momento Sem Noção.

A principio, eu gosto, muito, de cerveja, tenho minhas preferencias. Mas essa recuso. Antes de mais nada, olhem o Comercial:

Vamos la.

O que a Paris Hilton quer num comercial de cerveja.

Ta ela é rica, bem relacionada, investidora, linda, se veste bem, é hipocrita, fingida, aparecida. Mas cerveja.

Serio eu não tomaria uma cerveja relacionada ou ainda dedicada a Paris. Por que?!

Bom deve ser amarga como ela, o vidinha sem objetivos dela. Fala serio, um programa de tv para achar um amigo. Demonstra que ela não tem capacidade.

A cerveja deve ter gosto de suco, por que burra como ela é capaz de ter feito o comercial achando que era vodka.

'Bem loura', aaaaaaaaaaaah, agora eu faleci, que diabo de comercial faz isso com a cerveja?

Na boa, serio mesmo. Prefiro as 'Originais' AUSHUAHSUAHSUA...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MMSN - Meninos que ficam que nem doidos

Oi Povo, para meu primeiro 'meu momento sem noção', vou postar um vídeo que fizemos: meu primo, meu primo e eo...

Tá bom, Tá bom, eo deixo vs rirem dessa palhaçada tão tosca e talvez na vista de outros sem graça, mas pelo menos não foge desse marcador que é: M.M.S.N.
Enjoy...






Intaum...

se gostaram... comentem alguma coisa...

Flow..

\Õ by: E.O. Kino

RM - Bastidores legendado


Trailer (teaser) oficial de Eclipse: 30 de Março de 2010.

Cale-se Africa

Oi gente, saudade de postar aqui...
Ultimamente estou correndo horrores, está a treva.! AUSHUAHSUASH
O Heribaldo Alves nos mandou mais uma linda obra dele, so qe dessa vez ele surpreendeu. Da uma olhada:::




Otimo né?!
Beijinhos Neeny's ♥

Maya

sábado, 13 de fevereiro de 2010

CLIPE - Ponto de Paz - REPLACE

Bom, nem preciso dizer que amo esses meninos.
Além de serem maravilhosos, lindos, talentosos, conseguem se superar a cada show, a cada composição e acima de tudo, mantém os pés no chão.
Muito sucesso pra vocês DUDE'S...


Paara segui-los no twitter:

Beijinhos.. Maya ♥

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010



Após umas fotos divulgadas pelo Orlando United e uma boa observação do pessoal do Mugglenet, podemos ver um carro azul muito parecido com o Ford Anglia usado em Harry Potter e a Câmara Secreta estacionado atrás de uns arbustos em meio às construções do parque The Wizarding World of Harry Potter (em tradução literal, O Mundo Mágico de Harry Potter).

Nós não sabemos se o Ford Anglia será mais uma das várias atrações do parque e se ele é o real utilizado nas filmagens de Câmara Secreta. Vale ressaltar que até semana retrasada, o carro estava em Boston em exposição na Harry Potter: The Exhibition.

Confira a foto mostrando o que aparenta ser o carro clicando aqui. Vamos esperar para saber se realmente teremos um Ford Anglia no parque e se ele é o verdadeiro utilizado no segundo filme da série. Fiquem ligados!

Broken

Amo e significa muito, faz total sentido em minha vida e ainda é presente.

Digo qe sinto o mesmo, e que gostaria muito de poder faze-lo, no entanto, acabo sendo fadada ao mesmo fracasso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Não gosto de ingratidão, não gosto de falsidade ou hipocrisia . Não gosto de gente metida, nem de gente que atua. Não gosto de gente orgulhosa de mais, gente que se acha por seu corpo, por dinheiro...não gosto nem sequer de gente burra. Não gosto de gente que se cala, de pessoas que tem medo de viver, nem daqueles que não prestam atenção nos outros, ou que se acham o centro do mundo. Não gosto de água com gás, de trabalhar, nem de barata voadora Sem palavras, de onde eu tirei isso?... Gosto de gente que sabe rir, de quem sente, e sente verdadeiro. Gosto de gente que sabe aproveitar a vida, e sabe ser atenciosa. Gosto de quem tem o coração maior que a cabeça, mas sabe pensar. Gosto quando sussurram no ouvido, gosto quando surge aquele olhar, gosto quando beijam, quando abraçam, admiro o sentimento de reciprocidade. Gosto de pessoas autênticas, pessoas batalhadoras... Gosto até das pessoas que magoam, mas aquelas que magoam por serem sinceras. Gosto que briguem comigo quando faço besteira... gosto mais ainda daqueles que amam, amam no sentido de amor, aqueles que amam verdadeiro, não dos que ficam em duvida sobre oq sente, ou dos q amam dois, três ou quatro pessoas diferentes. Gosto de quem ama mesmo. Por que quem ama não tem duvida...aproveita a vida, é autêntico e sabe rir. Quem ama é atencioso, sabe dar carinho, e é verdadeiro, sente de verdade, e está sempre de bem com a vida.

Vivendo e aprendendo!

Leandro C.S Barros

Não gosto de ingratidão, não gosto de falsidade ou hipocrisia . Não gosto de gente metida, nem de gente que atua. Não gosto de gente orgulhosa de mais, gente que se acha por seu corpo, por dinheiro...não gosto nem sequer de gente burra. Não gosto de gente que se cala, de pessoas que tem medo de viver, nem daqueles que não prestam atenção nos outros, ou que se acham o centro do mundo. Não gosto de água com gás, de trabalhar, nem de barata voadora Sem palavras, de onde eu tirei isso?... Gosto de gente que sabe rir, de quem sente, e sente verdadeiro. Gosto de gente que sabe aproveitar a vida, e sabe ser atenciosa. Gosto de quem tem o coração maior que a cabeça, mas sabe pensar. Gosto quando sussurram no ouvido, gosto quando surge aquele olhar, gosto quando beijam, quando abraçam, admiro o sentimento de reciprocidade. Gosto de pessoas autênticas, pessoas batalhadoras... Gosto até das pessoas que magoam, mas aquelas que magoam por serem sinceras. Gosto que briguem comigo quando faço besteira... gosto mais ainda daqueles que amam, amam no sentido de amor, aqueles que amam verdadeiro, não dos que ficam em duvida sobre oq sente, ou dos q amam dois, três ou quatro pessoas diferentes. Gosto de quem ama mesmo. Por que quem ama não tem duvida...aproveita a vida, é autêntico e sabe rir. Quem ama é atencioso, sabe dar carinho, e é verdadeiro, sente de verdade, e está sempre de bem com a vida.

Vivendo e aprendendo!

Leandro C.S Barros

Uma fase que vivo


Minhas palavras não seriam justas, então faço uso de grandes pensadores.
Ja me acostumei a isso, não me abalo mais.
Apenas preste atenção.

"A falsidade é susceptível de uma infinidade de combinações; mas a verdade só tem uma maneira de ser."
Jean Jacques Rousseau

"As palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração."
William Shakespeare

"Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma."
Buda

"Tenha muito cuidado com quem sempre discorda de você. E tenha mais cuidado ainda com quem sempre concorda com você."
Lucêmio Lopes da Anunciação

"Sem sobras de duvidas o amor fere quem ama de verdade, o que usa de falsidade acaba se dando muito bem e os que vivem na simples de seu coração fica sempre na solidão"
Raj Mendes

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Here Without You

Bom hoje foi um dia bem cheio, descobri coisas que machucaram, consegui coisas que me deixaram feliz.
Mas tem uma coisa que não me sai da cabeça, alguém...

Here Without You





Contradições


Porque fez isso comigo?
Porque me fala só agora?
Não percebe que me machuca
Ilude, maltrata
Convence, desmente
Contradiz...
Eu quis te dar meu coração
E você preferiu a ilusão
Arriscou
Se ganhou ou perdeu
Ja não me importa
O fato é
Me machucou, recusou, usou...
Ao seu prazer e dispor
Confundiu.
Se só você me basta
O que eu faço agora?
Quero amanhecer em teus olhos
Acalentar com carícias sua face
Anoitecer mergulhada em teus braços
Descansar em teus lábios...
Mas tudo isso está fadado ao inferno.

Pra você


Pensei que havia encontrado um amigo...Que havia encontrado um abrigo... Mas na verdade... Encontrei foi em teus olhos...
O mais perfeito Luar... Uma ponte, que me leva a qualquer lugar...
Encontrei uma estação... Meu outono de manhãs frias, enfeitada com raios de Sol...
Encontrei um Crepúsculo... O mais lindo anoitecer...


MMSN - A verdadeira amiga

Oi gente, estou de volta. Bom recebi isso de uma amiga em um site e achei o maximo. A mais pura realidade. Bom temos sempre que ser sinceros, então nada melhor do que mostrar a verdade por trás de todos os atos.

A Verdadeira Amiga.

Amiga, Quando você estiver triste, ... Eu vou te deixar bebaça e te ajudar a planejar uma vingança contra o fdp que te deixou assim. Quando você me olhar com desespero, ... Eu vou enfiar o dedo na sua goela e te fazer pôr pra fora o que estiver te engasgando. Quando você sorrir, ... Eu vou saber que você finalmente deu uns "pega". Quando você sentir medo, ... Eu vou te chamar de covarde e tirar uma da sua cara sempre que tiver chance. Quando você estiver preocupada ... Eu vou contar histórias horríveis sobre o quão pior você poderia estar e te mandar parar de choramingar. Quando você estiver confusa ... Eu vou explicar pra você com palavras bem simples, porque eu sei o quanto você é burra. Quando você estiver doente, ... Fique bem longe de mim até se curar. Eu é que não quero pegar o que quer que você tenha. Quando você cair, ... Eu vou apontar pra você e me rachar de rir do seu desengonço. Você me pergunta: "Por que?" Porque você é minha amiga! Ops...não resisti a fazer uma graça...

Altas Aventuras



Melhor filme de animação retrata o trabalho voluntário ao idoso Um garotinho de 8 anos quer ajudar um idoso de 78 anos, o Sr. Fredricksen, só que este não quer ser ajudado. Russell coleciona medalhas e a única que falta para ele é a de ajuda ao idoso. É assim que começa a história do filme “Up – Altas Aventuras”.Dirigido por Pete Doctor, mesmo diretor de Monstros S.A., o longa metragem retrata o que acontece em uma sociedade envelhecida, como a americana. As pessoas ganham importância no trabalho e na sociedade, quando praticam ajuda ao idoso por meio do trabalho voluntário.O grande desafio é doar tempo e não apenas dinheiro, segundo o colunista de Economia da Longevidade, Jorge Felix. O voluntariado é utilizado nas empresas como um critério de avaliação de currículos. Além de reduzir o gasto do governo, já que supre a necessidade básica do idoso.Essa prática está bem difundida em Nova York e no Brasil também temos exemplos, como o Centro de Voluntariado de São Paulo (www.voluntariado.org.br), integrado à rede de voluntários do país.“Up – Altas Aventuras”, da Pixar Animation Studios, ganhou o prêmio de melhor filme de animação na 37ª edição do Annie Awards, o Oscar do desenho animado, e concorre ainda ao melhor filme do Oscar
Fonte: Elas & Lucros

Beijinhus
Priscila

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Aviões com o nome de ‘Harry’, ‘Rony’ e ‘Hermione’ podem viajar ao Haiti; Rowling comenta


A Tragédia que uniu tantas e tantas pessoas do mundo inteiro por um bem maior: o terremoto no Haiti que matou aproximadamente 200 mil pessoas, uniu também os fãs da série Harry Potter, onde em uma arrecadação feita por sites internacionais, esse fandom conseguiu 97 mil dólares para o país.

A meta é 105 mil dólares, meta essa que fará com que três aviões com o nome de ‘Harry’, ‘Rony’ e ‘Hermione’ voem até o Haiti para levar alimentos que eles precisam tanto no momento. A autora comenta:

Para todos que ajudaram a reunir toda essa quantia em dinheiro para os sobriventes do Haiti: Obrigado, Obrigado e Obrigado! Como muitos outros, eu fiz uma doação especial para a DEC pouco depois que ocorreu o terremoto, mas nunca esperava uma resposta tão grandiosa por parte de vocês. Não fazem ideia o quão honrada e orgulhosa eu estou de saber que 3 aviões chamados Harry, Rony e Hermione voarão para ajudar. Não preciso disso para lembrar o quão vocês, fãs de Harry Potter, são extraordinários. Obrigado – Jo.

Se você puder doar alimentos, medicamentos, se informe melhor em qualquer posto policial. Qualquer ajuda será bem-vinda, sempre.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MMSN - Enchente

Oi, esta de volta o Meu Momento Sem Noção.

Ontem, como a maiorias dos paulistanos eu fiquei presa, no transito por causa dos alagamentos.! Fucei na internet e achei a solução para São Paulo, pelos menos para quem usa tansporte publico. Olha que ideal.

Pra quem anda de Onibus, nada como um onibus/barco:

Ele é hibrido, no caso de Sol ele anda como onibus normal, mas quando chove e a enchente começa:

Alem de que não ia causar desemprego, veja que tem cobrador e motorista, como qualquer onibus comum.

Essa é a solução do transporte coletivo em São Paulo



O que acham?






segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Amanhecer - Livro 1 - Bella


Breaking Dawn
Stephenie Meyer


“A infância não é do nascimento até uma certa idade e há uma certa idade
A criança cresce e coloca de lado as coisas infantis
A infância é um reino onde ninguém morre”
Edna St. Vincent Millay

PREFÁCIO
Eu já tive muito mais experiências de quase morte do que era necessário, isso não é exatamente uma coisa a qual você se acostuma. No entanto, enfrentar a morte novamente parecia estranhamente inevitável. Como se eu realmente estivesse marcada pelo desastre. Eu escapei vez após outra, mas ela continuava vindo atrás de mim.
Ainda assim, essa vez era tão diferente das outras.
Você pode correr de alguém que você teme, você pode tentar lutar com alguém que você odeia. Todas as minhas reações eram direcionadas a esses tipos de assassinos - os monstros, os inimigos.
Quando você ama a pessoa que está te matando, não te restam opções. Como você poderia correr, como você poderia lutar, quando fazer isso machucaria o seu amado? Se sua vida fosse tudo o que você tem a dar ao seu amado, como você seria capaz de não dá-la?
Se fosse alguém a quem você realmente ama?

Livro 1 - BELLA
1. NOIVOS
Ninguém está te encarando, eu prometi a mim mesma. Ninguém está te encarando. Ninguém está te encarando.
Mas, como eu não conseguia mentir convincentemente nem para mim mesma, eu precisei dar uma checada.
Sentada esperando que os três semáforos da cidade ficassem verdes, eu olhei para a direita - em sua minivan, a Sra. Weber tinha virado o tórax inteiro em minha direção. Os olhos dela penetraram nos meus, e eu me inclinei pra trás, me perguntando porque ela não desviou o olhar ou pareceu envergonhada. Ainda era considerado rude encarar as pessoas, não era? Será que essa regra não era mais usada?
Foi ai que eu me lembrei que essas janelas eram tão escuras que ela provavelmente nem tinha idéia de que eu estava aqui, muito menos de que eu tinha pego ela olhando. Eu tentei encontrar algum conforto no fato de que ela não estava realmente olhando pra mim, apenas para o carro.
Meu carro. Suspiro.
Eu olhei para a esquerda e gemi. Dois pedestres estavam congelados na calçada, perdendo a chance de atravessar a rua enquanto olhavam. Atrás deles, o Sr. Marshall estava espiando através da janela de vidro de sua pequena loja de souvenirs. Pelo menos o nariz dele não estava pressionado contra o vidro. Ainda.
O semáforo ficou verde e, na minha pressa de escapar, eu pisei no acelerador sem pensar - a forma normal que eu teria pisado pra fazer a minha velha caminhonete Chevy sair do lugar.
Com o motor urrando como uma pantera, o carro saltou rapidamente pra frente que o meu corpo bateu no banco de couro preto, e meu estômago se comprimiu contra a minha espinha.
.Arg!. Eu resfoleguei enquanto procurava pelo freio. Usando a cabeça, eu apenas toquei no pedal. O carro parou completamente mesmo assim.
Eu não agüentei olhar ao redor pra ver as reações. Se antes havia alguma duvida sobre quem estava dirigindo este carro, agora já não existia. Com a ponta do meu sapato, eu gentilmente baixei um centímetro do acelerador, e o carro seguiu em frente novamente.
Eu consegui chegar onde queria: o posto de gasolina. Se eu não estivesse enlouquecendo, eu não precisaria ter que vir á cidade. Eu estava me virando sem um monte de coisas ultimamente, como… (?) e cadarços, pra evitar ficar em público.
Me movendo como se eu estivesse numa corrida, eu abri o tanque, tirei a capa, passei o cartão, e coloquei a mangueira no tanque em questão de segundos. É claro, não havia nada que eu pudesse fazer para que os números na bomba de gasolina andassem mais rápido. Eles… (?) fazendo barulhos, quase como se estivessem fazendo aquilo pra me aborrecer.
O dia não estava bonito - um típico dia chuvoso em Forks, Washington - mas eu ainda sentia como se um ponto se luz estivesse focado em mim, atraindo atenção para o delicado anel na minha mão esquerda. Em vezes como essa, sentindo os olhos nas
minhas costas, eu me sentia como se o anel estivesse piscando feito um anúncio em néon: Olhe para mim, olhe para mim.
Era estúpido me sentir envergonhada, e eu sabia disso. Além do meu pai e da minha mãe, será que realmente importava o que as pessoas estavam dizendo sobre o meu noivado? Sobre o meu carro novo? Sobre a minha misteriosa entrada para a Ivy League? Sobre o meu cartão de crédito preto e brilhante que parecia tingido de vermelho no meu bolso de trás nesse exato momento?
.É, quem se importa com o que eles pensam?. Eu murmurei em voz baixa.
.Um, senhorita?. a voz de um homem chamou.
Eu me virei, e então desejei não ter feito isso.
Dois homens estavam parados ao lado de um jipe chique com caiaques novinhos amarrados no topo. Nenhum deles estava olhando para mim; os dois estavam olhando para o carro.
Pessoalmente, eu não entendi. Mas eles, eu estava orgulhosa de saber distinguir os símbolos entre Toyota, Ford e Chevy. Esse carro preto escuro, brilhante, e bonito, mas para mim era só um carro.
. Eu lamento incomodar, mas será que você pode me dizer que carro é esse que você está dirigindo?. o mais alto me perguntou. .Um, Mercedes, não é?.
.Sim., o homem disse educadamente enquanto seu amigo mais baixinho rolava os olhos com a minha resposta. .Eu sei. Mas eu estava me perguntando, essa é… Você está dirigindo uma Mercedes Guardian?. O homem disse o nome com reverência. Eu tive a sensação de que esse homem se daria bem com Edward, meu… meu noivo (realmente não havia como fugir dessa verdade com o casamento a apenas alguns dias de distância). .Eles ainda nem estão disponíveis na Europa. o homem continuou. .Muito menos aqui..
Enquanto os olhos dele traçavam os contornos do meu carro - pra mim ele não parecia diferente dos outros sedas Mercedes, mas o que eu sabia? - eu pensei brevemente nos meus problemas com palavras como noivo, casamento, marido, etc.
Eu simplesmente não conseguia coloca-las juntas na minha cabeça.
Por outro lado, eu fui criada pra me contorcer só de pensar nos vestidos brancos e volumosos e nos buquês. Mas mais do que isso, eu simplesmente não conseguia conciliar um conceito estável, respeitável, e chato de marido com o meu conceito de Edward. Era como comparar um arcanjo com um contador; eu não conseguia imagina-lo no papel de uma pessoa normal.
Como sempre, assim que eu comecei a pensar em Edward eu fiquei presa em um vendaval de fantasias delirantes. O estranho precisou limpar a garganta para chamar a
minha atenção; ele ainda estava esperando uma resposta sobre o modelo e fabricação do meu carro.
.Eu não sei., eu o disse honestamente.
.Você se importa se eu tirar uma foto com ele?.
Eu levei alguns segundos para processar isso. .Sério? Você quer tirar uma foto com o carro?.
.Claro - ninguém vai acreditar em mim se eu não tiver uma prova..
.Um. Okay. Tudo bem..
Eu rapidamente me desfiz da mangueira e me enfiei no banco da frente para me esconder enquanto o entusiasta tirava uma câmera grande, de aparência profissional da bolsa. Ele e seus amigos fizeram pose no capô, e então foram tirar fotos na traseira.
.Eu sinto falta da minha caminhonete., eu sussurrei para mim mesma.
Muito, muito conveniente - conveniente demais - que minha caminhonete fizesse seus últimos barulhos apenas algumas semanas depois de Edward e eu termos firmado um compromisso, um detalhe que significava que ele podia repor a minha caminhonete quando ela passasse dessa para uma melhor. Edward jurou que isso já era de se esperar, pois minha caminhonete viveu uma vida longa e cheia e então morreu de causas naturais. Isso é o que ele diz. E, é claro, eu não tive como verificar a história que ele contou nem tentar trazer minha caminhonete de volta á vida por conta própria. Meu mecânico favorito - eu parei aquele pensamento imediatamente, me recusando a deixar que ele chegasse ao fim. Ao invés disso, eu ouvi as vozes dos homens do lado de fora, abafadas pelas paredes do meu carro.
.… ele foi em frente com uma chama na descarga naquele vídeo online. A tintura nem ficou queimada..
.É claro que não. Você pode passar com um tanque em cima desse bebê. Isso não é muito negócio pra ninguém daqui. Ele foi designado em maioria pra diplomatas do Oriente Médio, traficantes de armas e de drogas..
.Você acha que ela é alguém importante?. o baixinho perguntou com uma voz mais suave. Eu abaixei minha cabeça. .Huh., o alto disse. .Talvez. Não posso imaginar porque você precisaria de vidros á prova de mísseis e quatro mil quilos de proteção corporal num lugar como esse. Ela deve estar indo para algum lugar mais perigoso..
Proteção corporal. Quatro mil quilos de proteção corporal. E vidros com blindagem á prova de mísseis? Legal. O que aconteceu com as velhas blindagens á prova de tiros?
Bom, pelo menos isso fazia sentido - se você tinha um senso de humor bastante doentio.
Não era como se eu não esperasse que Edward tirasse vantagem do nosso acordo, só pra balancear as coisas a seu favor pra que ele tivesse que dar muito mais do que ele receberia. Eu concordei que ele trocasse a minha caminhonete quando ela precisasse de reparos, sem esperar que isso acontecesse tão em breve, é claro. Quando eu fui forçada a admitir que a minha caminhonete havia se transformado num tributo de metal aos Chevys clássicos, eu sabia que a idéia dele de troca ia me envergonhar. Me tornaria foco de olhares e sussurros. Mas nem nas minhas imaginações mais obscuras eu previ que ele me compraria dois carros.
O carro .de antes.. Ele me disse que era um empréstimo e me prometeu que o devolveria depois do casamento. Isso tudo não fazia nenhum sentido pra mim.
Até agora.
Ha ha. Como eu era uma humana tão frágil, tão propensa a acidentes, tão vítima da minha própria perigosa falta de sorte, aparentemente eu precisava de um carro que fosse resistente a um tanque pra me manter segura. Hilário. Eu tinha certeza de que ele e seus irmãos gostaram bastante da piada pelas minhas costas.
Ou talvez, apenas talvez, uma pequena voz sussurrou na minha cabeça, não seja uma piada, bobinha. Talvez ele realmente esteja muito preocupado com você. Essa não seria a primeira vez que ele passou um pouco dos limites tentando me proteger.
Eu suspirei.
Eu ainda não vi o carro .de depois.. Ele o escondeu embaixo de uma capa no canto mais distante da garagem dos Cullen. Eu sei que a maioria das pessoas já teria espiado a essa altura, mas eu realmente não queria saber.
Provavelmente não havia proteção corporal naquele carro - porque eu não precisaria de proteção depois da lua de mel. Indestrutibilidade quase literal era uma das coisas pelas quais eu estava esperando. A melhor parte de ser um Cullen não era ter carros caros e cartões de créditos impressionantes.
.Hey., o homem alto chamou, colocando as mãos no vidro no esforço de espiar do lado de dentro. .Nós já acabamos. Muito obrigado!.
.De nada. eu respondi, e então fiquei tensa enquanto ligava o motor e apertava o acelerador - muito delicadamente - pra baixo…
Não importava quantas vezes eu dirigisse na estrada familiar no caminho pra casa, eu ainda não conseguia fingir que os posters molhados da chuva não estavam lá. Cada um deles, pregado em postes telefônicos e colados em placas de rua, era como um tapa de luz no rosto. Um tapa bem merecido.
Minha mente era sugada de volta ao pensamento. Eu o havia interrompido tão rapidamente antes. Eu não consegui evitar isso nessa rua. Agora, com as fotos do meu mecânico favorito passando rapidamente por mim em intervalos regulares. Meu melhor amigo. Meu Jacob.
Os posters de VOCÊ VIU ESSE GAROTO? não foram idéia do pai de Jacob. Foi o meu pai, Charlie, quem imprimiu os panfletos e os espalhou por toda a cidade. E não apenas em Forks, mas em Port Angeles e Sequim e Hoquiam e Aberdeem e em todas as cidades da Península Olímpica… Ele cuidou para que todas as delegacias em todo o estado de Washington tivessem o mesmo panfleto em suas paredes também. Sua própria delegacia tinha um quadro inteiro dedicado a encontrar Jacob também. Um quadro que estava quase inteiramente vazio, pra sua decepção e frustração.
Meu pai estava decepcionado com muito mais do que a falta de resposta. Sua maior decepção era com Billy, o pai de Jacob - e o amigo mais próximo de Charlie.
Por causa da falta de envolvimento de Billy no desaparecimento do seu .fugitivo. de dezesseis anos. Porque Billy se recusou a colocar os panfletos em La Push, a reserva na costa que era a casa de Jacob. Porque ele parecia estar resignado com o desaparecimento de Jacob, como se não houvesse nada que ele pudesse fazer. Por ele dizer .Jacob é crescido agora. Ele voltará pra casa quando ele quiser..
E ele estava frustrado comigo por ficar do lado de Billy.
Eu também não pendurei panfletos. Porque tanto eu quanto Billy sabíamos onde Jacob estava, figuradamente falando, e nós também sabíamos que ninguém tinha visto esse garoto.
Os panfletos colocaram aquele caroço de costume na minha garganta, as lágrimas de costume nos meus olhos, e eu fiquei feliz por Edward estar viajando em caça nesse Sábado. Se Edward visse a minha reação, isso o faria se sentir terrível também. É claro, haviam pontos ruins em ser Sábado. Enquanto eu virava lentamente em minha rua, eu podia ver a viatura policial do meu pai na entrada de casa. Ele deixou a pescaria de lado hoje de novo. Ainda fazendo beicinho pelo casamento.
Então eu não seria capaz de usar o telefone lá dentro. Mas eu precisava ligar…
Eu estacionei na curva, atrás da escultura de Chevy e peguei o telefone que Edward me deu para emergências no porta luvas. Eu disquei, mantendo o meu dedo no botão .end.. Só pela dúvida. .Alô?‘ Seth Clearwater atendeu, e eu suspirei aliviada. Eu era covarde demais pra falar com sua irmã mais velha, Leah. A frase .me morda. não era exatamente uma figura de expressão quando se tratava de Leah.
.Hey, Seth, é Bella..
.Oh diz aê, Bella! Como você está?.
Chocada. Desesperada por notícias. .Bem..
.Ligando por notícias?.
.Você é um vidente..
.Dificilmente. Eu não sou nenhuma Alice - só que você é previsível., ele brincou. Entre o bando Quileute de La Push, Seth era o único que se sentia confortável de sequer
mencionar o nome dos Cullen, quanto mais fazer piada sobre a minha futura cunhada que sabia praticamente tudo.
.Eu sei que sou. Eu hesitei por um minuto. .Como ele está?.
Seth suspirou. .Como sempre. Ele não fala, apesar de sabermos que ele nos ouve. Ele está tentando não pensar como humano, sabe. Apenas com os instintos..
.Você sabe onde ele está agora?.
.Algum lugar ao norte do Canadá. Eu não sei te dizer em que província. Ele não presta muita atenção em limites estaduais..
.Alguma dica de que ele possa….
.Ele não vai voltar pra casa, Bella. Desculpa..
.Eu engoli. .Tudo bem, Seth. Eu já sabia antes de ter perguntado. Eu não posso evitar esperar..
.É. Nós nos sentimos do mesmo jeito. .
.Obrigada por me informar, Seth. Eu sei que os outros devem dificultar as coisas pra você..
.Eles não são os seus maiores fãs. ele concordou alegremente. .Meio bobo, eu acho. Jacob fez as escolhas dele, você fez as suas. Jake não está gostando das atitudes deles. É claro que ele também não está super feliz por você estar recebendo notícias dele.
Eu resfoleguei. .Eu pensei que ele não estivesse falando com vocês..
.Ele não consegue esconder tudo de nós, mesmo estando tentando muito..
Então Jacob sabia que eu estava preocupada. Eu não tinha certeza de como me sentia em relação a isso. Bom, pelo menos ele sabia que eu não havia caminhado em direção ao pôr do sol e esquecido dele completamente. Ele podia ter me imaginado capaz de fazer isso.
.Eu acho que te vejo no… casamento.. Eu disse, forçando a palavra entre os meus dentes.
.É, eu e minha mãe estaremos lá. Foi legal da sua parte nos convidar..
Eu sorri pelo entusiasmo na voz dele. Apesar de que convidar os Clearwater tenha sido idéia de Edward, eu estava feliz por ele ter pensado nisso. Ter Seth lá seria legal - uma conexão, mesmo que tenaz, ao meu padrinho desaparecido. .Não seria o mesmo sem você..
.Diga a Edward que eu mandei um oi, ok?.
.Com certeza..
Eu balancei minha cabeça. A amizade que surgiu entre Edward e Seth era uma coisa que ainda confundia a minha mente. Era uma prova, no entanto, de que as coisas não precisavam ser daquele jeito. Que lobisomens e vampiros podiam se dar muito bem, muito obrigada, se eles quisessem isso.
Nem todo mundo gostava dessa idéia.
.Ah., Seth disse, sua voz aumentando uma oitava. .Leah está em casa..
.Oh! Tchau!.
O fone ficou mudo. Eu o deixei no assento e me preparei psicologicamente para entrar em casa, onde Charlie estaria esperando.
Meu pobre pai tinha que lidar com muitas coisas agora.
O sumiço de Jacob era apenas um doas fardos que ele tinha que levar em suas costas sobrecarregadas. Ele estava quase tão preocupado quanto eu sobre a minha transformação em uma Senhora. em apenas alguns dias.
Eu caminhei lentamente através da chuva fraca, lembrando da noite em que contamos a ele…
Enquanto o som da viatura de Charlie anunciava a sua chegada, o anel de repente pesou cem quilos na minha mão. Eu queria enfiar a minha mão esquerda no bolso, ou talvez sentar nela, mas o aperto calmo e firme de Edward a manteve á frente e ao centro.
.Não fique nervosa, Bella. Por favor, tente lembrar que você não está confessando um assassinato..
.Fácil pra você dizer.
Eu ouvi o conhecido som das botas do meu pai batendo na calçada. A chave girou na porta já aberta. A porta bateu contra a parede e eu enrijeci como se tivesse levado um choque.
.Hey, Charlie., Edward falou inteiramente relaxado.
.Não!. Eu assoviei baixinho.
.O que foi?. Edward sussurrou de volta.
.Espere até ele levantar a arma!.
Edward gargalhou e passou sua mão livre pelo seu cabelo cor de bronze bagunçado.
Charlie apareceu na curva, ainda usando seu uniforme, ainda armado, e tentando não fazer uma careta quando viu nós dois sentados juntos no sofá. Ultimamente ele estava se
esforçando bastante pra gostar mais de Edward. É claro, aquela revelação certamente iria acabar com esses esforços. .Oi, garotos. Que está havendo?.
.Nós gostaríamos de conversar com você. Edward disse. .Nós temos boas notícias..
A expressão de Charlie foi de forçadamente amigável á suspeitas obscuras em um segundo. .Boas notícias?. Charlie urrou, olhando diretamente pra mim.
.Sente-se pai. Ele ergueu uma sobrancelha, me encarou por cinco segundos, e aí foi até a cadeira reclinável e se sentou bem na pontinha, suas costas estavam retas como um pedaço de pau.
.Não fique nervoso, pai. Eu disse depois de um momento de silêncio forçado. .Está tudo bem..
Edward fez uma careta, e eu sabia que isso era uma objeção a palavra .bem.. Ele provavelmente teria usado algo parecido com .maravilhoso. ou .perfeito. ou .glorioso..
.Claro que sim, Bella. Claro que sim. Se está tudo bem porque você está suando como um porco?.
.Eu não estou suando., eu menti.
Eu me desviei de sua careta penetrante, me apertando contra Edward, e instintivamente passei a mão direita pela minha testa para apagar as evidências.
.Você está grávida!. Charlie explodiu. .Você está grávida, não está?.
Apesar da pergunta provavelmente ser pra mim, agora ele estava olhando pra Edward, e eu podia jurar que vi a mão dele se fechando na arma.
.Não! É claro que eu não estou!. Eu queria dar uma cotovelada nas costelas de Edward, mas eu sabia que isso ia me deixar com um hematoma. Eu disse a Edward que as pessoas iam imediatamente chegar a essa conclusão! Que outra razão possível pessoas sãs se casariam aos dezoito anos? (A resposta dele a isso me fez revirar os olhos. Amor. Certo.) O olhar de Charlie limpou um pouco. Geralmente ficava muito claro no meu rosto quando eu estava falando a verdade, e agora ele acreditava em mim. .Oh, desculpe..
.Desculpas aceitas..
Houve uma longa pausa. Depois de um momento eu percebi que todos estavam esperando que eu dissesse alguma coisa. Eu olhei pra Edward, paralisada de pânico. Não tinha jeito de me fazer botar as palavras pra fora. Ele sorriu pra mim e enquadrou os ombros e então se virou para meu pai.
.Charlie, eu sei que as coisas estão fora de ordem. Tradicionalmente, eu devia ter te pedido antes. Eu não tenho a intenção de te desrespeitar, mas já que Bella já disse sim e eu não quero menosprezar a escolha dela nesse assunto, ao invés de te pedir a mão dela, eu te peço sua benção. Nós vamos nos casar, Charlie. Eu a amo mais do que tudo no mundo, mais do que a minha própria vida e - graças a algum milagre - ela me ama da mesma forma. Você nos dará a sua benção?.
Ele soou tão seguro, tão calmo. Por apenas um instante, escutando àquela absoluta certeza na voz dele, eu experimentei um raro momento de insight. Eu pude ver, rapidamente a forma que todos olhavam pra ele. Durante um bater de coração, esta noticia fez total sentido.
E ai eu vi o rosto inexpressivo de Charlie, os olhos dele agora estavam grudados no anel.
Eu prendi a respiração enquanto a pele dele mudava de cor - de normal a vermelha, de vermelha a roxa, de roxa a azul, eu comecei a me levantar - eu não sei o que eu estava planejando fazer; talvez fazer a manobra Heimlich pra ter certeza de que ele não estava engasgando - mas Edward apertou minha mão e murmurou .Dê um minuto a ele. tão baixinho que só eu pude ouvir.
Dessa vez o silêncio foi muito mais longo. Então, gradualmente, tom por tom, a cor de Charlie voltou ao normal. Os lábios dele se comprimiram, e suas sobrancelhas se uniram; eu reconheci sua expressão .pensando profundamente.. Ele nos estudou dois por um longo momento, e eu senti Edward relaxar ao meu lado.
.Acho que não estou tão surpreso., Charlie murmurou. .Eu sabia que teria eu lidar com isso em algum momento em breve..
Eu soltei o ar.
.Você está certa disso?. Charlie quis saber, me encarando.
.Eu tenho cem por cento de certeza de Edward. eu o assegurei sem perder tempo.
.Mesmo assim, se casar? Pra que a pressa?. Ele me olhou com suspeitas novamente.
A pressa era porque eu estava me aproximando dos dezenove anos a cada dia que se passava, enquanto Edward ficava congelado em sua perfeição dos dezessete anos. Não que esse fato se associasse a casamento no meu livro, mas o casamento era necessário devido a um delicado e complicado compromisso que Edward e eu temos pra chegar a esse ponto, o tijolo que leva a qualquer transformação de mortal a imortal.
Essas eram coisas que eu não podia explicar a Charlie.
.Nós estamos indo para Dartomouth juntos no outono, Charlie., Edward lembrou ele. .Eu gostaria de fazer isso, bem, da forma correta. Foi assim que eu fui criado.. Ele encolheu os ombros.
Ele não estava exatamente exagerando; eles tinham moral antiquada durante a primeira guerra mundial.
A boca de Charlie torceu para um lado. Procurando por alguma coisa com a qual discutir. Mas o que ele podia dizer? Eu preferiria que você vivesse pecaminosamente primeiro? Ele era um pai; suas mãos estavam atadas.
.Eu sabia que isso aconteceria., ele murmurou pra si mesmo, fazendo uma careta. Então, de repente, seu rosto ficou perfeitamente suave e desanuviado.
.Papai?. Eu perguntei ansiosamente. Eu olhei pra Edward, mas eu também não consegui ler seu rosto, enquanto ele olhava pra Charlie.
.Ha!. Charlie explodiu. Eu pulei no meu assento. .Ha, ha, ha!.
Eu o encarei incredulamente enquanto Charlie de dobrava de tanto rir, seu corpo todo de balançando. Eu olhei pra Edward para ter uma tradução, mas os lábios de Edward estavam fechados com força, como se ele mesmo estivesse tentando segurar o riso.
.Okay, está certo.. Charlie tossiu. .Se casem. Outra onda de risos o balançou. .Mas….
.Mas o quê?. Eu quis saber.
.Mas você precisa contar a sua mãe! Eu não vou dizer uma palavra a Renée! Isso é por sua conta!. Ele explodiu em risadas escandalosas.
Eu parei com a mão na maçaneta, sorrindo. Claro, naquele tempo, as palavras dele me aterrorizaram. O destino final; contar a Renée. Casamento durante a juventude estava na lista negra dela acima de matar filhotes de cãezinhos.
Quem podia ter adivinhado a reação dela? Eu não. Certamente não Charlie. Talvez Alice, mas eu não pensei em perguntá-la.
.Bem, Bella., Renée disse depois que eu tossi e gaguejei as palavras impossíveis: Mamãe, eu vou casar com Edward. .Eu estou um pouco aborrecida por você ter demorado tanto pra me contar. Passagens de avião estão ficando mais caras. Ohhhh., ela temeu. .Você acha que Phil já vai ter tirado o gesso até lá? Se ele não estiver usando terno isso vão arruinar as fotos..
.Espera um segundo, mãe., eu resfoleguei. .O que você quer dizer com esperar tanto tempo? Eu acabei de no-no…. - eu não fui capaz de botar a palavra noivar pra fora - .acertar as coisas, sabe, hoje..
.Hoje? Mesmo? Isso é uma surpresa. Eu achei….
.O que você achou? Quando você achou?.
.Bem, quando você veio me visitar em Abril, parecia que as coisas já estavam arranjadas, se é que você sabe o que eu quero dizer. Você não é muito difícil de ler,
queridinha. Mas eu não quis dizer nada, porque eu sabia que não tinha utilidade nenhuma. Você é exatamente como Charlie.. Ela suspirou, resignada. .Quando você resolve uma coisa, não tem como tentar ser razoável com você. É claro, assim como Charlie, você mantém a sua decisão também.
.Você não está repetindo os meus erros, Bella. Você parece estar assustada bobinha, e eu acho que seja porque você estava com medo de mim.. Ela gargalhou. .Ou do que eu vou pensar. E eu sei que eu disse um monte de coisas sobre o meu casamento e a minha estupidez - e eu não vou morder minha língua - mas você precisa entender que aquelas coisas se aplicavam especificamente a mim. Você é uma pessoa completamente diferente de mim. Você comete os seus próprios tipos de erros, e eu tenho certeza que você terá a sua parcela de arrependimentos na vida. Mas compromisso nunca foi o seu problema, queridinha. Você tem uma chance melhor de fazer isso funcionar do que muitas quarentonas que eu conheço.. Renée sorriu de novo. .Minha pequena criança de meia idade. Por sorte, parece que você encontrou outra alma de meia idade -.
.Você não está… com raiva? Você não acha que eu estou cometendo um erro gigantesco?.
.Bem, eu com certeza gostaria que você esperasse mais alguns anos. Quer dizer, você acha que eu pareço velha o suficiente pra ser uma sogra? Não responda. Mas isso não se trata de mim. Você está feliz?.
.Eu não sei. Eu estou tendo uma experiência fora do meu corpo nesse momento..
Renée gargalhou. .Ele te faz feliz, Bella?.
.Sim, mas -.
.Você vai querer outra pessoa algum dia?.
.Não, mas -.
.Mas o quê?.
.Mas você não vai dizer que eu pareço uma adolescente apaixonada como qualquer outra desde o início dos tempos?.
.Você nunca foi uma adolescente, queridinha. Você sabe o que é melhor pra você..
Pelas últimas semanas, Renée mergulhou inadvertidamente em planos de casamento. Ela passava horas todos os dias no telefone com a mãe de Edward, Esme - não havia problemas em parentes se darem bem. Renée adorou Esme, mas também, eu duvidava que alguém pudesse reagir de outra forma á minha adorável quase sogra.
Isso me deixou por fora. A família de Edward e a minha estavam cuidando juntas das núpcias sem que eu tivesse que fazer nada ou saber e nem pensar demais nisso.
Charlie estava furioso, é claro, mas o lado bom era que ele não estava furioso comigo. A traidora era Renée. Ele estava contando com ela pra ser tirana. O que ele podia fazer
agora, quando a sua última ameaça - contar a mamãe - acabou dando em nada? Ele não tinha nada, e sabia disso. Então ele ficava vagando em casa, murmurando coisas sobre não se poder mais confiar em ninguém nesse mundo…
.Pai?. Eu chamei enquanto abria a porta da frente. .Estou em casa..
.Espere, Bella, fique bem ai..
.Huh?. Eu parei automaticamente.
.Me dê um segundo. Ouch, você conseguiu, Alice..
Alice?
.Desculpa, Charlie., a voz alegre de Alice respondeu. .Como está?.
.Eu estou sangrando..
.Você está bem. A pele não foi ferida - confie em mim..
.O que está acontecendo?. Eu quis saber, hesitando na entrada.
.Trinta segundos, por favor, Bella. Alice me disse. .Sua paciência será recompensada..
.Humph., Charlie adicionou.
Eu bati o pé, contando cada batida. Antes de ir até a nossa sala de estar.
.Oh., eu perdi o fôlego. .Aw, pai. Você está -.
.Boboca?. Charlie interrompeu.
.Eu estava pensando em algo mais parecido com „elegante...
Charlie ruborizou. Alice pegou o cotovelo dele e o rodou lentamente pra que ele mostrasse o terno cinza pálido. .Pára com isso, Alice. Eu pareço um idiota..
.Ninguém vestido por mim fica parecendo um idiota..
.Ela está certa, pai. Você está fabuloso! Qual é a ocasião?.
Alice revirou os olhos. .É a última prova de roupa. Pra vocês dois..
Eu tirei meus olhos da elegância não habitual de Charlie e pela primeira vez vi a bolsa branca estufada deitada cuidadosamente no sofá. .Ahhh..
.Vá pro seu cantinho feliz, Bella. Não vai demorar..
Eu respirei fundo e fechei os olhos. Mantendo-os fechados, eu procurei o meu caminho subindo as escadas até o meu quarto. Eu fiquei de lingerie e estiquei os braços.
.Parece até que eu estou enfiando farpas de bambu embaixo das suas unhas.. Alice murmurou pra si mesma enquanto me seguia. Eu não prestei atenção nela. Eu estava no meu cantinho feliz.
No meu cantinho feliz, toda a bagunça do casamento estava acabada e pronta. Atrás de mim. Já reprimida e esquecida. Nós estávamos sozinhos, só Edward e eu. A paisagem era confusa e estava frequentemente em fluxo - ela passava de uma floresta nebulosa pra uma cidade coberta de nuvens pra uma noite ártica - porque Edward estava mantendo o local da nossa lua de mel em segredo pra mim. Mas eu não estava particularmente preocupada com essa parte. Edward e eu estávamos juntos, e eu tinha cumprido a minha parte do compromisso perfeitamente. Eu casei com ele. Essa era a parte maior. Mas eu também aceitei todos os seus presentes ultrajantes e me registrei, mesmo que futilmente, pra comparecer na Universidade de Dartmouth no outono. Agora era a vez dele.
Antes de me transformar em vampira - a grande promessa dele - ele tinha estipulado mais uma condição pra mim.
Edward tinha uma preocupação obsessiva com as coisas humanas que eu estaria deixando pra trás, as experiências que ele não queria que eu perdesse. Mas havia apenas uma experiência na qual eu estava insistindo. É claro que essa era a que ele queria que eu tivesse esquecido. No entanto, aqui estava o problema. Eu sabia no que eu me transformaria quando estivesse tudo acabado. Eu vi vampiros recém-nascidos em primeira mão, e eu tinha ouvido todas as histórias da minha futura família sobre a selvageria dos primeiros dias. Por vários anos, minha primeira personalidade ia ser .sedenta.. Ia levar algum tempo até que eu fosse eu mesma novamente. E mesmo quando eu estivesse sob controle de mim mesma, eu jamais me sentiria exatamente da forma que me sinto agora.
Humana… e apaixonadamente apaixonada.
Eu queria a experiência completa antes de trocar meu corpo quente, quebrável e guiado por hormônios por algo lindo, forte… e desconhecido. Eu queria uma lua de mel de verdade com Edward. E a despeito do perigo ao qual ele achava que ia me submeter, ele concordou em tentar. Eu estava apenas vagamente cônscia da presença de Alice e do cetim passando pelo meu corpo. Durante aquele momento, eu não me importei com o que a cidade inteira estava pensando de mim. Eu não pensava no espetáculo que teria que estrelar em breve. Eu não me importei em tropeçar na minha grinalda e rir na hora errada ou em ser jovem demais ou a multidão me encarando e nem sequer no assento vazio onde o meu melhor amigo estaria.
Eu estava com Edward no meu cantinho feliz.
2. Uma longa noite
.Eu já sinto a sua falta.
.Eu não preciso ir. Posso ficar. .Mmm….
Houve silêncio por um longo tempo, somente o som de meu coração batendo acelerado e o sussurro de nossos lábios se movendo sincronizados. As vezes era tão fácil esquecer que eu estava beijando um vampiro. Não porque ele parecesse comum e humano - eu nunca poderia esquecer que estava segurando mais do que um anjo em meus braços - mas porque ele me fazia sentir que não havia nada igual a sensação de ter seus lábios em meus lábios, em meu rosto, minha garganta… Ele dizia que já era passado a tentação que meu sangue lhe causava, que a idéia de me perder era mais forte que isso. Mas eu sabia que o cheiro de meu sangue ainda lhe causava dor-queimava em sua garganta como se ele estivesse inalando fogo. Eu abri meus olhos e encontrei os dele abertos também, fixados em meu rosto. Não fazia sentido ele me olhar daquele jeito. Como se eu fosse o prêmio ao invéz da ganhadora sortuda.
Nós nos encaramos por um momento, seus olhos dourados estavam tão profundos que era quase como se eu pudesse ver sua alma. Parecia bobo que justamente isso- a existência se sua alma- seja uma duvida, mesmo ele sendo um vampiro. Ele tinha a alma mais bonita, mas do que sua mente brilhante ou seu rosto incomparável e seu glorioso corpo.
Ele olhou de volta para mim, como se ele também pudesse ver minha alma, e estivesse gostando do que via. Ele não podia ver dentro de minha mente, pensando bem, não da maneira que ele via a dos outros. Quem saberia o por que - algum defeito em meu cérebro que me tornava imune a todos os extraordinários e assustadores poderes que alguns imortais possuem. (somente minha mente era imune, meu corpo ainda era uma vitima das habilidades dos vampiros com poderes diferentes dos de edward). Mas eu era seriamente grata a esse .defeito. que mantinham meus pensamentos em segredo. Era muito constrangedor sequer pensar na possibilidade.
Puxei seu rosto mais uma vez para perto do meu.
.Definitivamente vou ficar!.- ele murmurou um tempo depois.
.Não, não! É sua despedida de solteiro, você tem que ir..
Eu disse as palavras, mas meus dedos se enroscaram em seus cabelos cor de bronze, minha mão esquerda apertando suas costas. Seus dedos frios acariciaram meu rosto.
.Despedidas de solteiros são para aqueles que estão tristes com o fim de seus dias de solteiro. Eu não vejo a hora que eles acabem. Então não há razão para que eu vá..
.Verdade.-Eu disse respirando na pele gelada de sua garganta.
Isso era muito perto do que seria meu cantinho feliz. Charlie dormia profundamente em seu quarto, o que era quase o mesmo que estar sozinha. Nõs estavámos encolhidos em minha pequena cama, nossos corpos o mais juntos possível, apesar do grosso cobertor em que eu estava enrolada como um casulo. Eu odiava a necessidade do cobertor, mas o
romance acabava quando meus dentes começavam a bater. Charlie iria perceber se eu ligasse o aquecedor em Agosto…
Pelo menos, se houvesse algo ruim, a camisa de edward estava no chão. Eu nunca superei o choque de como seu corpo era perfeito- pálido e gelado como mármore. Eu corri minha mão por seu peito nu, passando por sua barriga perfeitamente rígida, passeando. Ele tremeu levemente, e seus lábios encontraram os meus novamente. Cuidadosamente a ponta de minha língua traçou seus lábios encerados, e ele suspirou. Seu hálito me invadiu - frio e delicioso- por todo o meu rosto.
Ele começou a recuar- esta era sua reação automática toda vez que achava que tinha ido longe demais, seu reflexo toda vez que ele queria mais. Edward passou toda sua vida rejeitando qualquer tipo de contato físico. Eu sei que para ele era assustador tentar mudar seus hábitos agora.
.Espere., eu disse agarrando seus ombros e o abraçando mais perto. Eu passei minha perna que estava livre ao redor de seu quadril. .A prática leva a perfeição..
Ele riu. .Bem, devemos estar bem perto da perfeição nesse ponto, não acha? Você dormiu alguma noite no ultimo mês?.
.Mas esse é o ensaio do vestido., Eu relembrei a ele. .E nós só praticamos algumas cenas. Não temos tempo a perder..
Eu pensei que ele fosse rir, mas ele não respondeu, e seu corpo endureceu de um nervoso repentino. O dourado em seus olhos pareceu endurecer de liquido para sólido.
Eu pensei no que havia dito e tentei entender o que ele havia pensado.
.Bella…., ele sussurrou. .Não comece com isso de novo., eu disse, .Trato é trato..
.Eu não sei. É muito difícil me concentrar quando você está comigo desse jeito. Eu - Eu não consigo pensar direito. Eu não vou conseguir me controlar. Você vai se machucar..
.Eu vou ficar bem.. .Bella….
.Shh…. eu pressionei meus lábios nos dele para parar com o ataque de pânico. Eu já havia ouvido aquilo antes. Ele não ia desistir do acordo. Não depois de insistir que eu casasse com ele primeiro.
Ele me beijou de volta por um momento, mas eu pude perceber que ele não estava com tanto entusiasmo como antes. Preocupado, sempre preocupado. Como seria diferente quando ele não tivesse que se preocupar mais comigo. O que ele fará em seu tempo livre? Terá que arrumar um hobby novo!
.Como estão seus pés?. ele perguntou
Sabendo que ele não falava no sentido literal eu respondi .Torrando de tão quentes..
.Mesmo? Não está mudando de idéia? Ainda não é tarde pra desistir.
.Você está tentando me fazer desisitir?.
Ele riu silenciosamente. .Só para ter certeza. Não quero que você faça nada de que não tenha certeza..
.Tenho certeza sobre você. Com o resto eu posso viver..
Ele hesitou e eu imaginei se devia fechar a minha boca.
.Você consegue?. ele disse quieto. .Eu não me refiro ao casamento - eu sei que você vai sobreviver apesar de não concordar- mas e depois… E Rennée? E Charlie?.
.Eu vou sentir falta deles.. Mais do que eles de mim, mas eu não quis dar a ele esse tipo de detalhe.
.Angela e Ben, Jéssica e Mike.
.Vou sentir falta dos meus amigos também.. Eu sorri para a escuridão. .Especialmente Mike! Oh Mike! Como vou sobreviver?.
Ele grunhiu.
Eu ri, mas logo fiquei séria novamente. .Edward nós já falamos sobre isso. Eu sei que vai ser difícil, mas é o que eu quero. Eu quero você, e quero para sempre. Uma vida não é suficiente para mim..
.Congelada para sempre aos dezoito. - ele sussurrou
.Todo sonho de mulher se torna realidade. eu provoquei
.Nunca mudando, nunca indo para frente..
.O que isso significa?.
Ele respondeu devagar. .Você se lembra quando contamos para Charlie a respeito do casamento? Ele pensou que você estava… grávida?.
.E ele pensou em atirar em você.. Eu disse com uma risada- .Admita, por um momento ele considerou isso..
Ele não respondeu.
.O que é Edward.?!
.Eu só queria… bem, queria que ele estivesse certo..
.Uhh. eu estremeci.
.Que houvesse alguma maneira que isso pudesse acontecer. De que corrêssemos esse risco. Eu odeio tirar isso de você também..
Eu precisei de um momento para responder. .Eu sei o que estou fazendo.
.Como você pode saber Bella? Olhe para minha mãe e minha irmã. Não é um sacrifício tão fácil quanto você imagina..
.Esme e Rosalie conseguiram superar isso. Se isso se tornar um problema podemos fazer o que Esme fez - nós vamos adotar!.
Ele suspirou e, em seguida, sua voz era feroz. .Isso não é certo! Não quero que você tenha que fazer sacrifícios por mim. Eu quero dar-lhe coisas, não tirar coisas de você. Eu não quero roubar o seu futuro. Se eu fosse humano-.
Eu coloquei minha mão sobre seus lábios. .Você é o meu futuro. Parar agora. Não se deprima, ou eu irei chamar seus irmãos para virem e pegar você. Talvez você precise de uma festa de despedida..
.Desculpe-me. Estou deprimido, não é? Devem ser os nervos..
.Seus pés estão frios (OBS. Pés frios = Estar amarelando)?.
.Não é nesse sentido. Eu tenho esperado um século para casar com você, Senhorita Swan. A cerimônia de casamento é a única coisa que eu mal posso esperar-. Ele suspendeu o pensamento. .Oh, por tudo que é mais sagrado!.
.O que houve?.
Ele rangeu os dentes. .Você não precisa ligar para os meus irmãos. Aparentemente eles não vão me deixar escapar essa noite.
Eu o abracei mais forte, mas depois soltei. Eu não tinha a menor pretenssão de ganhar uma guerra contra Emmet. .Divirta-se..
Houve um ruído através da janela. Alguém estava passando suas unhas de propósito no vidro para fazer um barulho horroroso de cobrir os ouvidos e arrepiar os cabelos. Eu dei de ombros.
.Se você não botar o Edward para fora. - Emmet - ainda invisível na noite - ameaçou- .nós vamos entrar pra pegar ele..
.Vá. Eu ri - .Antes que eles quebrem a minha casa..
Edward rolou seus olhos e em um único movimento se colocou de pé e com outro recolocou sua camisa. Ele se abaixou e beijou minha testa.
.Vá dormir. Você vai ter um grande dia amanhã.
.Obrigada! Isso realmente vai me acalmar!.
.Te vejo no altar..
.Eu vou ser a que vai estar de branco!. Eu sorri pensando em como isso soava irônico.
Ele riu. .Muito convincente.. E então ele foi. Passando pela minha janela mais rápido do que eu podia ver.
Lá fora houve um barulho abafado e eu ouvi Emmet xingar.
.É melhor vocês não trazerem ele de volta muito tarde. eu murmurei sabendo que eles ouviriam.
E então o rosto de Jasper apareceu em minha janela, seus cabelos loiros cor de mel reluzindo a luz da lua que passava pelas nuvens.
.Não se preocupe Bella. Vamos trazer ele de volta com tempo de sobra!.
Eu estava subitamente muito calma, e todas as minhas hesitações pareciam sem importância. Jasper era, na sua própria maneira, tão talentoso como Alice com suas previsões sobrenaturalmente exatas. Os poderes mediúnicos de Jasper era uma atituda maior do que o futuro, e era impossível resistir à sensação da maneira como ele queria que você se sentisse.
Eu sentei rapidamente, ainda enrolada nos cobertores. .Jasper? O que vampiros fazem em despedidas de solteiro? Vocês não vão leva-lo a um clube de strip , vão?.
.Não lhe diga nada!. Emmett grunhiu para cima. Havia um outro som, e Edward riu discretamente.
.Relaxe., Jasper disse-me - e foi o que fiz. .Nós Cullens temos a nossa própria versão. Apenas alguns leões da montanha, um casal de ursos cinzentos. Geralmente uma noitada ordinária..
Eu me pergunto se alguma vez serei capaz de ouvir de forma cavalheiresca sobre as dietas dos vampiros .vegetarianos..
.Obrigada, Jasper.
Ele piscou e saiu de vista.
Estava completamente silencioso lá fora. Os roncos abafados de Charlie vibravam através das paredes.
Eu deitei de volta no meu travesseiro, adormecendo agora. Eu observei as paredes do meu pequeno quarto, branqueada palidamente pelo luar, sobre as pálpebras pesadas.
A minha última noite no meu quarto. A minha última noite como Isabella Swan. Amanhã à noite, eu seria Bella Cullen. Apesar de todo o calvário do casamento ser um espinho ao meu lado, eu tinha de admitir que eu gostei de como soava.
Eu deixei a minha mente vaguear impassível por um momento, esperando cair no sono. Mas, depois de alguns minutos, encontrava-me mais alerta, a ansiedade crescente de volta para o meu estômago, embrulhando-se em posições desconfortáveis. A cama parecia muito suave, muito quente sem Edward. Jasper estava longe, e toda a paz, e sentimentos relaxantes foram com ele.
Ela iria ter um longo dia amanhã.
Eu estava ciente de que a maioria dos meus medos eram estúpidos - eu só tinha que tirá-los de mim. Atenção era uma parte inevitável da vida. Eu não podia estar sempre misturada com a paisagem. No entanto, eu tenho algumas preocupações específicas que eram completamente válidas.
Primeiro, havia a cauda de vestidos de casamento. Alice claramente tinha deixado seu sentido artístico dominar sobre aspectos práticos disso. Manobrar nas escadas dos Cullens com salto e uma cauda pareceu impossível. Eu deveria ter praticado.
Depois, tinha a lista de convidados.
A família de Tanya, o clã Denali, estaria chegando antes da cerimônia.
Seria delicado ter a família de Tanya no mesmo quarto com os nossos convidados da reserva Quileute, o pai de Jacob e os Clearwaters. O Denalis não eram fãs do lobisomens. Na verdade, a irmã de Tanya, Irina, não ia vir para o casamento por nada. Ela ainda carregava uma vingança contra os lobisomens por matarem seu amigo Laurent (exatamente como ele estava prestes a me matar). Graças a esse ressentimento, os Denali tinham abandonado a família de Edward na sua pior hora de necessidade. Foi a desagradável aliança com os lobos Quileute que salvou as nossas vidas, quando a horda de vampiros recém-nascidos atacaram. . . .
Edward tinha me prometido que não seria perigoso ter os Denalis perto dos Quileutes. Tanya e toda sua família - exceto Irina - sentiam-se horrívelmente culpados por esse abandono. Uma trégua com os lobisomens era um pequeno preço para compensar um pouco desta dívida, um preço que estavam dispostos a pagar.
Este era um grande problema, mashavia um pequeno problema também: minha frágil auto-estima.
Eu nunca tinha visto Tanya antes, mas eu tinha certeza que conhecê-la não seria uma experiência prazeirosa para o meu ego. Uma vez, provavelmente antes de eu ter nascido, ela tinha feito seu jogo para Edward - não que eu culpe a ela ou alguém por tê-lo desejado. Mesmo assim, ela deveria ser extremamente linda e magnifíca. Mesmo que Edward claramente - se inconcebivelmente - tenha preferido a mim, eu não seria capaz de ajudar fazendo comparações. Eu tinha rosnado um pouco até que Edward, que sabia a minha fraqueza, me fez sentir culpada.
.Nós comos a coisa mais próxima que eles têm de uma família, Bella,. ele me lembrou. .Eles ainda se sentem como orfãos, você sabe, mesmo depois de todo esse tempo..
Então eu aceitei, escondendo a minha careta.
Tanya tinha uma grande família agora, quase tão grande quanto os Cullens. Eles eram em cinco; Tanya, Kate e Irina haviam entrado através de Carmen e Eleazor de uma forma bem parecida como Alice e Jasper entraram para os Cullens, todos eles levados pelo desejo de viver com mais compaixão do que os vampiros normais fizeram.
Mesmo com toda a companhia, entretanto, Tanya e suas irmãs ainda eram sozinhas. Ainda estavam de luto. Porque há muito tempo atrás, elas também tiveram uma mãe.
Eu conseguia imaginar o vazio que a perda devia ter deixado, mesmo depois de milhares de anos. Eu tentei imaginar a família Cullen sem o seu criador, seu centro e seu guia - seu pai, Carlisle. Eu não consegui.
Carlisle havia explicado a história de Tanya durante uma das muitas noites em que eu passei na casa dos Cullen, aprendendo tanto quanto eu podia, me preparando o máximo possível para o futuro que eu havia escolhido. A história da mãe de Tanya foi um dentre tantos, um conto de aviso ilustrando uma das regras que eu nunca poderia esquecer quando eu adentrasse o mundo dos imortais. Uma única regra, de fato - uma leia com milhares de facetas: Guarde o segredo.
Guardar o segredo significava muitas coisas - viver imperceptivelmente como o Cullens, se mudar antes que os humanos descofiassem de que eles não estavam envelhecendo. Ou mantendo-se completamente longe de seres humanos - exceto na hora da refeição - como a vida nômade como James e Victoria tinham vivido; como os amigos de Jasper, Peter e Charlotte, tinham vivido. Isso significa manter controle de quaisquer novos vampiros que você tenha criado, como Jasper fez quando viveu com Maria. Como Victoria havia falhado com os recém-nascidos.
Isso significa não criar algumas coisas, acima de tudo, porque algumas criações são incontroláveis.
.Eu não sei o nome da mãe de Tanya., Carlisle admitiu, seus olhos dourados, quase uma exata sombra de seu cabelo preso, triste com as lembranças da dor de Tanya. .Eles nunca falam sobre ela se puderem evitar, nunca pensam nela carinhosamente. A mulher que criou Tanya, Kate e Irina - que as amou, eu acredito, - viveu muitos anos antes que eu tivesse nascido, durante uma época de peste em nosso mundo, a peste das crianças imortais.
.O que eles estavam pensando, os anciões, eu não consigo entender. Eles criaram vampiros sob humanos que mal eram alguma coisa além de crianças..
Eu tive que engolir a bile que estava em minha garganta quando imaginei o que ele havia descrito.
.Eles eram muito lindos,. Carlisle explicou rapidamente, vendo minha reação. .Tão amáveis, tão encantadores, você não consegue imaginar. Mas era preciso estar perto deles para amá-los; isto era algo automático..
.Contudo, eles não podiam ser ensinados. Eles foram congelados em qualquer nível do desenvolvimento em que eles estavam antes de ser mordidos. Adoráveis crianças de dois anos de idade, com covinhas e ceceios que podiam destuir metade de uma vila com seu furor. Se eles estavam com fome, eles se alimentavam, e não havia palavras de aviso que os parassem. Humanos os viam, histórias começaram a circular, o medo se alastrava como fogo na palha seca….
.A mãe de Tânia criou uma dessas crianças. E assim como os outros anciões, não consigo imaginar as suas razões.. Ele deu um profundo suspiro. .Os Volturi se envolveram, é claro..
Eu estremi como sempre com aquele nome, mas é claro, que a legião de vampiros da Itália - a realeza de sua espécie - era o centro da história. Não podia existir uma lei se não houvesse uma punição; não podia havia uma punição se não houvesse ninguém para aplicá-la. Os anciões Aro, Caius e Marcus governavam as forças dos Volturi. Eu somente os vi uma vez, mas naquele breve encontro, pareceu para mim que Aro, com seu poderoso poder de ler-mentes - um toque e ele sabia cada pensamento que aquela mente já havia tido - era o líder verdadeiro.
.Os Volturi estudaram as crianças imortais, em sua casa em Volterra e ao redor do mundo. Caius decidiu que os jovens eram incapazes de proteger nosso segredo. Então eles deveriam ser destruídos. .Eu te disse que eles eram adoráveis. Bem, grupos de bruxas lutaram até o último homem - que foram completamente dizimados - para protegê-los. A carnificina não foi generalizada em guerras como a do continente do Sul, mas mais devastador de sua própria maneira. Grupos de bruxas enraizados, velhas tradições, amigos… Muita perda. No final, a prática foi completamente eliminada. As crianças imortais se tornaram não mencionáveis, um tabu.
.Quando eu vivi com os Volturi, encontrei duas crianças imortais, por isso sabia em primeira mão o poder que tinham. Aro estudou os pequeninos por muitos anos após a catástrofe que eles provocaram. Você sabe curiosamente sua disposição; ele estava esperançoso de que poderia amansá-las. Mas, no fim, a decisão foi unânime: as crianças imortais não poderiam existir Todos haviam esquecido a mãe das irmãs Denally quando a história retornou.
.Não está totalmente claro o que aconteceu com a mãe de Tanya,. Carlisle disse. .Tanya, Kate e Irina foram inteiramente óbvias até o dia em que os Voltury chegaram, sua mãe e suas criações ilegais feitos priosioneiros. Foi a ignorância que salvou Tanya e suas irmãs. Aro lhes tocou e viu a sua total inocência, para que não fossem punidas como sua mãe. .Nenhuma delas tinha visto o garoto antes, ou tinham sonhando com sua existência, até o dia que elas o viram queimar nos braços de sua mãe. Eu posso apenas imaginar que sua mãe teve que guardar seu segredo para protegê-las desse exato resultado. Mas em primeiro lugar, por que ela o criou? Quem foi ele, e o que ele pretendia para ela que fez com que ela atravessasse esse inimaginável limite? Tanya e os outros nunca receberam uma resposta para nenhuma dessas perguntas. Mas não duvidavam da culpa de sua mãe, e não penso que eles lhe perdoaram de verdade.
.Elas foram sortudas que Aro estava se sentindo compassivo aquele dia. Tanya e suas irmãs foram perdoadas, mas as deixaram com os corações feridos e um grande respeito pela lei….
Eu não sei exatamente em qual momento a memória se transformou em sonho. Um momento parecia que eu estava ouvindo Carlisle em minha memória, olhando para o seu rosto e então, no outro momento eu estava olhando para um cinza, árido campo e sentindo o cheiro de um denso incenso no ar. Eu não estava sozinha ali.
A mistura de figuras no centro do campo, todos cobertos com uma capa escura, devia ter me aterrorizado - eles só podiam ser os Volturi e eu, ao contrário do decretado em nossa última reunião, ainda humana. Mas eu sabia, como algumas vezes acontecia nos sonhos, que eu era invisível para eles.
Espalhados ao meu redor estavam montes de fumaça. Reconheci a doçura no ar e não examinei o esfumaçado muito profundamente. Não tive nenhum desejo de ver as caras dos vampiros que eles tinham executado, com um pouco de medo que eu pudesse reconhecer alguém por dentre as chamas. Os soldados Volturi pararam em um círculo ao redor de alguma coisa ou alguém e eu pude ouvir suas vozes em suspiro sobrepondo-se à agitação. Eu me debrucei sobre as capas, levada pelo sonho para ver que coisas ou pessoas que eles estavam examinando com tanta intensidade. Me arrastando cuidadosamente por entre dois encapuzados altos, eu finalmente vi o objeto do debate, subindo em um pequeno morro atrás deles.
Ele era bonito, adorável, como Carlisle tinha descrito. O garoto era ainda uma criança, e talvez tivesse até dois anos de idade. Cabelos cacheados em tom castanho claro enquadravam sua face de querubim com bochechas redondas e lábios cheios. E ele estava tremendo, seus olhos fechados como se ele estivesse receoso por assistir a sua morte se aproximar cada segundo.
Fiquei chocada com essa poderosa necessidade de salvar o adorável, apavorada criança que os Volturi, apesar de toda sua devastadora ameaça, não mais me importavam. Eu passei entre eles sem me importar se eles notariam. Soltando-me deles completamente, eu corri em direção ao menino.
Combaleando eu parei e pude ter uma visão clara do morro que ele se sentou. Aquilo não era terra e rocha, mas a uma pilha de corpos humanos, drenados e inanimados. Muito tarde para não ver seus rostos. Eu conhecia todos eles Angela-, Ben, Jessica, Mike…. E diretamente abaixo do menino adorável estavam os corpos do meu pai e minha mãe.
A criança abriu os seus olhos brilhantes, cor de sangue.
3. GRANDE DIA
Meus olhos se abriram num átimo.
Me inclinei respirando com dificuldade e tremendo em minha cama quente por alguns minutos, tentando me esqueçer daquele sonho. O céu na minha janela estava cinzento e foi se tornando rosa pálido enquanto eu esperava meu coração se acalmar.
Quando eu voltei completamente a realidade de meu desarrumado e familiar quarto, eu estava um pouco aborrecida comigo mesma. Que sonho para se ter na noite antes de meu casamento! Era isto que eu ganhava por pensar em histórias perturbadoras no meio da noite.
Anciosa em me esqueçer daquele pesadelo, eu me me vesti e desci até a cozinha bem antes do que eu realmente precisava. Primeiro eu limpei as panelas sujas e quando Charlie acordou, eu lhe fiz panquecas. Eu estava muito preocupada para ter qualquer interesse em comer o café da manhã - Eu sentei aguardando enquanto ele comia.
.Você tem de buscar o Sr. Weber as três horas.. Eu o lembrei.
.Eu não tenho nada mais a fazer hoje além de buscar o ministro, Bells. Eu não vou esqueçer meu único trabalho.. Charlie tinha tirado o dia inteiro de folga para o casamento, e ele estava definitivamente sem entusiasmo. De vez em quando seus olhos passavam discretamente no closet embaixo da escada, onde ele guardava seu material de pesca.
.Este não é seu único dever. Você tambem tem de estar vestido e apresentável..
Ele se abaixou para comer sua tigela de cereais e sussurou .roupa de macaco. enquanto comia.
Ouvi uma leve batida na porta da frente.
.Você acha que está em maus lençois,. eu disse, fazendo uma careta. .Alice vai trabalhar em mim o dia todo..
Charlie fez um movimento com a cabeça, perdido em pensamentos, admitindo que ele teria que lidar com menos problemas. Eu me abaixei para beijar o topo de sua cabeça me movendo para sair -ele ficou vermelho e pigarreou- e eu continuei em direção à porta para receber minha melhor amiga e em breve, irmã.
O cabelo preto e curto de Alice não estava no seu estilo de sempre pontudo - ele estava alisado em mechas onduladas ao redor de seu rosto, que estava com uma expressão de negócios. Ela me arrastou de casa com um breve .Olá, Charlie. dito por cima de seus ombros.
Alice me avaliou enquanto eu entrava na porsche.
.Ah, diabos, olhe como estão seus olhos!. Ela bufou em desaprovamento. .O que você fez? Ficou acordada durante toda a noite?.
.Quase..
Ela pareçeu irritada .Eu vou precisar de muito tempo para fazer você divina Bella - voce deveria ter cuidado melhor de meus ingredientes..
.Ninguém espera que eu esteja divina. Eu acho que o maior problema é que eu fique sonolenta durante a cerimônia e não seja capaz de dizer =Eu Aceito‘ na parte certa, e então Edward terá escapado..
Ela riu.. Eu vou atirar minhas flores em você quando nos aproximarmos do momento..
.Obrigada..
.Ao menos você terá muito tempo para dormir no avião amanhã..
Eu levantei uma sombrancelha. Amanhã, eu meditei. Se nós vamos sair hoje a noite após a recepção e ainda estaremos em um avião amanhã… bem, nós não estamos indo para Boise, em Idaho. Edward não deu nem ao menos uma dica. Eu não estava particularmente estressada sobre o mistério, mas era estranho não saber onde eu estaria dormindo amanhã a noite. Ou com esperanças não estar dormindo…
Alice percebeu que tinha dito algo e fez uma careta.
.Você está com as malas prontas,. ela disse para me distrair.
Funcionou. .Alice, eu gostaria que você me deixasse fazer minhas próprias malas!.
.Isso levaria muito tempo..
.E teria te tirado uma boa oportunidade de fazer compras..
.Você irá ser oficialmente minha imã em dez horas.. já é hora de superar essa aversão a roupas novas..
Olhei séria através do para-brisa até nós estarmos quase na casa.
.Ele já voltou?. Eu perguntei.
.Não se preocupe, ele estará aqui antes da musica começar. Mas você não poderá vê-lo não importa quando ele chegar. Nós estamos fazendo isto da maneira tradicional..
Eu suspirei. .Tradicional!.
.Sim, mantendo distância entre a noiva e o noivo..
.Você sabe que ele já está a espreita..
.Ah não - por isso eu serei a única a ver você no vestido. Eu serei bem cuidadosa em não pensar nisso quando ele estiver por perto..
.Bem,. Eu disse enquanto nós estravamos no caminho da sua casa, .Vejo que você reutilizou parte das decorações da formatura.. Todo caminho estava cheia de luzes piscantes. Desta vez ela adicionou arcos de cetim branco.
.Sem desperdício para quem não quer. Aprecie isto, porque você não vai ver a decoração interna até a hora chegar.. Ela entrou na garagem em forma de caverna ao norte da casa; o jipe de Emmett não estava ali ainda.
.Desde quando a noiva é proibida de ver as decorações?. - Eu Protestei.
.Desde quando ela me colocou à cargo disso. Eu quero que você veja as surpresas na hora de descer as escadas..
Ela botou suas mãos sobre meus olhos antes de me deixar entrar na cozinha. Eu fui imediatamente tomada pelo cheiro de comida.
.O que é isso?. Eu perguntei enquanto ela me guiava pela casa.
.Será que é demais?. A voz de Alice estava preocupada. .Você é a primeira humana a entrar aqui; eu espero que tenha feito isto certo..
.Cheira maravilhosamente bem!. Eu à garanti - quase intoxicante mas não muito forte, o balanço de diferentes fragrâncias era sutil e alternado. .Flor de laranjeira… Lavanda.. e algo mais - estou certa?.
.Muito bem, Bella. Você só se esqueceu da frésia e das rosas..
Ela não tirou suas mãos de meus olhos até alcançarmos o seu grande banheiro. Eu olhei para a longa pia, coberta de todo tipo de coisas de um salão de beleza, e começei a sentir os efeitos de minhas poucas horas de sono.
.É realmente necessário?. Eu vou parecer simples perto dele de qualquer jeito.
Ela me sentou em uma pequena cadeira rosa. .Ninguêm irá lhe chamar de simples quando eu terminar com você..
.Somente porque eles têm medo de que você sugue seu sangue,. eu disse. Apoiei minhas costas na cadeira e fechei meus olhos, esperando poder tirar um cochilo enquanto isso. Eu acordava e cochilava continuadamente enquanto Alice maquiava cada superfície de meu corpo.
Já passava da hora do almoço quando Rosalie deslizou pela porta do banheiro em um longo vestido prata, com seus cabelos presos em um coque no topo de sua cabeça. Ela estava tão bonita que me fazia querer chorar. Qual era mesmo a razão de se arrumar com Rosalie por perto?
.Eles voltaram,. disse Rosalie, e imadiatamente meu infantil senso de desespero se foi. Edward estava em casa.
.Mantenha-o longe daqui!.
.Ele não vai te ver hoje,. Rosalie assegurou Alice. .Ele valoriza sua vida o suficiente. Esme está com ele ajudando nos preparativos. Você precisa de alguma ajuda? Eu poderia fazer o cabelo dela..
Minha boca se abriu de espanto. Eu mergulhei em pensamentos na minha cabeça. Tentando lembrar como fechá-la.
Eu nunca fui a pessoa favorita de Rosalie no mundo. Em adição, para fazer as coisas ainda mais difíceis entre nós ela estava pessoalmente ofendida pela escolha que eu estava fazendo agora. E pensar que tendo sua beleza magnífica, sua família amável e Emmett, ela trocaria isto tudo para ser humana. E aqui estava eu, jogando tudo que ela sempre desejou fora como se fosse lixo. Isso não a deixava exatamente de bem comigo.
.Claro,. Alice disse. .Você pode começar a fazer as tranças. Eu as quero embaraçadas. O véu irá aqui, por baixo.. As mãos de Alice começaram a trabalhar em meu cabelo, o separando, alisando, falando com detalhes exatamente o que ela queria. Quando ela terminou de explicar, Rosalie tomou seu lugar, dando forma a meu cabelo. Alice voltou a se concentrar em meu rosto.
Quando Rosalie recebeu a aprovação de Alice sobre meu cabelo ela foi enviada para buscar meu vestido e procurar por Jasper, que estava responsável por buscar minha mãe e Phil em seu hotel. Eu podia ouvir as portas da casa abrindo e fechando continuadamente no andar de baixo. Vozes estavam vindo lá de baixo.
Alice me fez levantar para poder passar o vestido por cima de meu cabelo e maquiagem. Meus joelhos tremeram enquanto ela fechava rapidamente os botões de peróla nas minhas costas.
.Respire profundamente Bella,. disse Alice. .E tente diminuir seu ritmo cardíaco. Você irá suar seu rosto..
Eu fiz a melhor expressão sarcástica que pude. .Vou fazer meu melhor..
.Eu tenho de me vestir agora. Você pode se manter sozinha por 2 minutos?.
.Um.. talvez?.
Ela virou os olhos e saiu pela porta.
Eu me concentrei na minha respiração, contando cada movimento de meus pulmões e me distraindo observando as cores que as luzes do banheiro faziam em contato com meu vestido. Eu estava com medo de olhar no espelho - com medo de que me ver em um vestido de noiva me fizesse entrar em um total ataque de pânico.
Alice estava de volta antes de eu contar 200 respirações, em um vestido que lhe caia no corpo como uma caichoeira prateada.
.Alice - wow!.
.Não é nada. Ninguem estará olhando para min hoje. Não enquanto você estiver na sala..
.Ha, Ha..
.Então, você está sobre controle, ou eu devo trazer Jasper aqui?.
.Eles estão de volta? Minha mãe está aqui?.
.Ela acabou de passar pela porta. Está subindo.
Renée tinha chegado há 2 dias e eu tinha ficado cada minuto que eu pude com ela - cada minuto que eu pude tirar ela de perto de Esme e das decorações, em outras palavras. Pelo que eu podia notar, ela parecia estar se divertindo com isso tanto quanto uma criança trancada na Disneyland à noite. De certa maneira eu me senti tão ultrajada quanto Charlie. Todo aquele terror sobre como seria sua reação…
.Ah,Bella!. ela disse em voz alta agora, antes de passar pela porta. .Ah, querida, você está linda!. Ah, eu vou chorar! Alice, você é simplesmente demais! Você e Esme deveriam entrar nos negócios sobre planejamento de casamentos. Onde você encontrou esse vestido? É demais! Tão gracioso, tão elegante.. .Bella, você parece ter saído de um filme.. Ouvi a voz da minha mãe um pouco distante, e tudo na sala estava um pouco mais borrado. .Que idéia criativa, o tema foi todo centrado no anel da Bella. Tão romântico! E pensar que está na familia do Edward desdo século 18!.
Alice e eu já estavamos com as roupas do casamento. Minha mãe estava fora da moda de vestidos por algumas centenas de anos.
O casamento na verdade não era centrado no anel, mas sim, em Edward.
Logo depois, veio um som brusco, um limpar de garganta fora da sala.
.Renée, a Esme disse que é a hora de você se acomodar aqui em baixo. disse Charlie.
.Bem, Charlie, não seja tão apressado. Renée disse em um tom que ficamos chocadas.
Aquilo deve ter explicado a frieza na resposta de Charlie.
.Alice fica comigo.
.Esta mesmo na hora?. Renée disse para si, parecendo mais nervosa do que eu. .Isso está acontecendo tão rápido. Estou me sentindo tonta..
Então somos duas.
.Me dê um abraço antes que eu desça. Renée insistiu .Cuidado agora, não chore.
Minha mãe me apertou gentilmente em torno da cintura, e foi girando a maçaneta da porta,apenas quando completou o giro, olhou para mim de novo. .Oh Deus, eu quase me esqueci! Charlie, onde está a caixa?
Meu pai vasculhou seus bolsos por um minuto e pegou uma pequena caixa branca, e a deu para Renée.
Renée levantou a tampa, e a passou para mim.
.Uma coisa azul,. ela disse.
.Alguma coisa antiga também. Elas foram da vovó Swan.. Charlie acrescentou. .Nós pedimoa a um joalheiro para substituir as pedras antigas por safiras.
Dentro da caixa havia dois pesados arranjos de cabelo prata. Safiras azuis marinho estavam agrupadas em formas florais no topo do arranjo. Minha voz falhou =‘ Mãe, pai… vocês não precisavam.
.Alice não nos deixou fazer mais nada. Renée disse. . Toda vez que tentávamos ela quase nos rasgava a garganta..
Um risinho histérico escapou dos meus lábios.
Alice passou rapidamente ambos sobre as pontas de minhas tranças. .Isso é algo antigo e azul., =‘ Alice sussurrou, se afastando alguns passos para me admirar. .E o seu vestido é novo… Então aqui - .
Ela jogou algo em mim, eu estendi as mãos automaticamente e uma fina liga branca caiu em minhas mãos.
.Isso é meu e eu quero de volta. Alice me disse.
Eu corei de vergonha.
.Aqui. Alice disse com satisfação .Um pouco de cor - é tudo que você precisa. Você esta oficialmente perfeita. Com um sorriso se dando os parabéns pelo seu trabalho, ela me deixou com meus pais.
.Renée você precisa ir .
.Sim senhora. Renée me deu um beijo e se apressou para fora da porta.
.Charlie você poderia pegar as flores por favor?.
Enquanto Charlie sai da sala, Alice pegou a liga das minhas mãos e as colocou por debaixo da minha saia. Eu respirei fundo e cambaleei quando a mão fria dela tocou meu tornozelo; ela colocou a liga no lugar.
Ela voltou a sua posição quando Charlie retornou com dois ramos de flores brancas. O perfume das rosas e de azahar me envolviam em uma suave névoa.
Rosalie - a melhor músicista na família, depois de Edward - começou a tocar piano baixo. Pachelbel‘s Canon, a canção. Eu comecei a hiperventilar.
.Fácil Bells,. Charlie disse. Ele virou-se para Alice, nervoso. .Ela parece um pouco doente. Você acha que ela consegue fazer isso?.
Sua voz soou muito longe. Eu não podia sentir minhas pernas.
.Ela vai ficar melhor..
Alice ficou na minha frente, na ponta dos pés, para poder me encarar nos olhos, e agarrou meus braços.
.Foque-se, Bella! Edward está esperando você lá embaixo!.
Eu respirei profundamente, disposta a manter a compostura.
A música lenta começou com um novo som, Charlie me deu uma cotovelada. .Bells, nós estamos prontos para bater..
.Bella?. Alice perguntou-me, ainda encarando ao meu olhar.
.Sim., Eu rangi. .Edward.. Ok. Eu deixei ele me conduzir do quarto com o braço de Charlie em meu cotovelo. A música falou mais alto na sala. Eu fui puxada pela escada junto com a fragancia de milhões de flores. Eu concentrei-me na idéia de que Edward estaria me esperando para me fazer arranhar o chão. A música me era familiar, a tradicional marcha dos Wagner‘s, rodeado por uma avalanche de enfeites.
.É a minha vez., Alice chiou. .Conte até cinco e me siga. Ela começou a descer as escadas lenta e graciosamente. Eu devia ter me dado conta que ter Alice como minha única dama de honra era um erro. Eu ia parecer muito mais descoordenada andando atrás dela.
Um súbito ruído de juntou à música. Eu reconheci a minha deixa.
.Não me deixe cair, pai., eu sussurrei. Charlie pôs a minha mão em meu braço e o apertou com força.
Um passo de cada vez, eu disse a mim mesma enquanto começava a descer ao lento som da marcha. Eu não ergui meus olhos até que os meus pés estavam seguros no chão, apesar de conseguir ouvir os murmúrios e ruídos da platéia enquanto eu aparecia. O sangue subiu pro meu rosto por causa do som; é claro que já se esperava que eu fosse uma noiva corada. Assim que os meus pés tinham vencido as escadas traiçoeiras, eu estava procurando por ele. Por um breve segundo, eu fiquei distraída com a profusão de botões de flores brancas que pendiam de guirlandas em qualquer parte da sala que não estivesse viva, caindo em longas filas de leves laços brancos. Mas eu separei meus olhos dos arcos das portas e procurei pelas fileiras de cadeiras cobertas de cetim - ficando ainda mais vermelha quando vi a multidão de rostos olhando pra mim - até que eu finalmente o encontrei, de pé perto de um vaso com mais flores ainda, e mais laços.
Eu mal tinha consciência de Carlisle de pé ao lado dele, e do pai de Angela atrás dos dois. Eu não vi minha mãe de onde ela devia estar sentada na primeira fileira, nem a minha família nova, ou nenhum dos meus convidados - eles teriam que esperar até mais tarde. Tudo o que eu realmente via era o rosto de Edward; ele encheu minha visão e dominou minha mente. Os olhos dele estavam claros, ouro em chamas; seu rosto perfeito estava
quase parecendo severo com a profundidade de suas emoções. E aí, quando ele encontrou meu olhar abismado, ele se quebrou em um sorriso feliz de tirar o fôlego.
De repente, a única coisa me impedindo de correr pelo corredor era a mão de Charlie apertando a minha.
A marcha era lenta demais enquanto eu tentava fazer meus pés acompanharem o ritmo. Por sorte, o corredor era bem curto. E finalmente, finalmente, eu estava lá. Edward estendeu sua mão. Charlie pegou minha mão e, num símbolo tão velho quanto o mundo, colocou-a sobre a mão de Edward. Eu toquei o frio milagre de sua pele, e eu estava em casa.
Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já foram ditas milhões de vezes, apesar de nunca por um casal como nós. Nós só pedimos ao Sr. Weber pra fazer uma pequena mudança. Ele concordou em trocar a frase .até que a morte nos separe. por uma mais apropriada .enquanto nós dois vivermos..
Naquele momento, enquanto o juiz de paz dizia sua parte, meu mundo, que tinha estado de cabeça pra baixo por tanto tempo, agora parecia ficar na posição correta. Eu me dei conta do quanto eu estava sendo ao sentir medo disso - como se isso fosse um presente de aniversário que eu não queria ou uma exibição vergonhosa, como um baile. Eu olhei para os olhos brilhantes, triunfantes de Edward, e eu soube que eu também estava vencendo. Porque nada mais importava além do fato de que eu poderia ficar com ele.
Eu não me dei conta de que estava chorando até a hora de dizer as palavras tão esperadas.
.Eu aceito., eu consegui botar pra fora num sussurro quase inaudível, piscando pra conseguir ver o rosto dele.
Quando foi a vez dele de falar, as palavras soaram claras e vitoriosas.
.Eu aceito., ele jurou.
O Sr. Weber nos declarou marido e mulher, e aí as mãos de Edward de ergueram pra segurar o meu rosto, cuidadosamente, como se ele fosse delicado como as pétalas brancas balançando sobre nossas cabeças. Eu tentei compreender, apesar da quantidade de lágrimas me cegando, o fato surreal de que essa pessoa incrível era minha. Seus olhos dourados estavam como se pudessem estar cheios de lágrimas também, se isso não fosse uma coisa tão impossível. Ele abaixou sua cabeça em direção à minha, e eu fiquei na ponta dos pés, jogando meus braços - com buquê e tudo - ao redor do pescoço dele. Ele me beijou ternamente, me adorando; eu esqueci a multidão, o lugar, o tempo, a razão… lembrando apenas que ele me amava, que ele me queria, que eu era dele. Ele começou o beijo e eu tive que termina-lo; eu me agarrei a ele, ignorando as risadinhas e os convidados limpando as gargantas. Finalmente, as mãos dele detiveram meu rosto e ele se afastou - cedo demais - pra me olhar. Na superfície seu sorriso repentino estava divertido, era quase um sorriso pretensioso. Mas por baixo desse espetáculo momentâneo da minha exibição pública estava uma profunda alegria que ecoava a minha própria.
A multidão aplaudiu, e ele virou os nossos corpos para ficar de frente para as nossas famílias e amigos. Eu não pude tirar o olho do rosto dele, para vê-los.
Os braços da minha mãe foram os primeiros a me encontrar, seu rosto coberto de lágrimas foi a primeira coisa que eu encontrei quando eu desviei meus olhos de Edward sem querer. E aí eu fui passada para a multidão, passada de abraço para abraço, apenas meio consciente de quem me abraçava, minha atenção concentrada na mão de Edward que segurava a minha própria mão com força. Eu reconheci a diferença entre os abraços suaves e quentes dos meus amigos humanos, e os abraços gentis e frios da minha nova família.
Um abraço severo se destacou entre os outros - Seth Clearwater teve a coragem de ficar em meio a todos os vampiros para representar meu amigo lobisomem perdido.
4. Gestos
A recepção do casamento fluiu bem. - prova do impecável trabalho de Alice. Havia apenas o crepúsculo sobre o rio; A cerimônia durou exatamente o esperado, o tempo do sol se escondendo atrás das árvores. A luz que se estendia por trás das árvores, dando-as um tom avermelhado, enquanto Edward me carregava sobre seu colo, através de uma porta de vidro, fazendo as flores brancas brilhar sob o chão. Havia mais de dez mil flores fora daqui, servindo com sua fragancia, até fora da pista de dança, criada na grama ao abrigo dos dois antigos cedros.
As coisas foram ficando calmas, relaxadas, como a tarde de Agosto que nos rodeava. A pequena multidão se espalhava pelo fraco brilho da luz, enquanto voltavámos para a presença dos amigos, onde receberiámos mais abraços. Não havia nada a dizer, apenas sorriámos.
.Parabéns,. Seth Clearwater nos disse, mergulhando a sua cabeça embaixo da borda de uma guirlanda de flor. Sua mãe, Sue, estava agarrada ao seu lado, olhando os hóspedes com a intensidade cuidadosa. A sua cara foi fina e feroz, uma expressão que foi acentuada pelo seu penteado curto, severo; tão curto como-de sua filha Leah, fiquei me perguntando se ela tinha cortado igual em uma demonstração da solidariedade. Bily Black, do outro lado de Seth, não parecia estar tão tenso quanto Sue.
Quando eu olhava o pai de Jacob, sempre me sentia como se estivesse vendo duas pessoas ao invés de uma. Havia um velho homem em sua cadeira de rodas alinhada, com um sorriso que todos viam. E também havia o descendente direto de uma longa linha de poderosos, mágicos chefes, emanando a autoridade que nasceu com ele. Embora a magia tenha - na falta de uma motivação - pulado sua geração, Billy era ainda uma parte do poder e da lenda. E através dele que fluiu a descendência. Ela fluiu para o seu filho, o herdeiro da magia, que tinha virado as costas a ele. Sam Uley que age como o chefe das lendas e magia agora …
Billy parecia curioso com a facilidade de seus companheiros considerarem o evento - seus olhos pretos brilharam como se ele tivesse acabado de receber boas notícias, eu estava impressionada pela sua tranquilidade. O casamento deve ter parecido uma coisa muito ruim, a pior coisa que poderia acontecer com a filha de seu melhor amigo, nos olhos de Billy.
Eu sabia que não era fácil para ele restringir seus sentimentos, considerando o desafio desse evento que apontava para o antigo tratado entre os Cullens e os Quileutes - o tratado que proibiu os Cullens de criarem outro vampiro. Os lobos sabiam que uma violação estava chegando, mas os Cullens não tinham idéia de iriam como reagir. Antes da aliança, isso teria significado um ataque imediato. Uma guerra. Mas dessa vez que eles conheciam melhor um ao outro, haveria perdão?
(A partir daqui, a tradução foi feita pela comunidade traduções de livros!)
Como que em resposta a esse pensamento, Seth se inclinou na direção de Edward, com os braços estendidos. Edward retornou o abraço com seu braço livre.
Eu vi Sue estremecer delicadamente.
.É bom ver as coisas dando certo pra você, cara., Seth disse. .Eu estou feliz por você..
.Obrigado, Seth. Isso significa muito pra mim.. Edward se afastou de Seth e olhou para Sue e Billy. .Obrigado a vocês também. Por ter deixado o Seth vir. Por dar apoio a Bella hoje..
.De nada. Billy disse com sua voz profunda, gutural, e eu me surpreendi com o otimismo na voz dele. Talvez uma trégua mais forte estivesse no horizonte.
Uma pequena fila estava se formando, então Seth acenou dando adeus e Billy empurrou sua cadeira em direção à comida. Sue manteve uma mão em cada um deles.
Angela e Bem eram os próximos querendo nossa atenção, seguidos pelos pais de Angela e então Mike e Jéssica, que estavam - para minha surpresa - de mãos dadas. Eu não sabia que eles estavam juntos de novo. Isso era bom.
Atrás dos meus amigos humanos estavam os meus novos primos, os vampiros do clã Denali. Eu me dei conta de que estava prendendo a respiração enquanto a vampira da frente - Tanya, eu presumi pelo tom dos seus cabelos loiros - se aproximava para abraçar Edward. Perto dela, os outros três vampiros de olhos dourados me olharam com franca curiosidade.
Uma das mulheres tinha um cabelo longo, loiro pálido, liso como seda. A outra mulher e o homem ao seu lado tinham cabelos escuros, com a pele meio escurecida sobre sua compleição pálida.
Eles eram todos tão lindos que faziam meu estômago doer.
.Ah, Edward., Tanya disse. .Eu senti sua falta..
Edward gargalhou e inteligentemente conseguiu se livrar do abraço, colocando a mão levemente sobre o ombro dela e dando um passo pra trás. .Já faz bastante tempo, Tanya. Você parece bem..
.E você também..
.Deixe-me apresenta-los minha esposa.. Era a primeira vez que Edward dizia essa palavra desde que isso virou oficialmente verdade; parecia que ele ia explodir de satisfação dizendo isso agora. Todos os Denali sorriram levemente em resposta. .Tanya, esta é minha Bella..
Tanya era exatamente tão amável quanto nos meus piores pesadelos haviam predito. Ela me lançou um olhar que era mais especulativo do que resignado, e então pegou minha mão.
.Bem vinda à família, Bella., ela sorriu um pouco descontente. .Nós nos consideramos uma extensão da família de Carlisle, e eu lamento por, er, aquele incidente recente quando não nos comportamos como tal. Nós devíamos ter te conhecido mais cedo. Você pode nos perdoar?.
.É claro., eu disse sem fôlego. .É muito bom conhecer vocês..
.Agora todos os Cullen tem um par. Talvez agora seja a nossa vez, hein, Kate?. Ela sorriu para a loira.
.Continue sonhando., Kate disse, rolando seus olhos. Ela tomou minha mão de Tanya e apertou-a gentilmente. .Bem vinda, Bella..
A mulher de cabelos escuros pôs a mão sobre a de Kate. .Eu sou Carmem, esse é Eleazar. Estamos muito felizes por finalmente conhecer você..
.E-eu também., eu gaguejei.
Tanya olhou para as pessoas esperando atrás dela - o companheiro de trabalho de Charlie, Mark, e sua esposa. Seus olhos eram enormes enquanto eles olhavam para os Denali.
.Vamos nos conhecer depois. Nós temos muito tempo para fazer isso!. Tanya riu enquanto ela e sua família seguiam em frente.
Todos os padrões tradicionais foram mantidos. Eu fiquei cega pelos flashes de luz enquanto segurávamos a faca sobre o bolo espetacular - grande demais, eu pensei, para o nosso grupo relativamente íntimo de amigos e familiares. Nós começamos a enfiar bolo nos rostos um do outro; Edward engoliu corajosamente e parte que cabia a ele enquanto eu olhava sem acreditar. Eu joguei meu buquê com estranha destreza, diretamente nas mãos da surpresa Angela.
Emmett e Jasper rugiram de tanto rir quanto Edward arrancou a minha liga emprestada - que eu havia feito deslizar quase até o meu calcanhar - muito cuidadosamente com os dentes. Com uma piscadela pra mim, ele atirou-a bem na cara de Mike Newton.
E quando a música começou, Edward me puxou pros seus braços para a costumeira primeira dança; eu fui por vontade própria, apesar do meu medo de dançar - especialmente dançar na frente de uma platéia - feliz por ele simplesmente me abraçar. Ele fez todo o trabalho, e eu girei sem esforço algum sob as luzes e flashes brilhantes das câmeras.
.Aproveitando a festa, Sra. Cullen?. Ele sussurrou no meu ouvido.
Eu ri. .Eu vou levar um tempo pra me acostumar com isso..
.Nós temos muito tempo., ele me lembrou, sua voz exultante, e se inclinou pra me beijar enquanto a gente dançava. Câmeras disparavam sem parar.
A música trocou, e Charlie cutucou o ombro de Edward.
Dançar com Charlie nem de perto foi tão fácil. Ele não era melhor do que eu, então nós nos mexíamos cuidadosamente de um lado pro outro no pequeno formato de um quadrado. Edward e Esme giravam ao nosso redor como Fred Astaire e Ginger Rogers.
.Eu vou sentir sua falta lá em casa, Bella. Eu já me sinto sozinho..
Eu falei através da minha garganta apertada, tentando fazer piada sobre isso. .Eu me sinto simplesmente horrível, tendo que fazer você cozinhar pra si mesmo - é praticamente um crime de negligência. Você podia me prender..
Ele deu um sorriso. .Eu acho que vou sobreviver à comida. Só me ligue quando puder..
.Eu prometo..
Parecia que eu tinha dançado com todo mundo. Era bom ver todos os meus amigos, mas eu queria mesmo era estar com Edward acima de qualquer coisa. Eu fiquei feliz quando ele finalmente interrompeu, meio minuto depois que uma nova dança começou.
.Ainda não gosta muito de Mike, hein?. Eu comentei enquanto Edward me puxava pra longe dele.
.Não quando eu preciso ouvir os pensamentos dele. Ele tem sorte que eu não o botei pra fora. Ou pior..
.Tá, certo..
.Você teve uma chance de olhar para si mesma?.
.Um, não, eu acho que não. Por quê?.
.Então eu acho que você não se dá conta que está absolutamente linda e de tirar o fôlego esta noite. Não me surpreende que Mike tenha dificuldade com seus pensamentos impróprios com uma mulher casada. Eu estou desapontado por Alice não ter te forçado a se olhar no espelho..
.Você é louco, sabia?.
Ele suspirou e então parou e me virou em direção à casa. A parede de vidro refletia a festa lá atrás como um longo espelho. Edward apontou para o casal no espelho diretamente à nossa frente.
.Sou louco, não é?.
Eu vi apenas um pouco do reflexo de Edward - uma duplicata perfeita de seu rosto perfeito - com uma bonitona de cabelos escuros ao seu lado. A pele dela era como rosas e creme, seus olhos estavam enormes e excitados e margeados por enormes cílios grossos. A estrutura estreita do vestido branco cintilante ficava subitamente cheio na cauda quase como um lírio invertido, cortado com tanta destreza que seu corpo parecia elegante e gracioso - quando estava parada, pelo menos.
Antes de conseguir piscar e fazer a beleza se voltar para mim, Edward enrijeceu repentinamente e se virou automaticamente na outra direção, como se alguém tivesse chamado seu nome.
.Oh., ele disse. A testa dele enrugou por um instante e depois ficou suave de novo rapidamente.
De repente, ele estava sorrindo brilhantemente.
.O que é?. Eu perguntei.
.Um presente de casamento surpresa.
.Huh?.
Ele não respondeu; ele simplesmente começou a dançar de novo, girando comigo para o lado oposto ao que estávamos indo antes, nos distanciando das luzes e entrando nas profundezas da noite que cercava a luminosa pista de dança.
Ele não parou até que alcançamos o lado escuro de uma das enormes cidreiras. Então Edward seguiu diretamente para a sombra mais escura.
.Obrigado., Edward disse para a escuridão. .Isso é muito… gentil da sua parte..
.Gentil é o meu nome do meio. uma voz rouca familiar se ergueu da noite escura. .Posso invadir?.
Minha mão voou para a minha garganta, e se Edward não estivesse me segurando eu ia sofrer um colapso.
.Jacob!. Eu botei pra fora assim que consegui respirar. .Jacob!.
.E aí, Bells..
Eu cambaleei na direção da voz dele. Edward continuou segurando meu cotovelo até que outro forte par de mãos me pegou na escuridão. O calor da pele de Jacob queimou o cetim do vestido enquanto ele me puxou pra perto. Ele não se esforçou pra dançar; ele apenas me abraçou enquanto eu enterrava meu rosto em seu peito. Ele se inclinou para encostar seu queixo no topo de minha cabeça.
.Rosalie não vai me perdoar se ela não tiver sua valsa oficial na pista de dança., Edward murmurou, e eu sabia que ele estava nos deixando, me dando um presente - esse momento com Jacob.
.Oh, Jacob., eu estava chorando agora; eu não conseguia botar as palavras pra fora com clareza. .Obrigada..
.Para de se derreter, Bella. Você vai estragar seu vestido. Sou só eu..
.Só? Oh, Jake! Tudo está perfeito agora..
Ele rosnou. .É - a festa já pode começar o padrinho finalmente chegou..
.Agora todos que eu amo estão aqui..
Eu senti os lábios dele passando pelos meus cabelos. .Eu lamento ter me atrasado, querida..
.Eu estou tão feliz por você ter vindo!.
.Essa era a idéia..
Eu olhei na direção dos convidados, mas não consegui ver através dos dançarinos o lugar onde eu tinha visto o pai de Jacob pela última vez. Eu não sabia se ele tinha ficado. .Billy sabe que você está aqui?.
Assim que eu perguntei, eu soube que ele devia saber - era a única maneira de explicar a sua expressão feliz de antes.
.Eu tenho certeza que Sam contou a ele. eu vou vê-lo quando… quando a festa acabar..
.Ele vai ficar tão feliz por você estar em casa..
Jacob se afastou um pouco e se ergueu de novo. Ele deixou uma mão na parte de baixo das minhas costas e segurou minha mão direita com a outra. Ele segurou nossas mãos no peito dele; eu podia sentir o coração dele batendo sob minha palma, e eu supus que ele não havia colocado a minha mão lá por acidente.
.Eu não sei se vou ganhar mais do que essa dança. ele disse, e começou a me puxar em círculos que não combinavam com o ritmo da música vindo de trás de nós. .É melhor que eu tire o melhor que puder disso..
Nós nos movíamos seguindo o ritmo do coração dele embaixo da minha mão.
.Eu estou feliz por ter vindo., ele disse baixinho depois de um momento. .Eu não achei que ficaria feliz. Mas é bom ver você… uma vez mais. Não é tão triste quanto eu imaginei que seria..
.Eu não quero que você se sinta triste..
.Eu sei disso. E eu não vim essa noite pra te fazer sentir culpada..
.Não - eu fico muito feliz por você ter vindo. É o melhor presente que você podia ter me dado..
Meus olhos estavam se ajustando, e agora eu conseguia ver o rosto dele, mais alto do que eu esperava. Será que era possível que ele ainda estivesse crescendo? Ele devia estar se aproximando de dois metros e meio de altura. Era um alívio ver o rosto familiar novamente depois de todo esse tempo - seus olhos escuros embaixo das sobrancelhas pretas bagunçadas, as maçãs altas de seu rosto, seus lábios cheios esticados sobre os dentes brilhantes num sorriso sarcástico que combinava com a voz dele. Seus olhos estavam apertados nos cantos - cuidadoso; eu podia ver que ele estava sendo muito cuidadoso essa noite. Ele estava fazendo todo o possível pra me deixar feliz, pra não dar uma escapulida e deixar claro o quanto isso era difícil pra ele.
Eu nunca fiz nada bom o suficiente pra merecer um amigo como Jacob.
.Quando você decidiu voltar?.
.Conscientemente ou inconscientemente?. Ele respirou profundamente antes de responder sua própria pergunta. .Eu realmente não sei. Eu acho que já faz algum tempo que eu estou rondando essa área, e talvez isso seja porque eu vinha para cá. Mas não foi até essa manhã que eu comecei a correr. Eu não sabia se ia conseguir chegar a tempo.. Ele riu. .Você não acreditaria no quanto isso parece estranho - caminhar sobre duas pernas de novo. E roupas! E é mais bizarro ainda porque isso parece estranho. Eu não esperava isso. Eu estou sem prática nessa coisa toda de humano.. Ele girou firmemente sem sair do lugar.
.Seria uma pena perder de vê-la assim, no entanto. Isso já valeu a viagem até aqui. Você está inacreditável, Bella. Tão linda..
.Alice investiu muito tempo em mim hoje. O escuro também está ajudando..
.Não está tão escuro pra mim, sabe..
.Certo.. Sentidos de lobisomem. Era fácil esquecer-se de todas as coisas que ele podia fazer, ele parecia tão humano. Especialmente agora.
.Você cortou seu cabelo., eu notei.
.É. É mais fácil, sabe. Eu achei melhor usar bem as minhas mãos..
.Está bonito., eu menti.
Ele rosnou. .Certo. Eu mesmo cortei, com facas de cozinha enferrujadas.. Ele deu um sorriso largo por um momento, e aí seu sorriso sumiu. A expressão dele ficou séria. .Você está feliz, Bella?.
.Sim..
.Okay.. Eu senti ele erguer os ombros. .Isso é o mais importante, eu acho..
.Como você está Jacob? Sério?.
.Eu estou bem, Bella, de verdade. Você não precisa mais se preocupar comigo. Pode para de encher o saco do Seth..
.Eu não estou enchendo o saco dele só por sua causa. Eu gosto do Seth..
.Ele é um bom garoto. Melhor companhia do que alguns. Eu te digo, se eu pudesse me ver livre das vozes na minha cabeça, ser um lobisomem seria perfeito..
Eu sorri pela forma que isso soou. .É. Eu também não consigo fazer as minhas vozes pararem..
.No seu caso isso ia significar que você está louca. É claro, eu já sabia que você é louca., ele zombou.
.Obrigada..
.Insanidade provavelmente é mais fácil do que dividir os pensamentos com um bando. As vozes das pessoas loucas não mandam babás atrás deles..
.Huh?.
.Sam está por aí. E alguns dos outros. Só por via das dúvidas, sabe..
.Que dúvidas?.
.No caso de eu não conseguir me controlar, alguma coisa assim. No caso de eu tentar destruir a festa.. Ele abriu um sorriso rápido pelo que pareceu ser uma boa idéia para ele. .Mas eu não estou aqui para estragar seu casamento, Bella. Eu estou aqui para…. Ele parou.
.Pra deixar tudo perfeito..
.Isso é um pouco grandioso demais..
.Que bom que você é tão alto..
Ele rosnou com a minha piada ruim e então suspirou. .Eu estou aqui só pra ser seu amigo. Seu melhor amigo, uma última vez..
.Sam devia te dar mais crédito..
.Bem, talvez eu esteja sendo sensível demais. Talvez eles já devessem estar aqui de qualquer jeito, pra ficar de olho no Seth. Tem um monte de vampiros por aqui. Seth não leva isso tão a sério quanto devia..
.Seth sabe que não está em perigo. Ele compreende os Cullen melhor que Sam..
.Claro, claro., Jacob disse, fazendo paz antes que isso se transformasse numa briga.
Era estranho vê-lo sendo tão diplomata.
.Eu lamento por essas vozes., eu disse. .Eu queria poder melhorar as coisas.. De várias maneiras.
.Não é tão ruim. Eu só to choramingando um pouco..
.Você está… feliz?.
.Estou bem perto. Mas já chega de falar de mim. Você é a estrela hoje.. Ele gargalhou. .Eu aposto que você está adorando isso. Ser o centro das atenções..
.É. Eu nunca me canso da atenção..
Ele riu e olhou para a minha mão. Com os lábios torcidos, ele estudou o brilho cintilante da festa de recepção, os graciosos giros dos dançarinos, as pétalas flutuantes caindo das guirlandas; eu olhei junto com ele. Tudo parecia muito distante desse espaço escuro, silencioso. Era quase como observar os pequenos pedacinhos brancos caindo em círculos num globo de neve.
.Eu admito isso pra eles., ele disse. .Eles sabem como dar uma festa..
.Alice é uma força da natureza impossível de ser detida..
Ele suspirou. .A música acabou. Você acha que eu posso dançar outra? Ou isso é pedir demais de você?.
Eu apertei a mão dele com a minha. .Você pode ter quantas danças quiser..
Ele riu. .Isso seria interessante. Mas eu acho que é melhor parar nas duas. Não quero dar motivo pra fofoca..
Nós viramos em outro círculo.
.É de se imaginar que a essa altura eu já estivesse acostumado a ter dizer adeus., ele murmurou.
Eu tentei engolir o caroço na minha garganta, mas não consegui forçá-lo a descer.
Jacob olhou pra mim e fez uma careta. Ele passou os dedos na minha bochecha, pegando as lágrimas que escorriam ali.
.Não é você quem devia estar chorando, Bella..
.Todo mundo chora em casamentos., eu disse com a voz grossa.
.É isso que você quer, não é?.
.É..
.Então sorria..
Eu tentei. Ele sorriu com a minha careta.
.Eu vou tentar lembrar de você assim. Fingir que….
.Que o quê? Que eu morri?.
Ele apertou os dentes. Ele estava lutando consigo mesmo - com a sua decisão de fazer de sua presença aqui um presente e não um julgamento. Eu podia adivinhar o que ele queria dizer.
.Não., ele respondeu finalmente. .Mas eu vou te ver desse jeito em minha cabeça. Bochechas rosadas. Coração batendo. Dois pés esquerdos. Tudo isso..
Eu deliberadamente pisei no pé dele o mais forte que pude.
Ele sorriu. .Essa é a minha garota..
Ele começou a dizer outra coisa mas fechou a boca. Lutando de novo, ele fechou os dentes sobre as palavras que ele não queria dizer.
Meu relacionamento com Jacob costumava ser tão fácil. Natural como respirar. Mas desde que Edward voltou para a minha vida, era uma dificuldade constante. Porque - nos olhos de Jacob - escolhendo Edward, eu estava escolhendo um futuro que era pior que a morte, ou pelo menos equivalente a isso.
.O que foi, Jake? É só me dizer. Você pode me dizer qualquer coisa..
.Eu - eu… não tenho nada pra te dizer..
.Oh, por favor. Bota logo pra fora..
.É verdade. Não é… é - é uma pergunta. É uma coisa que eu quero que você diga pra mim..
.Pergunte..
Ele resistiu por um minuto e então exalou. .Eu não devia. Não importa. É simplesmente curiosidade mórbida..
Como eu o conhecia tão bem, eu entendi.
.Não é essa noite, Jacob., eu sussurrei.
Jacob estava ainda mais obcecado com a minha humanidade que Edward. Cada uma das batidas do meu coração era como um tesouro, já que elas agora estavam com os dias contados.
.Quando?. Ele murmurou.
.Eu não tenho certeza. Uma semana ou duas, talvez..
A voz dele mudou, criou um tom defensivo, de zombaria. .O que está te impedindo?.
.Eu simplesmente não queria passar a minha lua de mel esperneando de dor..
.Você prefere passa-la como? Jogando cartas? Ha Ha..
.Muito engraçado..
.Brincadeira, Bells. Mas honestamente, eu não vejo qual a necessidade. Você não pode ter uma lua de mel de verdade com o seu vampiro, então porque atrasar isso? Vamos ser sinceros. Não é a primeira vez que você adia. Isso, no entanto, é uma coisa boa., ele disse, repentinamente, mostrando sinceridade. .Não fique com vergonha disso..
.Eu não estou adiando., eu atirei. .E sim, eu posso ter uma lua de mel de verdade! Eu posso fazer o que eu quiser! Se liga!.
Ele parou o lento círculo da dança abruptamente. Por um momento, eu me perguntei se ele finalmente havia reparado que a música tinha mudado, e eu procurei na minha mente alguma forma de contornar o nosso pequeno desentendimento antes que ele dissesse adeus. Nós não devíamos nos despedir dessa forma.
E aí os olhos dele ficaram muito arregalados com um tipo estranho de horror confuso.
.O quê?. Ele resfolegou. .O que você disse?.
.Sobre o quê… Jake? Qual é o problema?.
.O que você quis dizer? Ter uma lua de mel de verdade? Enquanto você ainda é humana? Você tá brincando? Essa é uma piada doentia, Bella!.
Eu o encarei. .Eu disse pra você se ligar, Jake. Isso simplesmente não é assunto seu. Eu não devia ter… nós não devíamos estar conversando sobre isso. É particular -.
As mãos enormes dele agarraram a parte de cima dos meus braços, se fechando neles, seus dedos se tocando.
.Ow, Jake! Me solta!.
Ele me sacudiu.
.Bella! Você perdeu a cabeça? Você não pode ser tão estúpida assim! Me diga que você está brincando!.
Ele me sacudiu de novo. As mãos dele apertadas como torniquetes, estavam tremendo, mandando vibrações profundas pelos meus ossos.
.Jake - pare!.
De repente a escuridão foi tomada por uma multidão.
.Tire as suas mãos dela!. A voz de Edward era fria como gelo, afiada como navalhas.
Atrás de Jacob, houve um rosnado que saiu da escuridão da noite, e depois outro, mais alto que o primeiro.
.Jake, mano, se afasta.. Eu ouvi Seth Clearwater pedir. .Você está perdendo o controle..
Jacob pareceu ficar congelado como estava, seus olhos horrorizados estava arregalados e vidrados.
.Você vai machucá-la., Seth sussurrou. .Solte-a..
.Agora!. Edward rosnou.
As mãos de Jacob caíram dos lados do seu corpo, e o fluxo de sangue que começou a correr repentinamente em minhas veias era quase doloroso. Antes que eu pudesse me dar conta de mais coisas além disso, mãos frias tomaram o lugar das mãos quentes , e de repente o ar ao meu redor começou a correr.
Eu pisquei, e estava de pé a doze metros de distância do lugar onde eu havia estado antes. Edward estava tenso na minha frente. Haviam dois enormes lobos entre ele Jacob, mas eles não pareciam agressivos comigo. Era mais como se eles estivessem tentando prevenir a briga.
E Seth - o grande Seth, de apenas quinze anos - passou seus braços longos ao redor do corpo trêmulo de Jacob, e estava puxando-o para longe. Se Jacob se transformasse com Seth tão perto dele…
.Anda, Jake. Vamos..
.Eu vou matar você., Jacob disse, a voz dele estava tão esganiçada de raiva que era apenas um sussurro baixo. Seus olhos, focados em Edward, queimavam de fúria. .Eu vou matar você com minhas próprias mãos! Eu vou fazer isso agora!. Ele tremeu convulsivamente.
O maior lobo, o preto, rosnou alto.
.Seth, saia do caminho.. Edward assobiou.
Seth puxou Jacob novamente. Jacob estava tão acometido de raiva que Seth conseguiu arranca-lo mais uns metros pra longe. .Não faça isso, Jake. Vamos embora. Anda..
Sam - o maior lobo, o preto - se juntou a Seth nessa hora. Ele colocou sua cabeça enorme contra o peito de Jacob e empurrou.
Eles três - Seth puxando, Jacob tremendo, e Sam empurrando - desapareceram rapidamente na escuridão.
O outro lobo ficou olhando eles irem. Eu não tinha certeza, na luz fraca, de qual era a cor do pêlo dele - marrom chocolate, talvez? Era Quil, então?
.Eu lamento., eu sussurrei para o lobo.
.Está tudo bem agora, Bella., Edward murmurou.
O lobo olhou para Edward. O olhar dele não era amigável. Edward deu a ele um frio aceno de cabeça. O lobo fez um som e então se virou para acompanhar os outros, sumindo assim como eles.
.Tudo bem., Edward disse pra si mesmo, e então olhou pra mim. .Vamos voltar..
.Mas Jake -.
.Ele está nas mãos de Sam. Ele se foi..
.Edward, eu lamento. Eu fui estúpida -.
.Você não fez nada errado -.
.Eu tenho uma boca tão grande! Por que eu… Eu não devia ter deixado ele me tirar do sério assim. O que eu estava pensando?.
.Não se preocupe.. Ele tocou meu rosto. .Precisamos voltar para a recepção antes que alguém perceba a nossa ausência..
Eu balancei a cabeça, tentando me reorientar. Antes que alguém percebesse? Será que alguém não tinha visto isso?
Então, enquanto eu pensava nisso, eu me dei conta de que o confronto que me pareceu tão catastrófico, na realidade, tinha sido bem silencioso e curto aqui nas sombras.
.Me dê dois segundos., eu implorei.
Eu estava um caos por dentro com pânico e pesar, mas isso não importava - apenas o exterior importava nesse momento. Fazer uma boa atuação era uma coisa que eu sabia que precisava dominar.
.Meu vestido?.
.Você está bem. Nem um fio de cabelo está fora do lugar..
Eu respirei profundamente duas vezes. .Certo. Vamos lá..
Ele colocou o braço ao meu redor e me guiou de volta para a luz. Quando nós passamos por baixo das luzes piscando, ele me virou gentilmente até a pista de dança. Nós nos
misturamos com os outros dançarinos como se a nossa dança nunca tivesse sido interrompida.
Eu olhei para os convidados ao redor, mas ninguém parecia chocado ou amedrontado. Apenas os rostos mais pálidos dali demonstravam algum sinal de estresse, e eles estavam escondendo bem. Jasper e Emmett estavam na beira da pista de dança, juntos um do outro, e eu adivinhei que eles tinham estado lá quando o confronto aconteceu.
.Você está -.
.Eu estou bem., eu prometi. .Eu não consigo acreditar que fiz aquilo. O que há de errado comigo?.
.Não há nada de errado com você..
Eu tinha estado tão feliz por Jacob estar lá. Eu sabia o sacrifício que ele estava fazendo. E então eu arruinei tudo, transformei seu presente em um desastre. Eu devia estar isolada do mundo.
Mas a minha idiotice não ia arruinar nada mais essa noite. Eu ia deixar tudo de lado, e trancar numa gaveta pra lidar com isso mais tarde. Haveria tempo suficiente pra me auto-flagelar com isso mais tarde, e nada do que eu fizesse nesse momento ajudaria.
.Está acabado., eu disse. .Não vamos pensar nisso de novo essa noite..
Eu esperei que Edward concordasse rapidamente, mas ele ficou em silêncio.
.Edward?.
Ele fechou os olhos e pôs a testa sobre a minha. .Jacob está certo., ele sussurrou. .O que eu estou pensando?.
.Ele não está certo.. Eu tentei manter meu rosto tranqüilo por causa da multidão de amigos observando. .Jacob é preconceituoso demais pra ver alguma coisa claramente..
Ele murmurou alguma coisa que quase soou como: .Devia deixá-lo me matar só por eu ter pensado….
.Pare com isso., eu disse ferozmente. Eu agarrei o rosto dele com as minhas mãos e esperei até que ele abrisse os olhos. .Você e eu. Isso é só o que importa. A única coisa na qual você tem permissão para pensar agora. Você me ouviu?.
.Sim., ele suspirou.
.Esqueça que Jacob apareceu.. Eu podia fazer isso. Eu ia fazer isso. .Por mim. Prometa que você vai deixar isso pra lá..
Ele me olhou nos olhos por um momento antes de responder. .Eu prometo..
.Obrigada, Edward. Eu não estou com medo..
.Eu estou., ele sussurrou.
.Não fique.. Eu respirei profundamente e sorri. .Por sinal, eu te amo..
Ele sorriu só um pouco como resposta. .É por isso que estamos aqui..
.Você está monopolizando a noiva., Emmett disse, vindo por trás do ombro de Edward. .Me deixe dançar com a minha irmãzinha. Ela pode ser a minha última chance de fazê-la corar..
Ele riu alto, tão tranqüilo quanto ele sempre era não importando a atmosfera.
Acabou que havia muitas pessoas com as quais eu não tinha dançado ainda, e isso me deu uma chance de realmente me compor e me decidir. Quando Edward me tirou pra dançar de novo, eu decidi que a gaveta de Jacob estava bem fechada com força. Quando ele colocou os braços ao meu redor, eu consegui recuperar a minha sensação de alegria de anteriormente, a minha certeza de que tudo na minha vida estava no lugar certo essa noite. Eu sorri e coloquei minha cabeça no peito dele. Os braços dele me apertaram mais.
.Eu posso me acostumar a isso., eu disse.
.Não me diga que você superou os seus problemas com dança?.
.Dançar não é tão ruim - com você. Mas eu estava pensando mais nisso,. - e eu me pressionei a ele ainda mais - .em nunca te soltar..
.Nunca., ele prometeu e se inclinou para me beijar. Esse foi um beijo sério - intenso, lento mais aumentando o ritmo…
Eu quase tinha esquecido de onde eu estava quando ouvi Alice chamar, .Bella, está na hora!.
Eu senti uma leve pontada de irritação com minha nova irmã pela interrupção.
Edward a ignorou; seus lábios estavam pousados com força nos meus, mais urgentes que antes. Meu coração começou a correr e minhas palmas estavam escorregadias na nuca dele.
.Vocês querem perder o avião?. Alice quis saber, bem ao meu lado agora. .Eu tenho certeza que vocês terão uma bela lua de mel acampados no aeroporto esperando pelo próximo vôo..
Edward virou um pouco o rosto para murmurar .Vai embora, Alice., e então pressionou seus lábios nos meus de novo.
.Bella, você quer usar esse vestido no avião?. Ela quis saber.
Eu realmente não estava prestando muita atenção. Naquele momento, eu simplesmente não ligava.
Alice rosnou baixinho. .Eu vou contar onde você está levando ela, Edward. Deus me ajude, mas eu vou..
Ele congelou. Então ele levantou o rosto do meu e encarou sua irmã favorita. .Você é terrivelmente pequena pra ser tão enormemente irritante..
.Eu não escolhi o vestido de viagem perfeito pra vê-lo sem uso., ela respondeu, pegando minha mão. .Venha comigo, Bella..
Eu lutei com a mão dela para ficar na ponta dos pés e dar mais um beijo nele. Ela puxou meu braço impacientemente, me levando pra longe dele. Houveram algumas gargalhadas dos convidados que estavam olhando. Ai eu desisti e a deixei me guiar para a casa vazia.
Ela parecia chateada.
.Desculpa, Alice., eu me desculpei.
.Eu não te culpo, Bella.. Ela suspirou. .Você não parece ser capaz de se controlar..
Eu ri da expressão martirizada dela, e ela fez uma careta.
.Obrigada, Alice. É o casamento mais lindo que alguém já teve., eu disse sinceramente a ela. .Tudo estava exatamente certo. Você é a melhor irmã, mais esperta e talentosa do mundo inteiro..
Isso ganhou ela; ela deu um sorriso enorme. .Eu estou feliz que você tenha gostado..
Renée e Esme estavam esperando no andar de cima. Elas três me tiraram rapidamente do meu vestido e me puseram no vestido azul escuro para viagem de Alice. Eu fiquei agradecida por alguém ter tirado as presilhas do meu cabelo e o deixaram cair pelas minhas costas, ondulado por causa das minhas tranças, me salvando de uma dor de cabeça por causa delas mais tarde. As lágrimas de minha mãe rolaram o tempo inteiro sem parar.
.Eu vou ligar pra você quando souber pra onde estou indo., eu prometi enquanto eu dava um abraço de despedida nela. Eu sabia que o segredo sobre a lua de mel estava provavelmente deixando-a louca; mães odeiam segredos, a não ser que elas estivessem envolvidas neles.
.Eu vou te contar assim que ela estiver seguramente longe., Alice ganhou de mim, sorrindo maliciosamente pela minha expressão magoada. Que injusto, eu ser a última a saber.
.Você vai ter que visitar a mim e ao Phil, muito, muito em breve. É a sua vez de ir para o sul - ver o sol pra variar., Renée disse.
.Hoje não choveu., eu lembrei ela, evitando o seu pedido.
.Um milagre..
.Está tudo pronto., Alice disse. .Suas malas estão no carro - Jasper vai traze-lo.. Ela me puxou de volta em direção às escadas com Renée seguindo, ainda meio abraçada comigo.
.Eu te amo, mãe., eu sussurrei enquanto descíamos. .Eu estou muito feliz que você tenha o Phil. Cuidem um do outro..
.Eu te amo também, Bella, querida..
.Adeus, mãe. Eu amo você., eu disse de novo, minha garganta grossa.
Edward estava esperando no fim das escadas. Eu segurei a mão que ele ergueu pra mim mas me distanciei, procurando por entre a pequena multidão que esperava pra nos ver sair.
.Pai?. Eu perguntei, meus olhos procurando.
.Aqui., Edward murmurou. Ele me puxou entre os convidados; eles abriram caminho pra nós. Nós encontramos Charlie encostado de forma estranha na parede atrás de todo mundo, parecendo que ele estava se escondendo. Os anéis vermelhos ao redor dos olhos dele me explicaram porquê.
.Oh, pai!.
Eu o abracei pela cintura, lágrimas surgindo de novo - eu estava chorando demais essa noite. Ele deu uns tapinhas nas minhas costas.
.Tudo bem. Você não quer perder seu avião..
Era difícil falar de amor com Charlie - nós éramos parecidos demais, sempre revertendo as coisas triviais para evitar demonstrações embaraçosas de carinho. Mas isso não era hora pra ter vergonha.
.Eu amo você, pai., eu disse a ele. .Não esqueça isso..
.Você também, Bells. Sempre amei, sempre amarei..
Eu beijei a bochecha dele ao mesmo tempo que ele beijou a minha.
.Me ligue., ele disse.
.Logo., eu prometi, sabendo que isso era tudo o que eu podia prometer. Apenas uma ligação. Meu pai e minha mãe não poderiam me ver novamente; eu estaria diferente demais, e muito, muito perigosa.
.Vá lá, então., ele disse com a voz grogue. .Vocês não querem se atrasar..
Os convidados fizeram outro espaço pra nós. Edward me puxou para o seu lado e nós escapamos.
.Você está pronta?. Ele perguntou.
.Estou., eu disse, e eu sabia que era verdade.
Todo mundo aplaudiu quando Edward me beijou no batente da porta. Então ele correu para o carro enquanto a chuva de arroz começava. A maioria passou longe, mas alguém, provavelmente Emmett, jogou com tremenda precisão, e um monte deles ricocheteou nas costas de Edward.
O carro estava decorado com mais flores que o decoravam por toda parte, e longos laços de fita que estavam amarrados a uma dúzia de sapatos - sapatos de estilistas famosos que pareciam novos em folha - presos ao fundo do carro.
Edward me protegeu do arroz enquanto eu entrava, e então ele entrou e começou a acelerar o carro enquanto eu acenava pela janela e gritava .eu amo vocês. para a varanda, onde minhas famílias acenavam de volta.
A última imagem que eu registrei foi dos meus pais. Phil tinha os dois braços rodeando Renée ternamente. Ela tinha um braço agarrado à cintura dele e a mão livre dela alcançou a de Charlie. Tantos tipos diferentes de amor, em harmonia nesse momento. Me parecia uma imagem promissora.
Edward apertou minha mão.
.Eu te amo., ele disse.
Eu me inclinei pros braços dele. .É por isso que estamos aqui., eu citei o que ele disse.
Ele beijou meu cabelo.
Enquanto nós entrávamos na estrada escurecida e Edward pisava no acelerador, eu ouvi um barulho sobre o ronco do motor, vindo da floresta atrás de nós. Se eu podia ouvir, ele certamente também podia. Mas ele não disse nada enquanto o som desaparecia na distância. Eu também não disse nada.
O uivo penetrante, de partir o coração, ficou fraco e então desapareceu inteiramente.
5. Ilha Esme.
.Houston?. Eu perguntei, erguendo uma das sobrancelhas quando chegamos ao portão em Seattle.
.Só uma parada ao longo do caminho,. Edward garantiu-me com um sorriso.
Eu senti como se quase não tivesse dormido, quando ele me acordou. Eu estava grogue quando ele me puxou pelos terminais, lutando para me lembrar que deveria manter os olhos abertos. Me custou alguns minutos para entender o que estava acontecendo quando nós paramos no balcão internacional para o check in do nosso próximo vôo.
.Rio de Janeiro?. Perguntei com um pouco mais de ansiedade.
.Outra parada.. Ele me disse.
O vôo para a América do Sul foi longo, mas confortável no largo assento de primeira classe, com os braços de Edward a minha volta. Eu dormi e acordei estranhamente alerta enquanto nós virávamos em direção ao aeroporto com o pôr-do-sol se inclinando através da janela do avião.
Nós não ficamos no aeroporto para estabelecer uma ligação para outro vôo, como eu esperava. Em vez disso, pegamos um taxi através da escuridão, cheia de vida, das ruas do Rio de Janeiro. Incapaz de entender as instruções em português que Edward dava ao motorista, eu imaginei que íamos encontrar um hotel antes de seguir para a próxima parte da nossa jornada. Uma forte pontada de alguma coisa muito parecida com medo de palcos fez meu estômago revirar enquanto eu considerava isso. O táxi continuou passando pelas multidões até que elas foram diminuindo, de alguma forma, e nós parecíamos estar nos aproximando do lado oeste da cidade, indo em direção ao oceano.
Nós paramos nas docas.
Edward mostrou o caminho pela longa linha de iates brancos atracados na água escurecida pela noite. O barco em que ele parou era menor que os ouros, mais suave, obviamente construído para velocidade ao invés de espaço. No entanto ainda era luxurioso, e mais gracioso que o resto. Ele saltou para dentro suavemente, apesar das pesadas malas que carregava. Ele as soltou no convés e se virou para me ajudar cuidadosamente a passar pela beira.
Eu assisti em silêncio enquanto ele preparava o barco para partir, surpresa com o quão hábil e confortável ele parecia, já que ele nunca tinha mencionado interesse em navegar antes. Mas de novo, ele era bom em simplesmente tudo.
Enquanto nós íamos em direção ao leste dentro do oceano aberto, eu examinei a geografia básica na minha cabeça. Até onde eu podia me lembrar, não tinha muito ao leste do Brasil… até que você chegasse à África.
Mas Edward acelerou a frente enquanto as luzes do Rio sumiam e no fim das contas desapareciam atrás de nós. Em seu rosto estava um familiar sorriso alegre, aquele produzido por qualquer forma de velocidade. O barco se precipitava através das ondas e eu estava umedecida com o salpico do mar.
No fim a curiosidade que eu suprimi por tanto tempo tomou a maior parte de mim.
.Nós estamos indo muito longe?., eu perguntei.
Não era como se ele tivesse esquecido que eu era humana, mas eu me perguntei se ele tinha planejado para nós vivermos nessa pequena embarcação por qualquer período de tempo.
.Mais uma meia hora.. Seus olhos seguiram por minhas mãos, e ele sorriu.
Oh bem, eu pensei comigo mesma. Ele era um vampiro, depois de tudo. Talvez fossemos para Atlantis.
Vinte minutos depois, ele chamou pelo meu nome acima do ronco do motor.
.Bella, olhe lá.. Ele apontou para a frente.
Primeiro eu só vi escuridão, e a trilha branca que refletia da lua para a água. Mas eu me concentrei no ponto para o qual ele apontava até achar uma forma escurecida e baixa quebrando a luz da lua nas ondas. Enquanto eu olhava para a escuridão, a silhueta ficou mais detalhada. Era a forma de um triangulo irregular, com um lado mais longo do que o outro antes de afundar nas ondas. Nós nos aproximamos e eu pude ver que os contornos eram leves, balançando à leve brisa.
E então os meus olhos entraram em foco e todos os pedaços fizeram sentido: uma pequena ilha surgiu na água na nossa frente, com as palmeiras ondulando com o vento, uma praia pálida na luz da lua.
.Onde estamos?. eu murmurei maravilhada enquanto ele mudava o curso, rumando para o lado norte da ilha.
Ele me escutou, apesar do barulho das máquinas, e sorriu um largo sorriso que brilhou na luz da lua.
.Essa é a Ilha Esme..
O barco diminuiu dramaticamente, entrando com perfeição até uma posição contra um pequeno cais construído com tábuas de madeira, branqueado pela lua. A máquina parou, e o silencio que se seguiu foi profundo. Não existia nada além das ondas, batendo calmamente contra o barco, e o sussurrar da brisa nas palmeiras. O ar era quente, úmido e perfumado - como o vapor deixado para trás depois de um banho quente.
.Ilha Esme?. minha voz era baixa, mas ainda assim bem alta enquanto quebrava a quietude da noite.
.Um presente de Carlisle - Esme ofereceu emprestada..
Um presente. Quem dá uma ilha de presente? Eu pensei. Eu nunca tinha pensado que a extrema generosidade de Edward era algo que foi ensinado a ele.
Ele colocou as malas no cais e então voltou, sorrindo seu sorriso perfeito enquanto ele me alcançava. Ao contrário de pegar as minhas mãos, ele me puxou direto para os seus braços.
.Você não devia esperar a porta?. eu perguntei, sem fôlego, enquanto ele saia do barco.
Ele deu uma risada. .Não sou nada a não ser perfeito..
Segurando as alças das duas grandes malas em uma mão e me segurando no outro braço, ele me carregou para fora do cais e para um caminho de areia através da vegetação escura.
Por um pequeno período tudo estava escuro na vegetação que crescia como uma selva, mas então eu pude ver uma luz à frente. Foi no ponto que eu descobri que a luz era uma casa - as duas claras e quadradas eram janelas ao redor de uma porta de entrada - que o estado de medo atacou de novo, mais forte que nunca, pior ainda que quando pensei que estávamos indo para um hotel.
O meu coração bateu forte e a minha respiração parecia estar presa na minha garganta. Eu senti os olhos de Edward no meu rosto, mas eu me recusei a encontrar o seu olhar. Encarei a frente, sem ver nada.
Ele não perguntou o que eu estava pensando, o que não era comum para ele. Eu suspeitei que isso significasse que ele estava tão nervoso quanto eu estava.
Ele colocou as malas num largo alpendre para abrir as portas - elas não estavam trancadas.
Edward olhou para mim, esperando que eu encontrasse o seu olhar antes que ele entrasse pela porta.
Ele me carregou pela casa, nós dois quietos, acendendo as luzes enquanto passávamos. Minha vaga impressão da casa era que ela era bem grande para uma ilha pequena, e estranhamente familiar. Eu tinha me acostumado com o esquema de cor pálido preferido pelos Cullen; me sentia como em casa. Apesar disso, eu não consegui focar coisas específicas. O violento pulso batendo atrás das minhas orelhas fez tudo um pouco esfumaçado.
Então Edward parou e acendeu a ultima luz.
O quarto era grande e branco, e a parede mais longe era praticamente vidro - decoração comum para os meus vampiros. Lá fora, a lua era luminosa na areia branca e, algumas jardas distantes da casa, as ondas brilhavam. Mas eu quase não notei aquela parte. Estava mais focada na gigantesca cama branca no centro do quarto, com um gigantesco mosquiteiro.
Edward me colocou em pé.
.Vou… buscas as malas.
O quarto era muito quente, mais asfixiante que a noite tropical lá fora. Uma gota de suor desceu pelas minhas costas. Eu andei devagar até conseguir tocar o mosquiteiro. Por alguma razão eu tinha que garantir que tudo era real.
Eu não escutei o retorno do Edward. De repente, o seu dedo frio tocou a parte de trás do meu pescoço, secando o meu suor.
.Está um pouquinho quente aqui. ele disse pedindo desculpas. .Eu pensei… que seria melhor..
.Concordo,. eu murmurei debaixo da minha respiração, e ele riu contido. Um som nervoso, raro para Edward.
.Eu tentei pensar em tudo que faria isso… mais fácil.. ele admitiu.
Eu engoli seco, ainda olhando para longe dele. Já teve alguma vez uma lua de mel assim antes?
Eu sabia a resposta para isso. Não. Não teve.
.Eu estava pensando,. Edward disse devagar, .se… antes… talvez você gostaria de dar um mergulho a meia noite comigo?. Ele respirou fundo, e a sua voz estava mais calma quando ele continuou. .A água vai estar bem quente. Esse é o tipo de praia que você aprovaria..
.Parece bom. Minha voz desafinou.
.Eu vou precisar de um minuto humano, ou dois … Foi uma vigem longa..
Eu concordei com a cabeça. Eu me sentia abertamente humana. Alguns minutos sozinha poderiam ajudar.
Os lábios dele começaram a beijar minha garganta, subindo até minha orelha. Ele riu, e sua respiração gelada fez cócegas na minha pele quente. .Não demore muito Sra. Cullen..
Eu estremeci um pouco ao som do meu novo nome.
Os lábios dele beijaram debaixo do meu pescoço até a ponta dos meus ombros. .Eu vou esperar por você na água..
Ele foi se afastando de mim, indo até a porta, que tinha um estilo francês e abrindo dava diretamente para a praia. No caminho ele tirou a camisa, deixando a cair no chão, e deslizou pela porta na noite iluminada pela luz da lua. Sua frangancia encheu o quarto enquanto ele saia.
A minha pele começou a queimar? Eu tive que ver para conferir. Não, nada estava queimando. Ao menos não visivelmente.
Eu me recordei que tinha que respirar, e tropecei em direção a gigante mala que Edward tinha aberto em cima de uma penteadeira branca. Só podia ser minha, por que minha familiar nécessaire estava bem em cima, e tinha muito rosa lá, mas eu não reconheci nem mesmo uma peça de roupa. Eu vasculhei as pilhas bem dobradas - procurando alguma coisa familiar e confortável, um par de meias talvez - até que eu vi um terrível monte de laços de cetim nas minhas mãos. Lingerie. Muita lingerie com etiquetas francesas.
Eu não sabia como ou onde, mas algum dia, Alice ia pagar por isso.
Desistindo eu fui até o banheiro espiando pelas grandes janelas abertas para a mesma praia, como as portas em estilo francês mostravam. Eu não podia vê-lo; eu acho que ele estava lá na água, não se incomodando em levantar e respirar. No céu a lua estava inclinada, quase cheia, e a areia era branca e brilhante, sob a luz da lua. Um pequeno
movimento capturou meu olhar - sobre um dos galhos das finas árvores que cresciam na praia, o resto de suas roupas balançava na brisa leve.
Uma onda de calor percorreu a minha pele de novo.
Eu respirei fundo algumas vezes e então me virei para os espelhos suspensos na longa fileira de balcões. Eu estava exatamente como eu devia parecer, tendo dormido o dia todo no avião. Eu achei minha escova e a passei com força através do emaranhado de cabelos atrás da minha cabeça até que eles estivessem lisos e a escova cheia de cabelo. Eu escovei meus dentes meticulosamente, duas vezes. Então eu lavei meu rosto e espirrei um pouco de água na minha nuca., que estava queimando. Me senti tão bem quando eu lavei também meus braços, e finalmente eu decide tomar um banho. Eu sabia que era ridículo tomar banho antes de nadar, mas eu precisava me acalmar, e o clima quente era uma boa desculpa para fazer isso.
Depilar minha pernas de novo me pareceu uma boa idéia.
Quando eu tinha acabado, peguei uma enorme toalha branca do balcão e a enrolei embaixo dos meus braços.
Então eu me deparei com um dilema que eu não tinha pensado antes. O que eu deveria usar? Não um maiô, claro. Mas também parecia bobo me vestir de novo. Eu não queria nem ao menos pensar nas coisas que Alice tinha colocado na mala pra mim.
Minha respiração começou a ficar acelerada e mãos começaram a tremer - demais para os efeitos calmantes do banho. Eu comecei a sentir um pouco de vertigem aparentemente um ataque de pânico estava a caminho. Eu me sentei no piso fresco em cima da minha toalha e coloquei minha cabeça entre meus joelhos. Eu rezei para que ele não decidisse vir me checar antes que eu fosse me juntar a ele. Posso apenas imaginar o que ele pensaria se me visse aos pedaços indo de encontro a ele. Não seria difícil pra ele se convencer de que estava cometendo um erro.
E eu não estava enlouquecendo por pensar que estava cometendo um erro. Não mesmo. Eu estava enlouquecendo por que eu não tinha idéia de como fazer isso, e eu estava com medo de sair daquele quarto e encarar o desconhecido. Especialmente com lingerie francesa. Eu sabia que não estava pronta para .aquilo. ainda.
Era exatamente como ir enfrentar um teatro cheio de pessoas sem ter idéia das minhas falas.
Como a gente faz isto - engole todos os medos e confia em alguém tão implicitamente com cada imperfeição e temor que eles tivessem - com menos do que o compromisso absoluto que Edward me tinha dado? Se não fosse o Edward lá fora, se eu não soubesse com cada célula do meu corpo que ele me amou tanto como o amei - incondicionalmente e irrevogavelmente e para falar a verdade, irracionalmente - eu nunca seria capaz de me levantar dali.
Mas era Edward lá fora, portanto sussurrei que as palavras .Não seja covarde. embaixo da minha respiração perto dos meus pés; enrolei a toalha mais apertada embaixo dos meus braços e marchei determinadamente pra fora do banheiro. Passei correndo pela
mala cheia dos finos cordões de cetim e pela cama grande sem olhar nenhum deles. Lá fora a porta de vidro estava aberta para a areia perfeita e fina.
Tudo estava preto - e - branco, sem cor por causa da luz da lua. Eu andei lentamente através da areia quente, parando ao lado da árvore curvada onde ele tinha deixado a sua roupa. Apoiei minhas mãos contra a áspera casca da arvore e verifiquei a minha respiração para assegurar-me se estava tranqüila. Ou tranqüila o bastante.
Eu olhei através das ondas baixas, negras na escuridão, procurando por ele.
Ele não era difícil de achar. Ele estava, de costas para mim, imerso até a cintura na água de meia-noite, que começa na lua oval. A luz pálida da lua tornava a sua pele num perfeito tom de branco, como o da areia, como a própia lua, e fazia seu cabelo molhado parecer negro como o oceano. Ele estava imóvel, as palmas para baixo estavam na superfície da água; as ondas baixas quebravam em volta dele como se ele fosse uma rocha. Eu comecei nas linhas suaves das suas costas, seus ombros, seus braços, seu pescoço, sua forma sem defeitos…
O fogo não era mais um relâmpago queimando através da minha pele - estava lento e profundo agora; ele me queimou sem chama tirando toda a minha estupidez, a minha incerteza tímida. Eu tirei a toalha sem hesitar, deixando-a na árvore junto com as roupas dele, e andei através da luz branca; isso me fez pálida como a areia branca, também.
Eu não podia ouvir o som dos meus passos enquanto eu andava na margem da água, mas eu imaginei que ele podia. Edward não se virou. Eu deixei as ondas suaves quebrarem sobre meus pés, e descobri que ele estava certo sobre a temperatura - estava bem morna, como a água do banho. Eu dei alguns passos, andando com cuidado através do chão invisível do oceano, mas meu cuidado era desnecessário; a areia continuava perfeitamente macia, inclinado suavemente em direção a Edward. Eu passei com dificuldade através da leve corrente até eu estar do seu lado, e então eu coloquei minha mão levemente sobre a mão gelada dele que estava descansando sobre a água.
.Linda., eu disse, olhando pára a lua também.
.É bonita., ele respondeu, não impressionado. Ele se virou lentamente para me olhar, pequenas ondas se formaram com seu movimento e quebraram em minha pele.Seus olhos pareciam prata em seu rosto cor de gelo. Ele virou a palma da mão para cima para que pudessemos entrelaçar nossos dedos abaixo da superficie da água. Ela estava morna o suficiente para que a sua pele gelada não causasse calafrios na minha.
.Mas eu não usaria a palavra linda , . ele continuou. .Não com você estando aqui em comparação..
Eu dei um meio sorrisso, então levantei minha mão livre - ela não tremeu agora - e coloquei-a em seu peito. Branco no branco; nós combinamos, pelo menos uma vez. Ele estremeceu um pouquinho com o meu toque morno. A sua respiração veio mais áspera agora.
.Eu prometi que tentaríamos,. sussurrou, de repente tenso. .Se… se eu fizer algo errado, se eu te machucar, você tem que me dizer de uma vez..
Eu assenti solenemente, mantendo meus olhos nos dele. Eu dei outro passo atraves das ondas e deitei minha cabeça em seu peito.
.Não se preocupe,. Eu murmurei. .Nós ficaremos juntos..
Eu estava abruptamente devastada pela verdade em minhas próprias palavras. Aquele momento era tão perfeito, tão certo, que não havia como duvidar disso.
Seus braços me envolveram, me segurando contra ele, verão e inverno. Isto me fez sentir como se cada terminação nervosa do meu corpo fosse um fio eletrico.
.Para sempre,. ele concordou, e então nos puxou para a água profunda.
O sol, quente em minha pele nua das costas, me acordou durante a manhã. No final da manhã, talvez à tarde, eu não tinha certeza. Apesar disso tudo além da hora estava claro; eu sabia exatamente onde estava - o quarto claro, com a grande cama, a luz brilhante do sol entrando pelas portas abertas. As nuvens do mosquiteiro suavizavam o brilho.
Eu não abri meus olhos. Eu estava feliz demais para mudar qualquer coisa, não importa o quão pequena ela fosse. Os únicos sons eram as ondas lá fora, nossa respiração, as batidas do meu coração…
Eu estava confortável, mesmo sob o sol forte. A pele fria dele era um antídoto perfeito para o calor. Deitada em seu peito gelado, com os braços dele ao meu redor, parecia simples e natural. Eu me perguntei vagamente porque eu estava tão amedrontada por causa de ontem à noite. Meus medos agora pareciam bobos.
Os dedos dele percorriam o contorno da minha espinha, e eu soube que ele sabia que eu estava acordada. Eu mantive os olhos fechados e apertei o meu braço no pescoço dele, me aproximando dele ainda mais.
Ele não falou; seus dedos se moviam pra cima e pra baixo nas minhas costas, quase sem me tocar enquanto ele traçava contornos na minha pele.
Eu teria ficado feliz apenas e ficar deitada para sempre, sem nunca perturbar esse momento, mas o meu corpo tinha outras idéias. Eu ri com o meu estômago impaciente. Parecia meio prosaico sentir fome depois de tudo o que aconteceu na noite passada. Como cair de volta na Terra depois de subir alto demais.
.O que é tão engraçado?. Ele murmurou, ainda alisando as minhas costas. O som da voz dele, séria e rouca, trouxe pra mim uma maré de memórias da noite passada, e eu senti meu rosto e meu pescoço ficando vermelhos.
Para responder a pergunta dele, meu estômago rosnou. Eu ri de novo. .Eu não posso escapar da minha humanidade por muito tempo..
Eu esperei, mas ele não riu comigo. Lentamente, afundando por dentre as muitas camadades de felicidade que cobriam a minha cabeça, veio a percepção de uma atmosfera diferente por fora da minha própria esfera radiante de felicidade.
Eu abri meus olhos; a primeira coisa que eu vi foi a pálida, quase prateada pele de sua gargante, a curvatura de seu queixo sob o meu rosto. Sua mandíbula estava tensa. Eu me apoiei sobre meus cotovelos, então pude ver seu rosto.
Ele encarava o emaranhado de lençóis sob nós e não me viu enquanto eu estudava suas expressões graves. Sua expressão estava chocada - isso fez com que uma onda atravessasse meu corpo.
.Edward,. Eu disse, com um pequeno e estranho nó em minha garganta, .o que é? O que há de errado?.
.Você ainda pergunta?. Sua voz foi forte, cínica.
Meu primeiro impulso, produto de uma vida de insegurança, foi perguntar o que eu havia feito de errado. Eu pensei em tudo que havia acontecido, mas eu não consegui achar nada de amargo na memória. Tudo tinha sido mais simples do que eu esperava. Nós nos encaixávamos como peças correspondentes, feitas uma para outra. Isso me satisfez secretamente - nós éramos compatíveis tanto fisicamente quando de outras maneiras. Fogo e gelo, de alguma forma coexistindo sem destruir um ao outro. A maior prova de que eu pertencia a ele.
Eu não conseguia entender porque então ele estava dessa maneira - tão severo e frio. O que eu tinha perdido?
Seu dedo passou pelas minhas linhas de preocupação em minha testa.
.O que você está pensando?. ele sussurrou.
.Você está chateado. Eu não entendo. Eu…?. Eu não consegui terminar.
Seus olhos se estreitaram. .O quanto você está machucada, Bella? A verdade - não tente amenizar..
.Machucada?. eu repeti, minha voz saiu mais alta que o normal porque a palavra tinha me pego de surpresa.
Ele ergueu uma sobrancelha, seus lábios se apertaram em uma linha.
Eu fiz uma rápida avaliação, esticando meu corpo automaticamente, tensionando e flexionando meus músculos. Houve uma rigidez, e muita dor, também, isso é verdade, mas na maior parte houve a sensação única de que todos os meus ossos tinham ficado desengonçados nas articulação, e metade de mim havia adquirido a consistência de uma medusa. Isso não foi uma sensação desagradável.
E então eu fiquei um pouco brava, porque ele estava escurecendo a mais perfeita de todas as manhãs com suas suposições pessimistas.
.Por que você não pula para aquela conclusão? Eu nunca estive melhor do que estou agora..
Seus olhos se fecharam. .Pare com isso..
.Parar o que?.
.Pare de agir como se eu não fosse um monstro por ter concordado com isso..
.Edward!. Eu suspirei, realmente chateada agora. Ele estava empurrando minha doce memória através da escuridão, sujando-a. .Nunca mais diga isso..
Ele não abriu seus olhos; era como se ele não quisesse me olhar.
.Olhe para você, Bella. Então me dizer que eu não sou um monstro..
Machucada, chocada, eu segui suas instruções sem pensar e então engasguei.
O que havia acontecido comigo? Eu não conseguia entender a fofa e branca neve que grudava em minha pele. Sacudi a minha cabeça e uma cascata branca saiu de meu cabelo.
Eu peguei um delicado pedaço branco entre meus dedos. Era penugem.
.Por que eu estou coberta de penas?. Eu perguntei, confusa.
Ele exalou impacientemente. .Eu mordi um travesseiro. Ou dois. Não é disso que eu estou falando..
.Você… mordeu um travesseiro? Por quê?.
.Olhe, Bella!. ele quase rosnou. Ele pegou minha mão - muito cuidadosamente - e esticou o meu braço. .Olhe para isso..
Dessa vez, eu entendi o que ele quis mostrar.
Debaixo da camada de penas, largas manchas escuras começavam a surgir por toda pele pálida de meu braço. Meus olhos seguiram o rastro que elas fizeram até o ombro e logo abaixo das minhas costelas. Puxei a minha mão para pressionar uma mancha em antebraço esquerdo, vendo-a subir onde eu toquei e depois re-aparecer. Isso pulsou um pouco.
Tão suave que ele mal me tocou, Edward levou sua mão até as manchas em meu braço, um por um, comparando seus longos dedos com as formas.
.Oh,. eu disse.
Eu tentei me lembrar - me lembrar da dor - mas eu não conseguia. Eu não me lembrava de nenhum momento em que ele estivesse me apertando muito, em que suas mãos estivessem fortemente contra mim. Eu somente me lembrava de querê-lo me abraçando mais apertado, e ficando feliz quando ele o fazia…
.Me… desculpe, Bella.. ele suspirou enquanto encarava as manchas. .Eu sou melhor que isso. Eu não devia…. Ele fez um baixo, revoltado som no fundo de sua garganta. .Eu sinto mais do que posso dizer a você..
Ele passou seu braço pelo seu rosto e ficou perfeitamente parado.
Permaneci por um longo momento em total assombro, tentando compreender - agora que havia entendido - a sua miséria. Era tão contrário ao que eu sentia que foi difícil de processar.
O choque passou lentamente, deixando um nada em mim. Um vazio. Minha mente estava em branco. Eu não conseguia pensar no que dizer. Como eu poderia explicar a ele da forma correta? Como eu poderia fazê-lo feliz como eu estava - ou como tinha estado há um momento atrás?
Eu toquei o seu braço, e ele não respondeu. Eu agarrei seu pulso e tentei afastar seu braço de sua face, mas era como provocar uma escultura, apesar de todo o bem que isso me fez.
.Edward.
Ele não se moveu.
.Edward?.
Nada. Portanto, isso seria um monologo, então.
.Eu não sinto, Edward. Eu… Eu nem consigo lhe dizer. Eu estou tão feliz. Não fique com raiva. Eu estou realmente ót….
.Não diga a palavra „ótima.. Sua voz estava fria como o gelo. Se você preza minha sanidade, não diga que você está ótima..
.Mas eu estou., eu sussurrei.
.Bella., ele quase gemeu. .Não..
.Não, um não para você Edward..
Ele moveu seu braço; seus olhos dourados me fitavam com cuidado.
.Não estrague isso., eu disse a ele. .Eu. Estou. Feliz..
.Eu já estraguei., ele murmurou.
.Pare com isso., eu disse, interrompendo-o.
Pude ouvir seus dentes rangendo.
.Ugh!., resmunguei. .Por que você não pode simplesmente ler minha mente? É tão inconveniente ser uma muda mental!.
Seus olhos se arregalaram ligeiramente, estranhamente distraídos.
.Essa é nova. Você adorava o fato de eu não pode ler sua mente..
.Não hoje..
Ele me encarou. .Por que?.
Eu joguei meus braços para o ar, em frustração, sentindo uma dor em meu ombro que ignorei. As palmas de minhas mãos caíram sobre seu peito fazendo um estalo. .Porque toda essa angústia seria desnecessária se você soubesse o que estou sentindo nesse momento. Ou há cinco minutos atrás, tanto faz. Eu estava perfeitamente feliz. em Total e completo estado de felicidade. Agora - bem, estou um tanto chateada, na verdade..
.Você deveria estar com raiva de mim..
.Bem, eu estou, isso faz você se sentir melhor?.
Ele suspirou. .Não, acho que nada pode me fazer sentir melhor agora..
.Esse,. disse interrompendo, .Esse é o motivo pelo qual estou zangada. Você está tirando meu ânimo, Edward..
Ele virou os olhos e balançou a cabeça.
Respirei fundo. Eu estava me sentindo mais cansada e irritada agora, mas isso não era tão ruim. Algo como o dia depois do levantamento de pesos. Eu fiz isso com Renée numa das manifestações de sua mania por malhação. 65 repetições com 10 libras em cada mão. Eu não conseguia andar no dia seguinte. O que eu sentia agora não era nem a metade do que senti naquela vez.
Engoli minha irritação e tentei manter minha voz calma. .Nós sabiamos que isso seria arriscado. Eu achei que estava claro. E então - bem, foi muito mais fácil do que eu achei que seria. Não foi absolutamente nada demais.. Esfreguei meus dedos ao longo do meu braço. .Eu acho que para uma primeira vez, sem saber o que esperar, nós fomos muito bem. Com um pouco mais de prática-..
Sua expressão estava tão lívida que eu parei no meio da frase.
.Estava claro? Você estava esperando por isso Bella? Você estava imaginando que eu a machucaria? Você estava pensando que isso seria pior? Você considera a experiência um sucesso porque você pode sair andando depois dele? Sem ossos quebrados, significa vitória?.
Eu aguardei, deixando-o colocar tudo para fora. Então eu esperei mais um pouco enquanto sua respiração voltava ao normal. Quando seu olhar estava tranquilo, eu respondi, falando calma e precisamente.
.Eu não sabia o que esperar - mas eu definitivamente não esperava o quão… quão perfeito e maravilhoso, como foi.. Minha voz se tornou-se um sussurro, meus olhos fugiram de sua face para as minhas mãos. .Eu quero dizer, eu não sei como foi para você, mas para mim foi assim..
Um dedo gelado tocou meu queixo trazendo minha cabeça para cima.
.É isso que te preocupa?. Ele disse entredentes, .Que eu não tenha gostado?.
Meus olhos continuaram baixos. .Eu sei que não é a mesma coisa, você não é humano. Eu só estava tentando explicar que, para um humano, bem… eu simplesmente não posso imaginar que haja algo melhor que isso na vida..
Ele ficou em silêncio por tanto tempo que, finalmente, eu tive que olhar para cima.
Sua face estava mais suave agora, pensativo.
.Parece que eu tenho mais pelo que me desculpar.. Ele franziu as sobrancelhas. .Não imaginei que você poderia interpretar a forma como me sinto pelo que fiz a você de outro modo que não significasse que a última noite foi… bem, a melhor noite de toda a minha existência. Mas eu não quero pensar nisso dessa forma, não enquanto você….
Meus lábios se curvaram um pouquinho pra cima. .Verdade? A melhor de todas?. Perguntei baixinho.
Ele tomou meu rosto entre suas mãos, ainda introspectivo. .Eu falei com Carlisle depois que você e eu fizemos nosso trato, esperando que ele pudesse me ajudar. Obviamente ele me advertiu que isso poderia ser muito perigoso para você.. Uma sombra cruzou sua expressão. .Ele tinha fé em mim, mesmo eu não merecendo tal crédito..
Eu comecei a protestar e ele colocou dois dedos sobre meus lábios antes que eu pudesse comentar.
.Eu também perguntei a ele o que eu deveria esperar. Ele não sabia como seria para mim… por eu ser um vampiro.. Ele riu indiferentemente. .Carlisle me disse que isso é algo muito poderoso, como nada mais. Ele me disse que o amor físico é algo que eu não deveria tratar superficialmente. Com o nosso temperamento quase imutável, emoções fortes podem nos alterar de modo permanente. Mas ele me disse que eu não deveria me preocupar com essa parte, pois você já me alterou completamente.. Agora o seu sorriso era mais sincero.
.Eu conversei com meus irmãos também. Eles me disseram que seria um imenso prazer, suplantado apenas por beber sangue humano.. Uma linha se formou em sua testa. .Mas eu provei seu sangue, e não pode haver sangue mais poderoso que aquele… Eu não acho que eles estivessem errados, realmente. Apenas que foi diferente para nós dois. Algo a mais..
.Foi algo a mais. Foi tudo..
.Isso não muda o fato de que foi errado. Mesmo que fosse possível você se sentir como disse..
.O que você quer dizer com isso? Você acha que eu inventei tudo? Por quê?.
.Para aliviar minha culpa. Eu não posso ignorar a evidência, Bella. Ou seu histórico de tentar me confortar quando cometo erros..
Eu peguei seu queixo e puxei para frente para que nossos rostos ficassem mais próximos. .Você tem que me ouvir, Edward Cullen. Eu não estou fingindo nada para você, está bem? Eu não sabia que existia uma razão para fazer você se sentir melhor até você começar a ser tão miserável? Eu nunca me senti tão feliz em toda minha vida. Eu não fiquei feliz assim nem na primeira manhã que eu acordei, e você estava lá esperando por mim… Nem quando eu escutei sua voz no estudio de ballet.. Ele retrocedeu ao lembrar do meu encontro próximo com um vampiro caçador, mas eu não parei - .Ou quando você disse =Eu aceito‘ e eu descobri que, de alguma forma, eu vou te ter para sempre. Essas são as memórias mais felizes que tenho, e isso é melhor que todas elas. Então apenas lide com isso..
Ele tocou a linha franzida entre minhas sobrancelhas. .Eu estou te deixando infeliz. Eu não quero fazer isso..
.Então não fique infeliz. Essa é a única coisa errada aqui.
Seus olhos tornaram-se apertados, e em seguida ele tomou-se em uma respiração profunda e balançou a cabeça. .Tem razão, o passado é passado, e eu não posso fazer nada para mudar isso. Não há sentido para que eu fique de mal humor com você. Eu vou fazer todo o possível para fazer você feliz agora..
Eu analisei seu rosto, surpresa. Ele me sorriu serenamente.
.Qualquer coisa que me deixe feliz?.
O meu estomago grunhiu, quando eu perguntei.
.Você está com fome. ele disse rapidamente. Ele foi rapidamente para fora da cama, mexendo-se sob a nuvem de penas. Que fez-me lembrar.
.Então, porque exatamente você resolveu arruinar os travesseiros de Esme?. Eu perguntei, me ajeitando no lugar e balançando os meus cabelos.
Ele já tinha vestido um par de calças caqui folgadas, e estava perto da porta, bagunçando o cabelo, fazendo algumas penas voarem também.
.Eu não sei se decidi fazer algo na noite passada. ele resmungou. .Nós temos sorte que foram os travesseiros e não você.. Ele respirou profundamente e então balançou a sua cabeça, como se isso fizesse desaparecer o pensamento terrível. Um sorriso apareceu no seu rosto, mas eu acho que ele precisou de bastante trabalho para colocar-lo ali.
E deslizei cuidadosamente pela cama, mais consciente, agora, das dores e dos locais doloridos. Eu o ouvi resfolegar. Ele deu as costas pra mim, e suas mãos se fecharam nos punhos, os nós dos dedos ficando brancos.
.Minha aparência é tão odiosa assim?. Eu perguntei, trabalhando para manter meu tom leve. Ele prendeu a respiração, mas não se virou, provavelmente para esconder sua expressão de mim. Eu caminhei até o banheiro para checar a mim mesma.
Eu olhei para o meu corpo nu no grande espelho que ficava atrás da porta.
Definitivamente eu já tive dias piores. Havia uma leve sombra em uma das minhas bochechas, e meus lábios estavam um pouco inchados, mas além disso, meu rosto estava bem. O resto do meu corpo estava coberto por manchas azuis e roxas. Eu me concentrei nos machucados que seriam mais difíceis de esconder - nos meus braços e nos meus ombros. Eles não estavam tão ruins. Minha pele se refazia facilmente. Quando um machucado vinha a aparecer, eu geralmente já tinha esquecido como ele foi feito. É claro que estes estavam apenas em desenvolvimento. Eu estaria muito pior amanhã. Isso não ia facilitar as coisas.
Foi então que eu olhei para o meu cabelo e gemi.
.Bella?. Ele estava bem ali ao meu lado assim que eu emiti o som.
.Eu nunca vou conseguir tirar isso tudo dos meus cabelos!. Eu apontei para a minha cabeça, que parecia mais com um ninho de emaranhado. Eu comecei a recolher as penas.
.Você tinha que estar preocupada com o seu cabelo., ele murmurou, mas veio parar atrás de mim e começou a retirar as penas muito mais rapidamente.
.Como você consegue não rir disso? Eu estou ridícula..
Ele não respondeu; ele simplesmente continuou tirando. E aí eu soube a resposta imediatamente - nada poderia ser engraçado enquanto ele estivesse com mal humor.
.Isso não vai funcionar., eu suspirei depois de um minuto..Está tudo colado aí. Eu vou tentar lavar.. Eu me virei, passando os braços pela cintura fria dele. .Você quer me ajudar?.
.É melhor eu ir procurar comida pra você., ele disse com uma voz baixa, e gentilmente afastou meus braços. Eu suspirei enquanto ele se afastava, se movendo muito rápido.
Parecia que a minha lua de mel havia acabado. Esse pensamento trouxe um grande nó na minha garganta.
Quando eu estava quase sem penas e usando um vestido de algodão desconhecido que escondia a maior parte das manchas cor de violeta, eu caminhei com os pés descalços até o lugar de onde o cheiro dos ovos com bacon e queijo cheddar estava vindo.
Edward estava de frente pra um fogão de aço inoxidável, colocando uma omelete num prato azul claro que estava sob o balcão. O cheiro de comida me deixou mais faminta ainda. Foi como se eu pudesse comer o prato e a frigideira também; meu estômago roncou.
.Aqui., ele disse. Ele se virou com um sorriso nos lábios e colocou o prato sobre uma mesa de azulejos.
Eu sentei em uma das cadeiras de metal e comecei a comer os ovos quentes com gula. Eles queimaram minha garganta, mas eu não me importei.
Ele sentou à minha frente. .Eu não estou de alimentando com freqüência suficiente..
Eu engoli e então lembrei ele, .Eu estava dormindo. Isso está muito bom, por sinal. Impressionante pra uma pessoa que não come..
.Canal de receitas., ele disse, dando meu sorriso torto favorito.
Eu fiquei feliz ao vê-lo, feliz de ver que ele parecia mais com o seu =eu‘ de sempre.
.De onde vieram os ovos?.
.Eu pedi à equipe de limpeza que estocasse a cozinha. Isso é inédito nessa casa. Eu vou ter que pedir a eles para cuidarem das penas…. Ele parou de falar, seus olhos fixaram-se no espaço acima da minha cabeça. Eu não respondi, tentando não deixá-lo chateado novamente.
Eu comi tudo, apesar dele ter cozinhado suficiente para duas pessoas.
.Obrigada., e disse a ele. Eu me inclinei sobre a mesa para beijá-lo. Ele correspondeu meu beijo automaticamente, então de repente enrijeceu e se afastou.
Eu apertei meus dentes, e a pergunta soou como uma acusação, .Você não vai me tocar de novo enquanto estivermos aqui, não é?.
Ele hesitou, então deu um meio sorriso e ergueu a mão para alisar minha bochecha. Seus dedos pousaram suavemente na minha pele, e eu não consegui não repousar meu rosto em sua palma.
.Você sabe que não é isso o que eu quis dizer..
Ele suspirou enquanto abaixava as mãos. .Eu sei. Você está certa.. Ele parou por algum curto tempo, erguendo um pouco o queixo. E então ele falou novamente com convicção. .Eu não farei amor com você novamente até que você seja transformada. Eu nunca vou te machucar novamente..
6. Distrações.
A minha diversão se tornou a prioridade número um na Ilha Esme. Nós fazíamos mergulhos com aqueles tubos, (bom, eu fazia isso enquanto ele exibia sua habilidade de
ficar sem ar infinitivamente). Nós exploramos a pequena floresta que circundava o pico de rocha. Visitamos os papagaios que viviam ao sul da ilha. Assistimos o nascer do sol das rochas na enseada ao leste da ilha. Nadamos com os golfinhos que brincavam nas mornas, rasas águas. Pelo menos eu brinquei, quando Edward estava na água, os golfinhos desapareciam como se um tubarão estivesse perto.
Eu sabia o que estava rolando. Ele estava tentando me manter ocupada, distraída, para eu parar de insistir sobre o negócio do sexo. Sempre que eu tentava o convencer a pegar leve e assistir um dos milhares de DVDs sob a grande TV de plasma, ele me arrastava para fora de casa com palavras mágicas como „recife de corais. e „cavernas submersas. ou „tartarugas marinhas.. E então passeávamos, passeávamos e passeávamos o dia todo e no final do dia eu estava absolutamente exausta.
Eu babava sobre o prato após o jantar toda noite, uma vez, eu de fato dormi em cima da mesa e ele teve que me carregar até a cama. Edward sempre fazia muita comida para uma só pessoa, mas eu tinha tanta fome depois de nadar e escalar o dia todo que eu comia quase tudo. Então, cheia e cansada, eu mal conseguia manter meus olhos abertos. Tudo parte do plano dele, sem dúvida.
Exaustão não ajudava muito nas minhas tentativas de persuasão. Mas eu não desistia. Eu tentei racionalizar, implorar e brigar, tudo em vão. Eu estava normalmente quase inconsciente antes de conseguir defender minha causa. E então, meus sonhos eram tão reais, - pesadelos na maior parte, e muito reais talvez devido às vividas cores da ilha - que eu acordava cansada, não importasse o quanto eu dormia.
Mais ou menos uma semana depois que havíamos chegado na ilha, eu decidi tentar o lance do =compromisso‘. Já havia funcionado conosco no passado.
Eu estava dormindo no quarto azul agora. A equipe de limpeza só apareceria amanhã, então no quarto branco ainda parecia que havia nevado. O quarto azul era menor, a cama mais proporcional. As paredes eram cobertas por uma luxauosa seda azul escura.
Eu aceitei usar algumas das peças da coleção de lingerie de Alice - que não eram tão reveladoras quanto os biquínis mínimos que ela comprou para mim. Eu imaginava se ela tinha tido alguma visão do por que eu precisaria desse tipo de coisa, e então me encolhi envergonhada com essa possibilidade.
Eu comecei sútil, com cetim inocente, preocupada se mostrar muita pele ia fazer o oposto de ajudar, mas disposta a tentar tudo. Edward pareceu não perceber nada, como se eu estivesse usando os suéteres velhos que usava em casa.
Os hematomas estavam bem melhor agora - amarelando em algumas partes e desaparecendo na maioria- então essa noite eu usei uma das mais assustadoras peças e me arrumei no banheiro. Era preta com um laço e era embaraçoso olhar para ele mesmo quando não estava no corpo. Tive o cuidado de não olhar no espelho antes de voltar para o quarto. Eu não queria perder a calma.
Eu tive a satisfação de ver seus olhos se arregalarem por um segundo antes que ele controlasse a expressão.
.O que você acha?. Perguntei, dando uma volta para que ele pudesse ver por todos os ângulos.
Ele limpou a garganta. .Você está linda. Você sempre está linda..
.Obrigada. Eu disse um pouco decepcionada.
Eu estava muito cansada para resistir subir rapidamente na cama macia. Ele me abraçou e me segurou firme contra o seu peito, mas isso era rotina - era muito quente para eu conseguir dormir sem o seu corpo frio próximo.
.Eu faço um acordo com você.. Disse sonolenta.
.Eu não farei nenhum tipo de acordo com você.. Ele respondeu.
.Você nem ao menos ouviu o que eu estou oferecendo..
.Não importa..
Eu suspirei. .Que pena. E eu queria tanto… Fazer o que, né?
Ele rolou os olhos.
Eu fechei os meus e deixei ele morder a isca. Bocejei.
Demorou só um minuto - não o suficiente para eu cochilar.
.Ok. O que você quer?.
Eu apertei os dentes, suprimindo um sorriso. Se havia uma coisa que ele não resistia era uma oportunidade de me dar alguma coisa.
.Bem, eu estava pensando… Eu sei que essa coisa sobre Dartmouth era só para disfarçar, mas sinceramente, um semestre de faculdade provavelmente não vai me matar. eu disse, repetindo as palavras dele quando ele tentou me persuadir a adiar minha transformação em vampira. .Charlie teria a emoção de ouvir algumas histórias sobre Dartmouth. Claro que seria meio embaraçoso tentar acompanhar aqueles nerds. Mas, ainda assim… dezoito, dezenove, a diferença não é tão grande, não é como se eu fosse ter joanetes ano que vem..
Ele ficou em silêncio por alguns minutos. Então, em uma voz baixa, disse. .Você esperaria. Você ficaria humana..
Eu segurei a língua. Deixando a oferta tomar forma.
.Porque você está fazendo isso comigo?. ele disse por entre os dentes, num tom raivoso. .Já não é difícil o suficiente sem todas essas coisas?. e agarrou os laçinhos da camisola que batiam nas minhas coxas. Por um instante eu pensei que ele fosse as arrancar, mas então suas mãos relaxaram. .Não importa. Eu não fazer nenhum acordo com você..
.Eu quero ir para a faculdade..
.Não, não quer. E não há nada que valha arriscar a sua vida novamente. Não vale o risco de te machucar..
.Mas eu realmente quero ir. Bem, não é a faculdade que eu quero - eu quero continuar humana por mais um tempinho..
Ele fechou os olhos e exalou. .Você está me deixando louco Bella. Nós já não tivemos essa discussão um milhão de vezes e você sempre insistindo para ser uma vampira sem demora?.
.Sim, mas… bem, eu tenho um motivo para querer ser humana que eu não tinha antes..
.E qual é esse motivo?.
.Adivinha?. Eu disse, e me ergui do travesseiro para beijá-lo.
Ele correspondeu, mas não de um jeito que me fizesse pensar que eu estava vencendo, era mais como se ele estivesse sendo cuidadoso para não magoar meus sentimentos, ele estava completamente, irritantemente no controle de si mesmo. Gentilmente ele me afastou após um momento e me acomodou em seu peito.
.Você é tão humana Bella. Controlada por seus hormônios.. Ele ironizou.
.A questão é essa, Edward. Eu gosto dessa parte de ser humana, eu ainda não quero desistir disso. Eu não quero esperar por anos sendo uma recém nascida louca por sangue até que um pouco disso volte..
Eu bocejei e ele sorriu.
.Você está cansada. Durma amor.. Ele começou a cantarolar a minha canção de ninar.
.Eu me pergunto por que estou tão cansada,. Eu resmunguei sarcasticamente. .Não seria parte do seu plano nem nada, né?.
Ele só sorriu e continuou a cantarolar.
.Cansada desse jeito seria de esperar que eu dormisse melhor..
A música parou. .Vc tem dormido como uma morta Bella. Não tem dito uma palavra desde que chegamos. Se não fosse pelos roncos eu pensaria que você estivesse em coma..
Eu ignorei a parte do ronco. Eu não roncava. .Eu não tenho revirado? Estranho. Normalmente quando eu tenho pesadelos eu rolo a cama toda. E grito..
.Você tem tido pesadelos?.
.E bem reais. Eles me cansam tanto.. Bocejei, .Eu não posso acreditar que eu não fico falando a noite toda..
.Sobre o que são os pesadelos?.
.Diferentes coisas - mas o mesmo sabe, por causa das cores..
.Cores?.
.É tão colorido e real. Normalmente quando eu estou sonhando eu sei que estou. Com esses eu não sei que estou dormindo. É muito mais assustador..
Ele parecia perturbado quando falou novamente .O que a está assustando?.
Eu estremeci um pouco. .Na maior parte das vezes….. hesitei.
.Na maior parte das vezes…. ele pressionou.
Eu naum tinha muita certeza do por que, mas eu naum queria dizer a ele sobre a criança do meu pesadelo recorrente, havia algo de muito privado sobre esse horror. Então, ao invés de dar uma descrição completa eu só dei um elemento. Certamente o suficiente para assustar qualquer um.
.Os Volturi.. Eu sussurrei.
Ele me abraçou mais apertado .Eles não irão nos incomodar mais. Você será imortal logo e não haverá motivo..
Eu deixei que ele me confortasse me sentindo ligeiramente culpada por ele ter entendido errado. Os pesadelos não eram bem assim, eu naum ficava com medo por mim, eu tinha medo pelo garoto.
Não era o mesmo garoto do primeiro sonho - a criança vampira com os olhos vermelho-sangue sentado numa pilha de corpos das pessoas que eu amava. Esse garoto com o qual eu sonhei quatro vezes semana passada era, definitivamente, humano; suas bochechas eram rosadas e seus olhos eram de um verde suave. Mas assim como a outra criança, ele tremia de medo e desespero conforme os Volturi se aproximavam de nós.
Nesse sonho, eu simplesmente precisava proteger essa criança desconhecida. Não havia outra opção. E ao mesmo tempo eu sabia que eu falharia.
Ele viu a desolação em meu rosto. .O que eu posso fazer para ajudar?.
.São só sonhos, Edward..
.Você quer que eu cante para você? Eu cantarei a noite toda se isso mantiver os pesadelos longe..
.Eles não são tão maus. Alguns são legais. Tão… coloridos. Em baixo da água com os peixes e os corais. Parece que realmente está acontecendo - eu não sei que estou sonhando. Talvez a ilha seja o problema, é muito iluminado aqui..
.Você quer ir para casa?.
.Não. Não. Ainda não. Não podemos esperar mais um pouco?.
.Nós podemos esperar o quanto você quiser, Bella.. Ele me prometeu.
.Quando o semestre começa? Eu não estava prestando atenção antes..
Ele suspirou. Pode ser que ele tenha começado a cantarolar novamente, mas eu apaguei antes de ter certeza.
Mais tarde quando eu acordei foi em choque. O sonho havia sido tão real… tão vivido, tão sensorial… Eu gemi alto agora, desorientada pelo quarto escuro. Somente um segundo atrás, ou assim parecia, eu estava sob o sol brilhante.
.Bella?. Edward suspirou, seus braços firmes ao redor de mim me balançando suavemente. .Você está bem querida?
.Oh.. Eu gemi denovo. Só um sonho. Não era real. Para a minha surpresa lágrimas caíam dos meus olhos sem aviso.
.Bella. ele disse - mais alto, assustado agora - .O que está errado?. Ele enxugou as lágrimas das minhas bochechas mas outras seguiram as que ele enxugou.
.Foi só um sonho.. Eu não consegui conter o soluço, o choro sem sentido era perturbador, mas eu não conseguia conter a desolação que eu sentia. Eu queria tanto que o sonho fosse real.
.Tá tudo bem amor, você tá bem. Eu estou aqui.. Ele me balançava para frente e para trás. .Você teve outro pesadelo? Não era real, não foi real..
.Não era um pesadelo. eu balancei a cabeça, passando a mão nos olhos. .Era um sonho bom. minha voz falhou.
.Então por que você está chorando?. ele perguntou surpreso.
.Por que eu acordei.. Eu gemi, envolvendo o pescoço dele em um abraço apertado soluçando em sua garganta.
Ele riu da minha lógica, mas o som era tenso com preocupação.
.Tá tudo bem Bella. Respira fundo..
.Era tão real. Eu disse .Eu queria que fosse real..
.Me conta,. Ele me encorajou, .Talvez ajude..
.Nós estávamos na praia….. eu parei, me ergui para olhar sua face angelical através das lágrimas, sua face precupada.
.E…?. Ele insistiu.
Eu pisquei as lágrimas. .Oh Edward….
.Me diz Bella. ele implorou, os olhos abertos e cheios de preocupação devido a dor em minha voz.
Mas eu não consegui. Ao invés disso eu agarrei seu pescoço de novo e pressionei maus lábios nos dele febrilmente. Não era desejo - era necessidade. Forte ao ponto de doer. Sua resposta foi imediata, mas rapidamente seguida pela racionalização.
Ele me afastou gentilmente, segurando-me pelos ombros.
.Não, Bella. ele insistiu, me olhando como se eu tivesse perdido a sanidade.
Deixei meus braços caírem em derrota, as lágrimas bizarras correndo em uma nova e intensa corrente, mais soluços. Ele devia estar certo, eu estava ficando louca.
Ele me olhou confuso e angustiado.
.Me des-des-culpa.. Eu murmurei.
Mas ele me puxou para ele, me abraçando forte contra o peito de mármore.
.Eu não posso Bella, eu não posso.. Murmurava agonizado.
.Por favor. Eu disse, meu apelo abafado contra sua pele. .Por favor, Edward?.=
Eu não sei dizer se ele se comoveu com as lágrimas tremendo em minha voz, ou se ele estava despreparado para o meu súbito ataque, ou se a necessidade dele era simplesmente tão insuportável quanto a minha. Mas qual tenha sido a razão, ele me puxou e seus lábios estavam nos meus novamente, se rendendo com um grunhido.
E continuamos de onde meu sonho tinha parado.
Eu fiquei imóvel quando acordei na manhã seguinte e tentei manter minha respiração calma. Eu estava com medo de abrir os olhos.
Eu estava deitada sobre o peito de Edward. Mas ele estava muito quieto e seus braços não estavam ao redor de mim. Mau sinal. Eu estava com medo de admitir que estava acordada e encarar sua raiva - não importando para quem ela estava dirigida esta manhã.
Cuidadosamente, eu dei uma espiada através dos cílios. Ele estava encarando o teto, seus braços atrás da cabeça. Eu me ergui nos cotovelos para ver sua face melhor. Estava macia, sem expressão.
.Eu estou encrencada?. perguntei timidamente.
.MUITO. ele disse virando a cabeça e sorrindo travessamente para mim.
Eu suspirei em alivio. .Me desculpe, não era minha intenção…. Bem, eu não sei o que aconteceu noite passada. Eu balancei a cabeça arrumando as memórias do choro irracional e do sofrimento.
.Você acabou não me dizendo sobre o que o sonho era.. Ele perguntou calmamente.
.Acho que não - mas eu meio que mostrei para você.. E ri nervosamente.
.Oh.. Seus olhos se abriram mais e ele piscou .Interessante.
.Foi um sonho muito bom.. Murmurei, ele não comentou, então alguns segundos depois eu perguntei. .Estou perdoada?.
.Eu estou pensando nisso..
Eu sentei para me examinar - pelo menos não tinha nenhuma pena. Mas conforme eu me movi uma estranha sensação de vertigem me atingiu. Eu girei e me joguei de volta aos travesseiros.
.Uou… levantei muito rápido..
Seus braços me rodearam .Você dormiu por muito tempo. Doze horas..
.Doze horas?. Que estranho.
Eu dei uma conferida rápida em mim mesma, tentando não demonstrar. Tudo parecia bem, sem hematomas, me espreguicei experimentando… me sentia bem. Na verdade, melhor que bem.
.O inventário está completo?.
Eu confirmei com a cabeça. .Os travesseiros parecem ter sobrevivido..
.Infelizmente eu não posso dizer o mesmo sobre a sua… hã.. camisola.. Ele apontou para o pé da cama, onde vários pedaços de laços estavam jogados.
.Que pena. eu disse .Gostava dela..
.Eu Também..
.Alguma outra casualidade?. eu perguntei.
.Eu vou ter que comprar para a Esme outra cabeceira. ele confessou olhando por sobre o ombro. Eu segui seu olhar e me choquei ao ver os grandes pedaços de madeira que aparentemente haviam sido arrancados do lado esquerdo da cabeceira.
.Hmmm, como eu não ouvi isso?.
.Você parece não muito observadora quando sua atenção está focalizada em outra direção..
.Eu estava mesmo um pouco distraída. Admiti, corando forte.
Ele tocou minha bochecha e suspirou. .Eu realmente vou sentir falta disso..
Eu olhei em sua face procurando por algum sinal de raiva ou remorso. Ele me encarou de volta, sua expressão calma, mas impossível de ler.
.Como você está se sentindo?.
Ele riu.
.O quê?. Eu exigi.
.Você parece tão culpada - como se tivesse cometido um crime.
.Eu me sinto culpada.. Murmurei.
.Então você seduziu seu marido completamente disposto. Esta não é uma infração capital..
Ele pareceu estar implicando comigo.
Minhas bochechas ficaram mais quentes. .A palavra seduziu implica certo valor de premeditação..
.Talvez essa seja a palavra errada.. ele disse.
.Você não está com raiva?.
Ele sorriu arrependido. .Eu não estou com raiva..
.Por que não?.
.Bem…. Ele pausou. .Eu não te machuquei, em primeiro lugar. Era mais fácil dessa vez, me controlar, canalizar os excessos.. Os olhos dele cintilaram para a moldura danificada novamente. .Talvez porque eu tinha uma melhor idéia do que esperar..
Um sorriso esperançoso começou a se espalhar pelo meu rosto. .Eu te disse que era tudo uma questão de prática..
Ele revirou os olhos.
Meu estômago roncou e ele gargalhou. .Hora do café da manhã para a humana?. ele perguntou.
.Por favor.. Eu disse, saltando da cama. Eu me movi muito depressa, por isso, depois, continuei a cambalear até recuperar meu equilíbrio.
Ele me pegou antes que eu pudesse tropeçar no vestido.
.Você está bem?.
.Se eu não tiver um senso de equilíbrio melhor na próxima vida, exigirei um reembolso..
Eu cozinhei esta manhã, fritando alguns ovos - faminta demais para fazer qualquer outra coisa mais elaborada. Impaciente, eu os joguei dentro de um prato dentro de poucos minutos.
.Desde quando você come ovos com a gema mole?. ele perguntou.
.Desde agora..
.Você sabe quantos ovos comeu na última semana?. ele puxou a lixeira que estava debaixo da pia - ela estava cheia de caixas de papelão azuis vazias.
.Estranho.. Eu disse depois de engolir um pedaço chamuscado. .Esse lugar está mexendo com meu apetite.. E meus sonhos e meu já duvidoso equilíbrio. .Mas eu gosto daqui. Nós provavelmente teremos que partir logo, não vamos, para fazermos Dartmouth em tempo? Wow, acho que precisamos achar um lugar para morar e encher, também..
Ele sentou perto de mim. .Você pode desistir do fingimento da faculdade agora - você vai ter o que quiser. E nós não temos nenhum contrato, então não há amarras..
Eu bufei. .Não era um fingimento, Edward. Eu não gasto meu tempo livre tramando como algumas pessoas fazem. O que nós podemos fazer para cansar Bella hoje?” Eu disse numa pobre imitação da voz dele. Ele riu, sem vergonha. .Eu realmente quero um pouco mais de tempo como humana.. Eu me apoiei para acariciar o peito nu dele com a minha mão. .Eu ainda não tive o bastante..
Ele me deu um olhar incerto. .Para isso?. ele perguntou, segurando a minha mão enquanto ela se movia para seu estômago. .Sexo era a chave o tempo todo?. Ele rolou os olhos. .Por que eu não pensei nisso?. ele murmurou sarcásticamente. .Eu poderia ter salvado a mim mesmo de muitos argumentos..
Eu ri. .Sim, provavelmente..
.Você é tão humana.. Ele disse de novo.
.Eu sei..
Um quê de sorriso apareceu nos seus lábios. .Nós vamos para Darthmouth? Sério?.
.Eu provavelmente vou falhar em um semestre..
.Eu te ensinarei.. O sorriso era amplo agora. .Você vai amar a faculdade..
.Você acha que podemos achar um apartamento a esta altura?.
Ele fez uma careta, parecendo culpado. .Bem, nós por sorte já temos uma casa lá. Você sabe, só se necessário..
.Você comprou uma casa?.
.Propriedades são um bom investimento..
Eu levantei uma sobrancelha e então deixei pra lá. .Então nós estamos prontos..
.Eu terei de ver se nós podemos manter seu carro de =antes‘ por mais um pouco….
.Sim, paraíso proibido se eu não estiver protegida de tanques..
Ele deu um largo sorriso.
.Por quanto tempo mais nós podemos ficar?. Eu perguntei.
.Nós estamos com tempo. Mais umas poucas semanas se você quiser. E nós podemos visitar Charlie antes de irmos para New Hampshire. Nós poderíamos passar o natal com Renée….
As palavras dele pintaram um futuro imediato muito feliz, um livre de dor para todos os envolvidos. A Gaveta-Jacob, quase esquecida, chacoalhou e eu emendei o pensamento - para quase todos.
Isso não estava ficando mais fácil. Agora que eu havia descoberto exatamente quão bom ser humana podia ser, era tentador deixar meus planos a deriva. Dezoito ou dezenove, dezenove ou vinte… Isso realmente importava? Eu não mudaria tanto em um ano. E ser uma humana com Edward… A escolha complicava ainda mais a cada dia.
.Mais umas semanas,. eu concordei. E então, porque não parecia haver tempo suficiente, eu adicionei, .Então eu estava pensando - você sabe o que eu estava dizendo sobre prática anteriormente?.
Ele gargalhou. .Nós podemos segurar esse pensamento? Eu ouvi um barco. A equipe de limpeza deve estar aqui..
Ele queria que eu segurasse o pensamento. Então isso queria dizer que ele não me daria mais problemas sobre prática? Eu sorri.
.Deixe-me explicar a bagunça no quarto branco para Gustavo e então nós podemos sair. Tem um lugar na floresta, ao sul -.
.Eu não quero sair. Não estou numa excursão por toda a ilha hoje. Quero ficar aqui e assistir a um filme..
Ele pressionou os lábios, tentando não rir do meu tom descontente. .Tudo bem, qualquer coisa que você queira. Por que você não escolhe um enquanto eu atendo a porta?.
.Eu não ouvi uma batida..
Ele posicionou a cabeça de lado, ouvindo. Um nada de segundo depois, uma fraca, cronometrada batida se fez ouvir na porta. Ele sorriu e se virou em direção à entrada.
Eu divagava com as prateleiras embaixo da grande TV e comecei a pegar alguns títulos. Era mais difícil decidir por onde começar. Eles tinham mais DVDs do que uma locadora.
Eu podia escutar a voz baixa de Edward, como veludo, enquanto ele voltava da entrada, conversando fluentemente no que eu assumia ser português perfeito. Outra, penosa, voz humana respondeu na mesma língua.
Edward os conduziu para o cômodo, apontando rumo à cozinha em sua passagem. Os dois brasileiros pareciam incrivelmente baixos e escuros ao lado dele. Um era um homem redondo, a outra uma mulher ligeira, seus rostos marcados com rugas. Edward fez um gesto para mim com um sorriso orgulhoso e eu ouvi meu nome misturado a uma enxurrada de palavras desconhecidas. Eu corei um pouco assim que pensei em toda a bagunça do quarto, a qual eles encontrariam logo. E o pequeno homem sorriu para mim educadamente.
Mas a pequena mulher com pele de café não sorriu. Ela me encarava com um misto de choque, horror e, pior de tudo, medo visível. Antes que eu pudesse reagir, Edward mencionou a eles para o seguirem até a copa, e eles se foram.
Quando ele reapareceu, estava sozinho. Ele andou rapidamente até o meu lado e passou seus braços em volta de mim.
.O que há com ela?. eu sussurrei urgentemente, lembrando da sua expressão de pânico.
Ele encolheu os ombros, imperturbado. .Kaure é de tribo Ticuna. Ela foi educada para ser mais supersticiosa - ou você poderia chamar de mais cuidadosa - do que aqueles que vivem no mundo moderno. Ela suspeita do que eu sou, ou perto o bastante.. Ele ainda não soava preocupado. .Eles têm suas próprias lendas aqui. O Libishomen - um demônio bebedor de sangue que ataca exclusivamente mulheres bonitas.. Ele olhou maliciosamente para mim.
Somente mulheres bonitas? Bem, isso era um tipo de bajulação.
.Ela parecia aterrorizada.. Eu disse.
.Ela está - mas é mais por preocupação por sua causa..
.Minha causa?.
.Ela tem medo do por que eu estou aqui com você, sozinho.. Ele riu sombriamente consigo mesmo e olhou na direção dos filmes. .Oh, então, por que você não escolheu alguma coisa para assistirmos? Essa é uma aceitável coisa humana para se fazer..
.Claro, tenho certeza de que um filme a convenceria de que você é humano.. Eu ri e fechei meus braços em volta do pescoço dele, ficando na ponta dos meus pés. Ele abaixou a cabeça e então eu pude beijá-lo, seus braços me apertando, me levantando do chão para que ele não precisasse se curvar.
.Filme… Bom, esqueça o filme.. eu murmurei enquanto os lábios dele desciam pela minha garganta, entrelaçando meus dedos no cabelo de bronze dele.
Então eu ouvi um arquejo e ele me colocou no chão abruptamente. Kaure continuou parada na entrada, penas em seus cabelos pretos, um grande saco com mais penas nos seus braços, uma expressão de horror em seu rosto. Ela me encarou, seus olhos saltados, enquanto eu corava e encarava o chão. Edward sorriu e perguntou num tom amigável. Ela virou seus olhos negros e continuou pela sala.
.Ela estava pensando no que eu estava pensando que ela estava pensando, não estava?. Eu murmurei.
Ele riu da minha enrolada sentença. .Sim..
.Aqui.. Eu disse me prendendo a sorte ao pegar um filme aleatório. .Coloque isso e nós podemos fingir que estamos assistindo..
Era um velho musical com rostos sorridentes e vestidos felpudos na frente.
.Muito romântico.. Edward aprovou.
Enquanto os atores na tela dançavam ao jeito deles durante a alegre música de introdução, eu me deitei preguiçosamente no sofá, aninhando-me nos braços de Edward.
.Nós voltaremos para o quarto branco agora?. Eu perguntei impassível.
.Eu não sei… Eu já estraçalhei a cabeceira do outro quarto sem chance de conserto - talvez se nós limitássemos a destruição apenas a uma área da casa, Esme poderia nos convidar de volta algum dia..
Eu sorri abertamente. .Então haverá mais destruição?.
Ele riu da minha expressão. .Eu acho que será mais seguro se for premeditado, ainda mais se eu for esperar pelo seu ataque novamente..
.Isso seria apenas uma questão de tempo.. Eu concordei casualmente, mas minha pulsação estava correndo em minhas veias.
.Tem alguma coisa errada com seu coração?.
.Nope. Saudável como um cavalo.. Eu pausei. .Você quer fazer uma pesquisa sobre a zona de demolição agora?.
.Talvez fosse mais educado até que nós estivéssemos sozinhos. Você parece não me notar arrancando pedaços dos móveis, mas isso provavelmente os assustaria..
Na verdade, eu já havia me esquecido das pessoas no outro quarto. .Certo. Saco..
Gustavo e Kaure se moveram silenciosamente pela casa enquanto eu esperava impacientemente que eles terminassem, tentando prestar atenção no Felizes para Sempre na tela. Eu estava começando a sentir sono - embora, de acordo com Edward, eu já tivesse dormido metade do dia - quando uma voz áspera me assustou. Edward sentou-se, me mantendo como num berço contra ele e respondeu Gustavo num português fluente. Gustavo acenou com a cabeça e andou em silêncio até a porta da frente.
.Eles terminaram.. Edward me contou.
.Então isso significaria que estamos sozinhos agora?.
.Que tal almoçar primeiro?. ele sugeriu.
Eu mordi meu lábio, rasgada por um dilema. Eu estava faminta.
Com um sorriso ele pegou minha mão e me conduziu até a cozinha. Ele conhecia meu rosto tão bem, não importava que ele não pudesse ler minha mente.
.Isso está saindo dos eixos.. Eu me queixei quando finalmente me senti cheia.
.Você quer nadar com os golfinhos esta tarde - queimas as calorias?. ele perguntou.
.Talvez mais tarde. Eu tive outra idéia para queimar calorias..
.E essa seria?.
.Bem, existe um monte de cabeceiras esquecidas -.
Mas eu não terminei. Ele já tinha me levantado com seus braços e seus lábios silenciaram os meus enquanto ele me carregava numa velocidade nada humana para o quarto azul.
7. INESPERADO.
A linha negra avançava em minha direção através da névoa espessa. Eu podia ver seus olhos vermelhos brilhando com desejo e sede de matar.Seus lábios se retraiam por sobre seus dentes afiados e salivantes, alguns rosnando, outros sorrindo.
Ouvi a criança atrás de mim começar a chorar mas não consegui me virar para olhá-lo. Apesar de estar desesperada para ter certeza de que ela estaria segura, eu não poderia perder nada do foco agora.
Fantasmagoricamente eles flutuaram mais perto, seus robes negros elevando-se ligeiramente com o movimento. Eu vi suas mãos se dobrarem como garras cor-de-osso. Eles começaram a se afastar procurando nos cercar por todos os lados. Nós estávamos cercados. Nós estávamos prestes a morrer.
E então, como um estouro de luz em um flash, toda a cena estava diferente. Ainda assim, nada havia mudado - Os Volturi ainda vinham em nossa direção, preparados para matar. O que realmente havia mudado era como essa cena parecia a mim. De repente eu estava ansiosa por isto. Eu queria que eles atacassem. O pânico mudou para um desejo por sangue enquanto me inclinei para frente, com um sorriso no rosto e um rosnado estridente através dos meus dentes.
Acordei num salto, despertando do sonho.
O quarto estava escuro. Estava também muito quente. O suor descia pelos meus cabelos nas têmporas e escorria pelo meu pescoço.
Tateei os lençóis quentes e encontrei o vazio.
.Edward?.
Só então meus dedos encontraram algo liso, rijo e fino. Uma folha de papel, dobrada na metade. Peguei a nota e atravessei o quarto em direção ao interruptor de luz.
A parte de fora da nota estava endereçada à Sra. Cullen.
Eu espero que você nao acorde e note minha ausência, mas, se isso acontecer, saiba que voltarei muito em breve. Eu apenas fui para a terra firme, caçar. Volte a dormir e eu estarei de volta quando você acordar novamente. Eu te amo.
Eu suspirei. Nós estávamos aqui por duas semanas, portanto eu deveria esperar que ele tivesse que partir, mas eu não estava pensando no tempo. Nós parecíamos existir além do tempo aqui, apenas existindo, em um estado perfeito.
Eu limpei o suor da minha testa. Sentia-me absolutamente desperta, apesar do relógio na cômoda mostrar que passava da uma. Eu sabia que não conseguiria dormir enquanto me sentisse tão quente e suada. Para não dizer que, se eu apagasse as luzes e fechasse os olhos, com certeza eu teria aquelas criaturas negras rondando na minha mente. Levantei-me e perambulei pela casa escura acendendo as luzes. Ela parecia tão grande e vazia sem Edward lá. Diferente. Acabei na cozinha e decidi que talvez o conforto de uma boa comida era o que eu precisava.
Mexi na geladeira até encontrar todos os ingredientes para fazer um frango frito. O chiado do frango na panela era um delicioso som caseiro; me senti menos nervosa enquanto aquele som preenchia o silêncio. Cheirava tão bem que eu comecei a comer direto da panela, queimando minha língua no processo. Lá pela décima quinta ou décima sexta mordida, eu acho, o frango esfriou e pude então saboreá-lo. Minha mastigação ficou mais lenta. Havia algo estranho no sabor? Eu verifiquei a carne e ela estava toda branca, mas ainda assim imaginei se
estaria totalmente cozida. Dei outra mordida; masquei duas vezes. Ugh - definitivamente ruim. Saltei da cadeira para cuspir na pia. De repente o cheiro da galinha e do óleo eram insuportáveis. Peguei o prato todo e joguei-o no lixo, então abri as janelas para dispersar o cheiro. Uma brisa refrescante veio de fora. Senti-a suave sobre minha pele. Eu estava abruptamente exausta, mas não queria voltar ao quarto quente. Então eu abri mais janelas na sala de TV e deitei no sofá bem abaixo delas. Liguei no mesmo filme que nós havíamos assistido no dia anterior e caí no sono imediatamente após o tema de abertura. Quando abri meus olhos novamente, o sol estava alto no céu, mas não foi a luz que me acordou. Braços quentes me envolviam, puxando-me ao seu encontro. Ao mesmo tempo uma dor súbita atingiu-me no estômago, quase como o pós-trauma de levar um soco nas vísceras. .Desculpe-me., Edward murmurava enquanto passava sua mão invernal na minha testa suada. .Pelo desleixo. Eu não imaginei o quão quente você ficaria sem mim por perto. Eu instalarei um ar condicionado antes de partir novamente..
Eu não pude me concentrar no que ele dizia. .Com licença!. Engasguei, lutando para me livrar de seus braços. Ele me soltou automaticamente. .Bella?.
Rumei para o banheiro com minha mão tapando minha boca. Eu me sentia tão mal que nem notei - num primeiro momento - que ele estava comigo enquanto eu me debruçava sobre a privada e vomitava violentamente. .Bella? O que há de errado?.
Eu ainda não podia responder. Ele me segurava ansiosamente mantendo meu cabelo longe do meu rosto, esperando até que eu pudesse respirar novamente.
.Madito frango estragado. eu murmurei.
.Você está bem?. Sua voz estava preocupada.
.Ótima.. Eu arquejei. .É apenas uma intoxicação alimentar. Você não precisa ver isso. Saia daqui..
.De maneira alguma, Bella..
.Saia daqui., eu murmurei novamente, lutando para me levantar para que eu pudesse enxaguar minha boca. Ele me ajudou gentilmente, ignorando os fracos empurrões que eu lhe dava.
Depois que minha boca estava limpa, ele me carregou para a cama e me sentou cuidadosamente, me apoiando em seus braços.
.Intoxicação alimentar? .
.Sim., eu disse quase coachando. .Eu preparei um frango na noite passada. Estava ruim, então joguei-o fora. Mas dei uma ou duas mordidas antes..
Ele colocou uma mão fria em minha testa. Eu me sentia bem. .Como se sente agora? .
Eu pensei sobre aquilo por um instante. A náusea havia passado tão rapidamente como havia chegado, e me sentia como em qualquer outra manhã. .Bastante normal. Um tanto faminta, na verdade.. Ele me fez esperar uma hora e tomar um grande copo de água antes que me fritasse alguns ovos. Eu me sentia perfeitamente normal, apenas um pouco cansada por ter levantado no meio da noite. Ele ligou a TV na CNN - nós estávamos tão fora de alcance que a terceira guerra poderia ter estourado e nós jamais saberíamos - e eu me aninhei sonolentamente no seu colo. Fiquei cansada das notícias e me virei para beijá-lo. Da mesma forma como na manhã, uma dor aguda me atingiu no estômago quando me movi. Eu sabia que dessa vez não chegaria a tempo no banheiro, então corri para a pia da cozinha.
Ele segurou meu cabelo novamente. .Talvez nós devêssemos voltar ao Rio e ver um médico., ele sugeriu ansiosamente enquanto eu lavava minha boca novamente.
Eu balancei a cabeça e me dirigi para o corredor. Médicos significam agulhas. .Estarei ótima assim que eu escovar meus dentes..
Quando minha boca tinha um gosto melhor, eu procurei em minha maleta pelo kit de primeiros socorros que Alice havia guardado para mim, cheio de coisas humanas como bandagens e analgésicos e meu objetivo agora - pepto-bismol. Talvez eu pudesse acalmar meu estômago e tranqüilizar Edward. Mas antes de achar o Pepto, eu esbarrei em algo mais que Alice havia empacotado. Peguei a pequena caixa azul em minhas mãos e fitei-a por um bom momento, esquecendo todo o resto. Então eu comecei a contar de cabeça. Onze. Doze. Mais uma vez.
O baque assustou-me; a pequena caixa azul caiu de volta na maleta.
.Você está bem?. Edward perguntou através da porta. .Você vomitou novamente?.
.Sim e não., Eu disse, mas minha voz soava sufocada.
.Bella? Posso, por favor, entrar?. Ele parecia preocupado agora.
.O…kay?.
Ele entrou e avaliou minha posição, sentada no chão, de pernas cruzadas diante da maleta, e minha expressão atônita. Ele se sentou próximo a mim, sua mão alcançando minha testa em um movimento.
.O que há de errado?.
.Quantos dias faz desde o casamento?. Eu sussurrei.
.Dezessete. ele respondeu automaticamente. .Bella, o que é isto?.
Eu contei novamente. Eu levantei um dedo, dizendo a ele para esperar e balbuciei os números para mim mesma. Eu estava errada sobre os dias. Nós estávamos aqui por mais
tempo do que eu pensava. Comecei a contar novamente. .Bella!. ele sussurrou nervosamente. .Eu estou perdendo a paciência aqui..
Eu tentei engolir. Não funcionou. Então eu enfiei a mão na maleta e tateei até encontrar a pequena caixa azul de absorventes novamente. Eu segurei-a silenciosamente.
Ele me fitava confuso. .O que? Você quer me fazer crer que esse mal estar é TPM?.
.Não., Eu desabafei. .Não, Edward. Eu estou tentando dizer que minha menstruação está 5 dias atrasada..
A expressão facial dele não mudou. Foi como se eu não tivesse dito nada.
.Eu não acho que eu tenho intoxicação alimentar,. Eu acrescentei.
Ele não respondeu. Ele tinha se tornado uma escultura.
.Os sonhos. Eu murmurei para mim mesma, com uma voz flácida. .Dormindo tanto. O choro. Toda aquela comida. Oh. Oh. Oh..
O observar de Edward parecia sem expressão, como se ele não pudesse mais me ver.
Reflexivamente, quase involuntariamente, minha mão pousou na minha barriga.
.Oh!. Eu chiei novamente.
Eu andei para frente, escapando das mãos imóveis de Edward. Eu não havia trocado os pequenos shorts de seda e a camisola que usei para dormir. Eu removi o tecido azul para fora do caminho e encarei o meu estômago.
.Impossível,. Eu sussurrei.
Eu absolutamente não tinha experiência com gravidez ou bebês ou qualquer outra parte daquele mundo, mas eu não era uma idiota. Eu vi o suficiente de filmes e programas de TV para saber que não era assim que funcionava. Eu apenas estava cinco dias atrasada. Se eu estivesse grávida, meu corpo não teria nem registrado este fato. Eu não teria enjôo matutino. Eu não teria mudado meus hábitos de como dormir ou comer.
E eu definitivamente não teria um pequeno aumento aparecendo pelos meus quadris.
Eu me inclinei para frente e para trás, analisando de todos os ângulos como se fosse desaparecer em um certo tipo de iluminação. Eu percorri meus dedos sobre a repentina saliência, surpresa de como eu a sentia dura sob a minha pele.
.Impossível,. Eu disse novamente, porque, com ou sem saliência, com ou sem menstruação (e definitivamente sem menstruação, se bem que eu nunca estive um dia atrasada em toda a minha vida), não havia chance que eu poderia estar grávida. A única pessoa com quem eu transei fora um vampiro, é pra chorar a valer.
O mesmo vampiro que estava ainda congelado no chão, sem mais sinal de se mover.
Então tinha de haver algum outro tipo de explicação. Algo de errado comigo. Alguma doença sul-americana com todos os sinais de gravidez, só que mais acelerados…
Então eu me lembrei de uma coisa - uma manhã de busca na internet que parecia ter acontecido há uma vida atrás. Sentada na velha escrivaninha do meu quarto na casa do Charlie com uma luz acinzentada surgindo pela janela, encarando o meu antigo computador ofegante, lendo atentamente um site chamado .Vampiros A-Z.. Havia passado menos de vinte e quatro horas desde que Jacob Black, tentando me entreter com algumas lendas Quileute que ele ainda não acreditava, me disse que Edward era um vampiro. Eu scaneei ansiosamente pelos primeiros links do site, que era dedicado à mitos vampirescos espalhados pelo mundo. O Filipino Danag, o Hebreu Eurie, o Romano Varacolaci, o Italiano Stregoni benefici (uma lenda na verdade baseada em meu novo pai adotivo, anos passados com os Volturi, não que eu soubesse disso naquele momento)… Eu prestava menos atenção à medida que as histórias cresciam e se tornavam mais implausíveis… Eu só me lembrei de vagos pedaços dos últimos links… As histórias pareciam no geral apenas desculpas para grandes níveis de mortalidade infantil - e infidelidade. Não querida, eu não estou tendo um caso! Aquela mulher sexy que você viu saindo da casa era um mal sucúbo! Eu tive sorte de escapar com a minha vida! (É claro que com o que eu sei não sobre Tanya e sua família, eu suspeitei de que algumas daquelas desculpas não passavam de fatos.) Havia uma para as mulheres, também. Como você pode me acusar de te trair - só porque você veio de uma viagem marítima de dois anos e eu estou grávida? Foi o incúbo. Ele me hipnotizou com seus poderes de vampiro místicos…
Aquela fora parte da definição do Incúbo - a habilidade de ter crianças com a sua preza infeliz.
Eu balancei minha cabeça, chocada. Mas…
Eu pensei na Esme e especialmente na Rosalie. Vampiros não podiam ter crianças. Se fosse possível, Rosalie já teria achado uma maneira até agora. O mito do incúbus não era nada a não ser uma fábula.
Exceto que… Bom, existia uma diferença. É claro que Rosalie não poderia conceber um filho, porque ela estada congelada no estado que passou de humana para inumana. Totalmente imutável. Um corpo de uma mulher teria de mudar para conceber um filho. As mudanças constantes de ciclos mensais para começo, e então maiores mudanças eram precisas para acomodar uma criança crescendo. O corpo de Rosalie não poderia mudar.
Mas o meu pode. O meu mudou. Eu toquei a saliência da minha barriga que não havia estado ali ontem.
E homem humano - bem, eles permaneciam os mesmo da puberdade até a morte. Eu me lembrei de uma pequena parte qualquer trivial, ensinamentos de quem o conhecia: Charlie Chaplin estava nos setenta quando ele teve seu primeiro filho. Homens não tinham problemas como tempo portador de criança ou ciclos de fertilidade.
Claro, como alguém poderia saber se vampiros homens poderiam ter um filho, quando suas parceiras não podiam? Que vampiro no mundo teria a restrita necessidade de testar sua teoria em uma humana? Ou a inclinação?
Eu só conseguia pensar em um.
Parte da minha mente estava devaneando entre fato, memória e especulação, enquanto a outra parte - a parte que controlava a habilidade de mover um único músculo - estava atordoada com a capacidade de operações normais. Eu não podia mover os meus músculos para falar, mesmo que eu queria perguntar para Edward, por favor, explicar o que estava acontecendo. Eu precisava voltar para aonde ele estava sentado, tocar ele, mas o meu corpo não seguia as instruções. Eu só conseguia olhar para os meus olhos chocados no espelho, meus dedos praticamente pressionando o inchaço do meu tronco.
E então, como no meu vívido pesadelo da noite passada, a cena de repente se transformou. Tudo o que eu vi no espelho se tornou completamente diferente, mesmo que nada realmente estava diferente.
O que aconteceu de diferente fora um suave e pequeno movimento se formou em minha mão - de dentro do meu corpo.
No mesmo momento, o celular de Edward tocou, alto exigente. Nenhum de nós se moveu. Tocou de novo e de novo. Eu tentei o sintonizar, enquanto eu pressionava meus dedos no meu estômago, esperando. No espelho minha expressão não era mais perplexa - estava refletindo agora. Eu mal notei quando as estranhas, silenciosas lágrimas começaram a rolar pelas minhas bochechas. O celular continuou tocando. Eu desejava que Edward pudesse respondê-lo - eu estava tendo um momento. Possivelmente o maior da minha vida.
Ring! Ring! Ring!
Finalmente o incômodo quebrou tudo. Eu desci de joelhos ao lado de Edward - Eu me encontrei me movendo cuidadosamente, mil vezes mais alerta do jeito de como cada movimento se sentia - e tateei seus bolsos até que pude achar o telefone. Eu meio que esperei que ele se movesse e respondesse o telefone ele mesmo, mas ele continuou perfeitamente parado.
Eu reconheci o número e adivinhei facilmente porque ela estava ligando.
.Oi, Alice. Eu disse. Minha voz não estava muito melhor do que antes. Limpei minha garganta.
.Bella? Bella, você está bem?.
.Sim, uhm. Carlisle está aí?.
.Ele está. Qual o problema?.
.Eu não estou… cem por cento… certa….
.Edward está bem?. Ela perguntou friamente. Fora do telefone ela chamou pelo nome de Carlisle e então questionou, .Por que ele não pega o telefone?. antes que eu pudesse responder a sua primeira pergunta.
.Eu não estou certa..
.Bella, o que está acontecendo? Eu acabei de ver-.
.O que você viu?.
Fez-se um silêncio. .Aqui está Carlisle. ela finalmente anunciou.
Parecia como se água gelada tivesse sido injetada em minhas veias. Se Alice tivesse uma visão sobre mim com uma criança de rosto angelical e olhos verdes em meus braços, ela me responderia, não?
Enquanto eu esperava pela fração de segundo que Carlisle levou para falar, a visão que imaginei para Alice dançou por trás das minhas pálpebras. Um pequeno e lindo bebê, ainda mais lindo que o garotinho em meus sonhos - um pequeno Edward em meus braços. Uma injeção de calor em minhas veias espantando o gelo.
.Bella, é Carlisle. O que está acontecendo?.
.Eu-. Eu não sabia como responder. Será que ele iria rir das minhas conclusões e me chamar de louca? Estaria eu apenas tendo mais um sonho colorido? .Eu estou um pouco preocupada com Edward… Vampiros podem entrar em estado de choque?.
.Ele foi ferido?. A voz de Carlisle repentinamente soou nervosa.
.Não, não. Eu lhe garanti. .Apenas… pego de surpresa..
.Eu não entendo, Bella..
.Eu acho que… bem, eu acho que… talvez… eu possa…. Eu respirei fundo. .estar grávida..
Como se fosse uma resposta, houve outro pequeno cutucão em meu abdôme. Minha mão voou para a minha barriga.
Depois de uma longa pausa, o treinamento médico de Carlisle tomou lugar.
Quando foi o último dia do seu último ciclo menstrual?
.Dezesseis dias antes do casamento.. Eu havia feito anteriormente as contas por vezes suficientes para responder com certeza.
.Como você se sente?.
.Estranha.. Eu contei a ele e minha voz estremeceu. Mais lágrimas escorreram pelas minhas bochechas. .Isso vai parecer loucura- veja, eu sei que isso é uito cedo para
qualquer coisa como isso. Talvez eu esteja louca. Mas eu tenho sonhado coisas bizarras e tenho comido o tempo todo e chorado e me desesperado e … e… Eu juro que algo se moveu dentro de mim exatamente agora..
A cabeça de Edward se levantou.
Eu suspirei em alívio.
Edward esticou sua mão para o telefone, seu rosto pálido e sério.
.Uhm, eu acho que Edward quer falar com você..
.Coloque-o na linha., Carlisle disse com uma voz sufocada.
Mesmo sem ter total certeza de que Edward poderia falar, eu coloquei o telefone em sua mão espalmada.
.Eu…. eu não sabia como responder. Ele riria das minhas conclusões? Diria que estou louca? Eu estava só tendo mais um daqueles horríveis sonhos vividos? .Eu estou um pouco preocupada com o Edward…. Vampiros entram em choque?.
.Ele está machucado?. A voz de Carlisle demonstrava urgência.
.Não, não. eu o afirmei .Só… surpreendido;.
=Não estou entendendo Bella..
.Eu acho… bem, eu acho que … talvez…. eu possa estar. respirei fundo. .grávida..
Como se para me confirmar, mais uma mexida. Minha mão voou ao meu estomago.
Após uma longa pausa o treinamento médico de Carlisle entrou em cena.
.Quando foi o primeiro dia do seu último período?
.Dezesseis dias antes do casamento‘ eu havia feito essa conta tantas vezes agorinha mesmo que respondi essa com firmeza.
.Como você se sente?.
=Esquisita. eu o disse e perdi minha voz, mais uma torrente de lágrimas rolaram pelas minhas bochechas .Isso vai soar loucura. Mas eu tenho tido esses sonhos bizarros e comendo o tempo todo e chorando e vomitando… e…. eu juro que alguma coisa se moveu dentro de mim agorinha..
A cabeça do Edward se ergueu.
Eu suspirei de alivio.
Edward ergueu a mão pedindo o telefone, seu rosto branco e rígido.
.Hm, eu acho que Edward quer falar com você..
.Bota ele na linha.. Carlisle disse em uma voz contida.
Não completamente certa que Edward conseguiria falar eu coloquei o telefone em sua mão esticada.
Ele pressionou na orelha .É possível?. ele sussurrou.
Ele escutou por um longo tempo, encarando o nada.
.E Bella?. ele perguntou. Seus braços me circundaram, puxando-me para ele. Ele escutou pelo que pareceu um longo tempo e então disse. .Sim, eu irei..
Ele afastou o telefone da orelha e desligou. Imediatamente começou a discar outro número.
.O que Carlisle disse?. eu perguntei impacientemente.
Edward respondeu em uma voz sem vida. .Ele acha que você está grávida..
As palavras enviaram um arrepio morno pela minha espinha. O pequeno cutucador palpitou dentro de mim.
.Para quem você está ligando agora?. eu perguntei quando o telefone voltou a seu ouvido.
.Ao aeroporto. Nós estamos indo para casa..
Edward ficou ao telefone por mais de uma hora sem pausa. Eu imagino que ele estivesse organizando nosso vôo de volta para casa, mas não tinha certeza porque ele não estava falando inglês. Parecia que ele estava discutindo, ele falou muito pelos dentes.
Enquanto ele discutia, ele arrumava as malas. Ele andava pelo quarto como um tornado raivoso deixando organização ao invés de destruição em seu caminho. Ele jogou algumas roupas minhas na cama sem nem olhar para elas, então eu deduzi que era hora de me vestir. Ele continuou com a discussão enquanto eu me vestia, gesticulando com movimentos bruscos e agitados.
Quando eu não pude mais agüentar a energia violenta que radiava dele eu silenciosamente saí do quarto. Sua concentração obsessiva me deixou doente do estomago - não como o enjôo matinal, só desconfortável. Eu esperaria em algum outro lugar para o seu mau humor passar. Eu não conseguia falar com esse Edward, frio e concentrado, que honestamente me assustava um pouco.
Mais uma vez eu acabei na cozinha. Havia um saco de pretzels no armário, eu comecei a mastigar sem pensar, olhando pela janela a areia e as rochas e árvores e o oceano, tudo brilhando ao sol.
Alguém me cutucou.
.Eu sei.. Eu disse .Eu também não quero partir..
Eu olhei para janela mais um pouco mais o cutucador naum respondeu.
.Eu não entendo. suspirei .O que está errado?.
Surpreendente, absolutamente. Incrível, também. Mas errado?
Não.
Então porque Edward estava tão furioso? Foi ele quem quis esse negócio de casamento.
Eu tentei raciocinar.
Talvez não fosse tão confuso que o Edward queria que fossemos para casa imediatamente, ele quereria que Carlisle me desse um olhada, certificar-se que minha dedução estivesse correta - apesar de eu não ter nenhuma duvida mais. Provavelmente eles iriam querer entender porque eu estava tão grávida já, com a barriguinha e as cutucadas e tudo o mais. Isso não era normal.
Tendo pensado nisso eu tive certeza que entendi. Ele devia estar tão preocupado com o bebê. Eu não tinha tido tempo de entrar em pânico ainda. Meu cérebro trabalhava mais lentamente do que o dele - ainda estava maravilhado com a imagem que eu havia visto antes: a criancinha com os olhos do Edward - verdes, como quando ele era humano - deitado calmo e lindo em meus braços. Eu gostaria que tivesse o rosto do Edward, exatamente, sem interferência do meu.
Era engraçado como imediata e completamente essa imagem se tornou necessária. Desde aquele pequeno toque todo o mundo mudou. Onde antes só havia uma coisa que eu não podia viver sem, agora havia duas. Sem divisões - meu amor não se dividiu em dois, não era assim. Era mais como se o meu coração tivesse ficado maior, inchado duas vezes o seu tamanho. Todo o espaço extra preenchido. Esse preenchimento me fazia sentir quase tonta.
Eu nunca realmente entendi a dor e ressentimento de Rosalie antes. Eu nunca me imaginei como uma mãe. Foi fácil prometer a Edward que eu não me importava em desistir da maternidade por que eu realmente não ligava. Crianças, de forma abstrata, nunca me atraíram. Eles me pareciam criaturas barulhentas, sempre pingando algum tipo de gosma. Nunca tive muito a ver com elas. Quando eu sonhava que Reneé me desse um irmão eu sempre imaginei um irmão mais velho. Alguém para tomar conta de mim e não o oposto.
Essa criança, a criança do Edward, era uma história completamente diferente.
Eu a queria como queria ar para respirar. Não uma escolha - uma necessidade.
Talvez eu simplesmente tivesse uma imaginação muito ruim, talvez seja por isso que eu nunca imaginei que eu gostaria de estar casada, ate que eu estivesse - incapaz de ver que eu queria um bebê até que já estivesse no caminho…
Enquanto colocava a mão na barriga, esperando outra cutucada, lágrimas rolaram por meu rosto novamente.
.Bella?.
Eu me virei, alerta pelo tom da voz dele. Era muito frio, muito cuidadoso. O rosto dele combinava com sua voz, vazio e duro.
E então ele viu que eu estava chorando.
.Bella!. Ele atravessou o aposento rapidamente e pôs suas mãos em meu rosto. .Você está sentindo dor?.
.Não, não-.
Ele me puxou contra seu peito. .Não tenha medo. Estaremos em casa em dezesseis horas. Você ficará bem. Carlisle estará pronto quando chegarmos lá. Vamos cuidar disso e você ficará bem, você ficará bem..
.Cuidar disso? O que você quer dizer?.
Ele se afastou e me olhou nos olhos. .Nós vamos tirar essa coisa antes que ela possa machucar qualquer parte sua. Não tenha medo. Eu não vou deixar isso te machucar..
.Essa coisa?. Arfei.
Ele olhou intensamente para longe de mim, em direção à porta da frente. .Droga! Esqueci que o Gustavo trabalhava hoje. Vou dar um jeito nele e já volto.. Ele saiu abruptamente da sala.
Agarrei-me à bancada, procurando apoio. Meus joelhos estavam tremendo.
Edward acabara de chamar meu pequeno cutucão de coisa. Ele disse que Carlisle o tiraria de dentro mim.
.Não,. sussurrei.
Eu tinha entendido errado. Ele não se importava nem um pouco com o bebê. Ele queria machucá-lo. A bela imagem em minha cabeça mudou de repente, transformando-se em algo obscuro. Meu bebê lindo chorando, meus braços fracos insuficientes para protegê-lo…
O que eu poderia fazer? Eu seria capaz de me entender com eles? E se eu não conseguisse? Isso explicaria o estranho silêncio de Alice no telefone? Era isso que ela tinha visto? Edward e Carlisle matando aquela criança pálida, perfeita, antes que ela pudesse viver?
.Não,. sussurrei novamente, minha voz mais forte. Isso não podia. Eu não iria permitir.
Ouvi Edward falando Português outra vez. Discutindo novamente. A voz dele ficou mais próxima e escutei ele grunhir, exasperado. Então escutei outra voz, baixa e tímida. A voz de uma mulher.
Ele entrou na cozinha, na frente dela, e foi direto a mim. Ele enxugou as lágrimas de minhas bochechas e murmurou em meu ouvido através da linha fina, dura, de seus lábios.
.Ela insiste em deixar a comida que trouxe - ela nos fez o jantar.. Se ele estivesse menos tenso, menos furioso, eu sabia que ele teria revirado os olhos. .É uma desculpa - ela quer ter certeza de que eu ainda não te matei.. A voz dele se tornou fria como gelo no final.
Kaure contornou nervosamente um canto com um prato coberto em suas mãos. Eu queria poder falar Português, ou que meu Espanhol não fosse tão rudimentar, para que eu pudesse agradecer à mulher que ousara enraivecer um vampiro apenas para ver se eu estava bem.
Seus olhos moveram-se rapidamente entre nós dois. Eu a vi checar a cor de meu rosto, a umidade de meus olhos. Resmungando algo que não entendi, ela colocou o prato na bancada.
Edward rebateu bruscamente; eu nunca o vira ser tão mal educado antes. Ela se virou para ir e o rodopio de sua saia enviou o cheiro de comida ao meu rosto. Era forte - cebola e peixe. Eu engasguei e girei para a pia. Senti as mãos de Edward em minha testa e ouvi seu sussurro suave através do rugido em meus ouvidos. As mãos dele desapareceram por um segundo e eu ouvi o refrigerador se fechar. Misericordiosamente, o cheiro desapareceu com o som, e as mãos de Edward estavam esfriando meu rosto suado. Acabou rapidamente.
Passei água da torneira em minha boca enquanto ele acariciava um lado de meu semblante.
Houve uma tentativa de cutucão em meu útero.
Está tudo bem. Nós estamos bem, pensei para a saliência.
Edward me virou, puxando-me para seus braços. Descansei minha cabeça sobre seus ombros. Minhas mãos repousaram sobre minha marriga instintivamente.
Eu ouvi um pequeno arfar e olhei para cima.
A mulher ainda estava lá, hesitando na entrada com as mãos semi-estendidas, como se ela estivesse procurando um modo de ajudar. Os olhos dela estavam presos em minhas mãos, abrindo-se cada vez mais com o choque. Sua boca permaneceu aberta.
Então Edward também arfou e virou o rosto para ela abruptamente, empurrando-me levemente para detrás de seu corpo. Seu braço contornava meu torso, como se ele estivesse me impedindo de avançar.
De repente, Kaure estava gritando com ele - alto, furiosamente, as palavras ininteligíveis dela voando pelo aposento como facas. Ela ergueu seu pulso minúsculo no ar e avançou dois passos, sacudindo-o. Apesar de sua ferocidade, era fácil ver o terror nos olhos dela.
Edward também avançou para ela e eu segurei seu braço, temendo pela mulher. Mas quando ele interrompeu seu discurso, a voz dele me pegou de surpresa, especialmente considerando o quão severa esta estivera quando a mulher não estava guinchando com ele. Estava baixa, agora; argumentativa. Não só aquilo, mas o som também estava diferente, mais gutural, a cadência era outra. Não achei que ele estivesse falando mais o Português.
Por um momento, a mulher o olhou, meditativa, e seus olhos se semicerraram, enquanto ela vociferava uma longa pergunta na mesma língua alienígena.
Eu observei enquanto o rosto dele se tornava cada vez mais triste e sério, e ele acenou afirmativamente uma vez. Ela deu um passo rápido para trás e se cruzou.
Ele a alcançou, gesticulando em direção a mim e então encostando sua mão em minha bochecha. Ela respondeu novamente brava, acenando suas mãos acusativamente para ele, e então gesticulando. Quando ela terminou, ele se declarou novamente, argumentando com a mesma voz baixa, urgente.
A expressão dela mudou-ela o olhou com evidente dúvida em seu rosto enquanto ele falava, seus olhos correndo repetidamente para meu rosto. Ele parou de falar e ela pareceu estar deliberando algo. Ela olhou novamente para nós dois, e então, aparentemente inconsciente, deu um passo para frente.
Ela fez um movimento com as mãos, fazendo a mímica de um balão sobressaindo-se de sua barriga. Eu comecei - as lendas dela de predadores bebedores de sangue incluíam isso? Ela podia saber alguma coisa sobre o que estava crescendo dentro de mim?
Ela deu alguns passos para frente, deliberadamente desta vez, e fez algumas perguntas rápidas, as quais ele respondeu tensamente. Então ele começou a perguntar - uma rápida interrogação. Ela hesitou e então balançou a cabeça lentamente. Quando ele voltou a falar, sua voz estava tão agoniada que olhei para cima, em choque. O rosto dele estava imerso em dor.
Em resposta, ela andou lentamente para frente, até estar perto o suficiente para colocar sua pequena mão sobre a minha. Ela disse uma palavra em Português.
.Morte,. ela suspirou quietamente. Então se virou, seus ombros se curvando como se a conversa a tivesse envelhecido, e deixou o aposento.
Eu sabia Espanhol o suficiente para entender aquela.
Edward congelara novamente, procurando por ela com uma expressão torturada. Alguns instantes depois ouvi o motor de um barco tomar vida e então desaparecer na distância.
Edward não se moveu até que eu me virei para o banheiro. Então sua mão segurou meu ombro.
.Aonde você vai?. sua voz era um sussurro de dor.
.Escovar meus dentes de novo..
.Não se preocupe com o que ela disse. Não são nada além de lendas, velhas mentiras contadas para entreter..
.Eu não entendi nada,. disse a ele, embora não fosse completamente verdade. Como se eu pudesse dar um desconto por ser uma lenda. Toda minha vida estava circulada por lendas em todos os lados. Todas eram verdadeiras.
.Eu guardei sua escova de dente. Vou pegá-la para você..
Ele entrou no quarto a frente de mim.
.Vamos embora logo?. perguntei a ele.
.Assim que você acabar..
Ele esperou pela minha escova para guardar na mala, andando lenta e silenciosamente pelo quarto. Eu a entreguei para ele assim que terminei.
.Vou colocar as malas no barco..
.Edward-.
Ele se virou. .Sim?.
Eu hesitei, tentando pensar em um modo de conseguir alguns segundos sozinha. .Você poderia… embalar um pouco de comida? Você sabe, caso eu fique com fome de novo..
.Claro,. ele disse, seus olhos suaves de repente. .Não se preocupe com nada. Chegaremos a Carlisle em poucas horas, é sério. Isso logo vai acabar..
Eu afirmei, sem confiar em minha voz.
Ele se virou e deixou o quarto com uma mala grande em cada mão.
Eu girei e peguei o telefone que ele deixara sobre a bancada. Era incomum dele esquecer as coisas - esquecer que Gustavo estava vindo, deixar o telefone dele jogado ali. Ele estava tão estressado que mal era ele mesmo.
Eu o abri e procurei entre os números gravados. Fiquei feliz em ver que o som estava desligado, com medo de que ele fosse me pegar. Estaria ele no barco, agora? Ou já estaria de volta? Ele me ouviria da cozinha, se eu sussurrasse?
Encontrei o número que eu queria, um para o qual eu nunca antes tinha ligado. Apertei o botão de .ligar. e cruzei os dedos.
.Alô?. a voz como sinos dourados tilintando ao vento atendeu.
.Rosalie?. eu murmurei. .É a Bella. Por favor. Você precisa me ajudar..